A primeira notícia deixou-me consternada. Mil alunos portugueses expulsos
de Espanha por terem destruído hotel?! Vergonha!
Depois foi a “discussão” aqui em casa, de cabeça quente: «ai, se fosse filho meu!»; «ai, se tivesse
sidos eu viria todo o caminho a chorar com medo do que me iria acontecer!»;
«filho meu nunca irá!»; «não se sabem comportar, é o que é!”
É um facto que eles – muitos deles – não se sabem comportar. E nem é
preciso serem jovens em final do secundário, nem estarem a quilómetros de casa
e longe dos pais. Quando, em Julho, vamos para a Senhora da Rocha para o nosso
hotel de sempre, até nos «passamos da cabeça» com o comportamento hooligânico que as criancinhas de nove,
dez, onze, doze anos têm na piscina interior e no jacuzzi, local que se supõe ser de calma e de relaxe para os
adultos. As criancinhas dão saltos de corça para dentro da piscina, jogam a
bola e gritam como se não houvesse amanhã! E nunca são mais do que meia dúzia
deles e sabem que os paizinhos estão no quarto ali em cima ou até mesmo ali
fora, descansadinhos da vida tomando banhos de Sol.
Mas, pensando bem: quem se lembra de enfiar perto de mil jovens com as
hormonas primaverilmente aos saltos num mesmo espaço hoteleiro com bar aberto e
mais não sei o quê? Esperavam o quê? Que rezassem o terço e fossem para o
quarto ver a novela? E depois ainda me lembrei de uma triste experiência que
tivemos em Fuengirola nos inícios de 90 quando, ao comprarmos um determinado
carro, nos ofereceram uma semana de férias num enoooooooooorme hotel daquela
estância balneária. Fomos tão mal tratados, mas tão mal tratados que pensámos
nunca mais voltar de férias a Espanha. Não nos deu para destruirmos o quarto,
mas garanto-vos que ‘roubei’ todas as toalhas que pude e … pronto!! Lembro-me que
só consegui que me falassem bem quando passei a dirigir-me a ‘eles’ em inglês…
Hoje de manhã, ouvi uma entrevista com a responsável pela agência de viagens
que tratou da viagem e do alojamento dos jovens que disse que, para além do
valor que cada jovem pagou pela semana cada um teve de disponibilizar mais 50
euros para eventuais danos. Quando expulsaram os jovens, os dirigentes do hotel
apoderaram-se do tal fundo, sem disso darem conhecimento à agência e
recusaram-se a permitir que os representantes da mesma entrassem para
verificarem os danos.
Não pretendo, nem pouco mais ou menos, desculpar os comportamentos dos
jovens, mas parece-me que há algo – ou muitos ‘algos’ – que estão muito mal
contados. Desde meter mil jovens de férias, loucas férias, num mesmo espaço até
porem-nos todos a andar logo no segundo dia da semana já paga!
Mas isto sou eu a pensar…
Aos poucos vão se sabendo pormenores. Boa semana!
ResponderEliminarO que é muito importante!
EliminarO comportamento deles não tem desculpa, Graça.
ResponderEliminarSe há mais gente a precisar de tabefes?
Acredito que sim.
A começar nos pais desses meninos.
Beijinhos
Una tabefes e bem dados! Neles e nos paizinhos... A minha compreensão sobre os problemas da adolescência e da juventude é quase sem fim, mas olhe que ainda dei uns bons tabefes nas filhas e nos alunos (dentro do gabinete da direção) e só lhes fez bem. E não me arrependo.
EliminarBeijinho.
A má criação abunda até nos atiladinhos-atados que passaram anos debaixo da supervisão do porque não e do porque sim paternal. Aliás, são os piores. Quando se sentem livres tratam de entrar em acção para demonstrarem a si próprios que são o máximo.
ResponderEliminarA culpa é normalmente dos pais que se demitiram do seu papel de educadores.
Bj.
Tudo isso é verdade, sim senhor. Mas o efeito de grande grupo é imenso!
EliminarE a pensar muito bem!!!
ResponderEliminarAssino por baixo ... bj
Obrigada, Gracinha.
EliminarBeijinho.
és tu a pensar, e como tu provavelmente muita gente - e eu acho que estás a pensar bem!
ResponderEliminarObrigada, Justine.
EliminarSó uma coisa me confunde: então o divertimento é agora destruir? É divertido partir coisas?
ResponderEliminarOuvi um desses "miúdos" dizer que é "suposto" partirem alguma coisa, "até fica à entrada uma caução para isso". Bem, isto não se parece muito com alacridades ou imptos da juventude que sempre os houve, mas com uma enorme falta de educação cívica e de respeito pelos outros.
Bj.
Lídia