Na berma da
estrada, nuns quinhentos metros,
estão quinhentos
mortos com os olhos abertos.
A morte, num
sopro, colheu-os aos molhos.
Nem tiveram tempo
para fechar os olhos.
Eles bem sabiam
dos bancos da escola
como os homens
dignos sucumbem na guerra.
Lá saber, sabiam.
A mão firme
empunhando a espada ou a pistola,
morrendo sem
ceder nem um palmo de terra.
Pois é.
Mas veio de lá a
bomba, fulgurante como mil sóis,
não lhes deu
tempo para serem heróis.
Eles bem sabiam
que o último pensamento
devia estar
reservado para a pátria amada.
Lá saber, sabiam.
Mas veio de lá a
bomba e destruiu tudo num só momento.
Não lhes deu
tempo para pensar em nada.
Agora,
na berma da
estrada, nuns quinhentos metros,
são quinhentos
mortos com os olhos abertos.
António Gedeão, in 'Linhas de Força'
Tristeza.
ResponderEliminarBjs
Dor, raiva, tristeza.
ResponderEliminarAbraço
HORROR!!! :(
ResponderEliminarGuerras há
ResponderEliminartemo-las na memória
todas elas sem glória
Bj.
Todas elas sem glória...
EliminarJá tinha dor no coração, Graça.
ResponderEliminarApós a leitura do poema de António Gedeão, o meu coração ficou a sangrar.
Também o meu... Muito duro!!
EliminarPoema de uma realidade contundente...
ResponderEliminarAbraço.
Poema muito contundente, amigos! Desculpem a violência, mas aquelas mortes na estrada deixaram-nos muito abalados...
ResponderEliminarUm poema que condiz com o horror que estamos a viver.
ResponderEliminarBeijos Graça
Infelizmente...
EliminarBeijinho.
Não conhecia!
ResponderEliminarBem intenso e dramático!!! Bj
Muito intenso. Como foi intensa a perda de vidas no passado fim de semana...
EliminarBeijinho.