Num tapete de água
vou bordando os meus dias,
os meus deuses e as minhas doenças.
Num tapete de verdura
vou bordando os meus sofrimentos vermelhos,
as minhas manhãs azuis,
as minhas aldeias amarelas e os meus pães de mel amarelos
também.
Num tapete de terra
vou bordando a minha efemeridade.
Nele vou bordando a minha noite
e a minha fome,
a minha tristeza
e o navio de guerra dos meus desesperos,
que vai deslizando p'ra mil outras águas,
para as águas do desassossego,
para as águas da imortalidade.
Na Terra e no Inferno, Assírio e Alvim
(tradução de José
A. Palma Caetano)
Sou exigente com os poetas
ResponderEliminar(por isso escrevo tão poucos poemas...)
Este passa,
seu destino é o desassossego
exactamente o ponto
onde me encontro
excelente escolha poética e fotográfica.
ResponderEliminarabraço Graça
No desassossego dos dias
ResponderEliminaro poeta bordou águas,
desamores e perfídias,
cores duma vida de mágoas.
Comentários de quem aprecia... Muito obrigada!
ResponderEliminarBeijinhos desassossegados...
Bela conjunção de imagem e palavras.
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