A implosão que o “ministro”
(C)rato prometeu para o Ministério da Educação está quase, quase concluída!
Depois de diminuir drasticamente o número de professores e de funcionários nas
escolas, depois de aumentar o número de alunos por turma e de cortar nas horas
semanais de algumas disciplinas, depois de proibir a colocação de professores
de apoio e de técnicos especializados – psicólogos e terapeutas – que faziam o
acompanhamento específico dos alunos com necessidades educativas especiais
acolhidos em unidades estruturadas nas escolas, ontem assistiu-se à entrada em
vigor do propalado “cheque-ensino” que pretende “dar liberdade de escolha às
famílias” entre o ensino público e o privado.
Sabemos que este princípio está
consagrado na Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) (É
garantido o direito de criação de escolas particulares e cooperativas (art. 2º
c)) o que não quer dizer que tenha de ser o Estado a pagar, a aguentar, a
garantir os proventos a essas escolas particulares e cooperativas.
Para este “governo” a Educação
conforme está definida na acima referida LBSE é uma “gordura” do estado
portanto há que descartar essa despesa (da mesma forma consideram a Saúde) e
entretanto dar a possibilidade de: a) potenciar o enriquecimento de mais uns
tantos correligionários; b) promover o formatado ensino da linha do Igreja; c)
reforçar o fosso, já bem largo, entre ricos e pobres.
Ontem à noite pudemos assistir na
televisão a duas belíssimas prestações sobre esta problemática: primeiro o
programa “Verdade Inconveniente” na TVI sobre o número incrível de colégios que
brotaram como cogumelos (muitos deles quase junto a escolas públicas que iam
esvaziando) desde os anos 90 especialmente na área geográfica da DREC (vá-se lá
saber porquê…) e o que cada um deles tem custado ao erário público.
Depois foi a vez do Prós e
Contras – programa que raríssimas vezes vejo porque não suporto a apresentadora
– em que a ex-ministra Maria de Lurdes Rodrigues juntamente com o Professor
José Reis, ex-secretário de Estado do Ensino Superior deram umas boas lições
(ia dizer que “deram um baile”, mas não ficava bem nem era condicente com o
nível dos dois participantes) sobre Educação a dois impreparados ex-ministros
da Educação do PSD, o balofo Couto dos Santos, do tempo de um dos governos de
Cavaco, e o Professor Pedro Lynce do governo de Durão Barroso e do qual pediu a
demissão ao fim de um ano de mando como ministro do Ensino Superior que mais
não fizeram senão defender a ideia que o Irrevogável Portas plasmou no inefável
Guião da reforma do Estado…
Entretanto e perante todos estes
casos e a perpetração quase cabal da implosão do Ministério da Educação, onde
anda o sr Mário FENPROF? A prometer greves (greves! Para que servem as greves
atualmente?) contra a realização da prove de acesso à carreira de professor… Minudências
face à gravidade das medidas tomadas pelo ministro (C)rato! Se fosse a ministra
Maria de Lurdes a tomar medidas destas já o sr Mário FENPROF estaria com os
professores todos na ruas como fez há uns anos atrás…
E, pior ainda: face à implosão
deste e de outros ministérios como o da Saúde, o da Segurança Social e,
atrevo-me a dizer, o país em geral, onde está o chefe do principal partido da
oposição? O que anda a fazer? O que pensa? O que propaganda faz da sua atuação?
É que o país precisa de saber.
Ainda me lembro de ver o sr. Mário todo sorrisos lambidos com o dos Passos. Eles entendem-se. Olá se entendem!
ResponderEliminarVê-se!!!
ResponderEliminarTotalmente de acordo, minha querida!
ResponderEliminarSabias que as AECs ainda não estão a funcionar porque não há quem as lecione?
Na escola do meu filho, há meninos sem qualquer apoio, por não poderem pagar uma academia educativa. Pior, há colegas que desistem na própria apresentação ao cargo, no momento em que sabem que só terão 5 horas e que perderão o pouco que estão a ganhar (um bocadinho mais do que isso), se as aceitarem.
Não sei se se passa em todas as escolas, mas acredito que aconteça na maioria.
Onde estão, agora, os pais, da tão conceituada federação, que não se manifestam?!
6ª é dia de greve. Apetece-me tudo menos fazê-la, porque este despotismo já não vai lá com greves e o dinheiro que perco e que me faz falta para as terapias do Gui enche os cofres a muita gente.
bji gde
Muito bem, Graça. Subscrevo e aplaudo. Na íntegra.
ResponderEliminarComo já comentei com o Carlos, conheço bem alguns desses colégios.
ResponderEliminarPorque lá estudei, ou porque o meu pai lá trabalhou.
O que é exposto na reportagem não é grande novidade para mim.
Daqui para a frente não precisamos nem deste nem dos outros ministros.
ResponderEliminarEles serão os próximos a serem calados e encostados ...
O que diz , na minha opinião , está tudo correcto.Não lhe escapa NADA ... Gosto de gente que pensa , e traduz num texto bem escrito. M.A.A.
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ResponderEliminarA questão não passa por condenar ações de descontentamento e repulsa destes ou daqueles. Num momento em que o ataque ao Estado Social toma proporções verdadeiramente assustadoras "dava jeito" que todas as organizações que se regem por princípios contrários, concertassem posições na defesa dos direitos dos portugueses. Falo da esquerda. Pela divisão desta, é que a direita se levanta.
Lídia
A razão está plasmada em todos os comentários mas aplaudo o que diz a Lídia!
ResponderEliminarAbraço
"...onde está o chefe do principal partido da oposição? O que anda a fazer? O que pensa? O que propaganda faz da sua atuação?" - a questão é que não está, não vai estar, nem quer estar...e esse é nosso maior drama, enquanto portugueses que resistem a desistir deste país...
ResponderEliminarObrigada por terem concordado com o meu texto, com as minhas opiniões.
ResponderEliminarTambém estudei num colégio e também trabalhei em colégios, mas foi há muitos, muitos anos, antes de Abril de 74. Não tinha direitos nenhuns, nem descontos para a Caixa de Previdência e só recebia as aulas que efetivamente dava. Até as duas faltas que dei pela morte do meu pai me foram descontadas em dinheiro... Outro tempos! Ou quase como os atuais?! Sei lá!