(Antes de mais, as minhas mais humildes desculpas pela minha
imodéstia – passe o paradoxo…)
Ajudo um jovem familiar, que
frequenta o 8º ano, a estudar Inglês. O rapaz não é grande amante da escola e
do estudo senão não precisaria de acompanhamento particular, mas não é
destituído de inteligência e tem conseguido fazer “os mínimos”.
Ora hoje trouxe-me ele o primeiro
teste realizado já corrigido com uma negativa de quarenta e poucos por cento. Perante
o meu ar de desencanto, o miúdo lá deixou cair que só tinha havido quatro
positivas na turma. «Mau!» – pensei. «Nunca na minha (longa) vida de professora
tive um resultado desses senão teria ficado muito aborrecida comigo própria!»
Analisei o teste e, de facto,
tratava-se de um teste bastante bem feito, equilibrado e de acordo com as
matérias previstas para o ano de escolaridade. Só que… nada tinha a ver com as
atividades, o vocabulário e as estruturas gramaticais e desenvolvidas nas aulas.
Desde o início das aulas as matérias sumariadas andaram à volta do presente
simples versus o presente progressivo, ausência de interpretação oral e muito
menos escrita de textos e quanto a elaboração de textos escritos, népia! Depois,
em antevésperas do dia do teste, a senhora professora elencou a matéria a
estudar para o teste e aí toca de carregar com o passado simples (uma estrutura
difícil e exigente para os alunos médios portugueses) que não fora minimamente
revisto nem trabalhado. Para a composição, a professora “agendou” o tema “personalidades”,
mas afinal, o tema que saiu foi “ a importância do Inglês no mundo”…
Nunca ninguém terá ensinado
àquela senhora professora que os testes não são ratoeiras para “apanhar” os
alunos, mas tão-somente (mais) um elemento da avaliação contínua e que servem
para testar aquilo que se ensinou e se trabalhou nas aulas? Para isso, é
preciso programar as aulas de forma a que, quando chegar o momento do teste, os
alunos, ou pelo menos a sua grande maioria, estejam conhecedores do estilo de exercícios
e das matérias que vão ser avaliadas.
Foi assim que sempre funcionei –
mas isso dava realmente algum – bastante – muito trabalho de preparação das aulas. Ah, e
mais! Era eu que elaborava os meus próprios testes…
Foi por isso que, quando o miúdo
saiu, dei comigo a dizer: «que boa professora que eu era!»…
Vistos os factos, não tem que pedir desculpas pela "imodéstia".
ResponderEliminarYou were the best!!! : )
ResponderEliminarE concordo plenamente contigo!
Existem alunos que ainda não aprenderam a gostar de trabalhar, estudar e serem organizados.
ResponderEliminarQuando precisam de dinheiro os pais dão...mas quando precisam de disciplina o estado proíbe...limita a família e os professores...
paciência !
Estes professores não merecem essa designação.
ResponderEliminarPorque não são mestres.
BFDS!!
Deve ser daquelas professoras que vão copiar os testes aos livros de testes de anos anteriores.
ResponderEliminarEstá agora para "perder tempo" com alunos "básicos", do ensino oficial, e elaborar os testes de acordo com a matéria...
São estes calões, que mancham o nome da classe, e dão força às alegações do reacionário do cRATO.
Essa criatura está na linha de Crato. Pena que não vá para casa!
ResponderEliminarNa Faculdade eu fui aluna de um excelente professor , pessoa simpática e acessível, piagetiano até à alma, mas que tinha um sistema de avaliação tão próprio que , por média(segundo ele mesmo , que sabia ser censurado pelos colegas), os "chumbos" rondavam os 60% e os trabalhos não contavam para a nota final.
Cheguei a temer ficar sem licenciatura por causa dele. O que (nos ) valeu foi ele ter ido para os EUA durante um ano e ficar
a substituí-lo a antiga assistente, cuja tese em França fora sobre Vigotsky e que contou com tudo para nota.
Numa das últimas aulas dizia, com bastante graça, "Bom, quando o Orlando chegar, mata-me!"
Beijinhos e parabéns por seres a professora que foste
Foi o meu filho, que hoje já entrou nos " entas" aluno no 8º ano de uma professora que era completamente alucinada ...começou o programa por onde lhe apeteceu e os testes não correspondiam à matéria dada. Pior , dava testes já usados em anos anteriores. Como o rapaz era muito bom aluno a ciências e suficiente a letras , resolvi pedir a uma colega de liceu para lhe dar algum apoio.Bom , nas vésperas dos testes , iam os e as colegas lá a casa pedir cópias dos exemplares fornecidos pela explicadora.Resumindo ,um dia o meu filho vinha todo contente , pois já tinha feito aquelas questões... Qual foi a classificação ? " Não és aluno para fazer este teste todo certo " TAL E QUAL....este exemplar de professora anda lá por Lisboa. M.A.A.
ResponderEliminarMas não cabe na cabeça de ninguém planear as aulas, organizar as actividades em função de determinados objectivos, treinar os alunos nesse sentido e depois ir testar outra coisa!
ResponderEliminarA criatura passou-se ou é sempre assim?!
Abraço
... é o meu pensar também, Graça... Complemento: - já não se "fazem" professores/ educadores como os da nossa época. Sem saudosismo, mas é vero!
ResponderEliminarAbraço.
Querem acabar com os bons professores e com o ensino.
ResponderEliminarTudo isto, como bem sabe é premeditado, não dá jeito haver quem pense, quem saiba.
Beijinho amiga Graça
Fê