Fui hoje agradavelmente surpreendida na minha livraria de eleição aqui em Leiria com a
oferta de 30% e até mais de desconto em todos os livros de poesia. Conheço bem
as jovens que lá trabalham e disse por graça: «Vocês estão a saldar a poesia?» É
por causa da Ronda Poética, disse uma delas rindo-se cúmplice, e do Dia da
Poesia.
Já tinha visto na montra o anúncio do evento e o respetivo programa que me
tinha agradado bastante, mas nem me lembrei da proximidade do Dia da Poesia.
(Estou a ficar velha ou estou já muito afastada da escola para não me lembrar
de um dia tão bonito que associa a Primavera à Árvore e à Floresta e tudo isso à
Poesia?)
Pensara antes que, por fim, Leiria começava a pensar em ter o seu “eventozinho”
literário…
Lembrei-me daquela ideia peregrina da atual administração da Câmara
Municipal de fazer a cidade concorrer a Cidade Europeia da Cultura lá para dois mil e vinte e tal e sorri cá para mim. Sou daquelas que acha que Leiria não tem tradição
cultural (ai que os leirienses que por
aqui passarem vão cair-me em cima!!) e os eventos que têm sido promovidos
ultimamente, embora sejam “melhor que nada”, não são nada. Nem lembrar é bom da
triste “Leiria, Cidade Natal” no
passado Dezembro que se limitou a exibir uma solitária pista de gelo para as
criancinhas, uma dita Aldeia de Natal que os meninos das escolas são quase
obrigados a visitar e uma lúgubre Venda de Natal que se limitou a um cone de
plástico transparente onde se apinhavam umas senhoras com um ar bem contrariado que tentavam
vender uns artefactos deploráveis e uns livros para ajuda de lares de crianças
desfavorecidas.
Tornar uma cidade em capital da cultura implica ter tradição cultural
histórica, profundidade sociocultural, uma população decididamente sensível, interessada
e conhecedora das artes, profissionais destas coisas da cultura de nome e de
fibra. Não chegam, nem por sombras, as repetitivas feiras tradicionais, os
ranchos folclóricos, os torneios desportivos e a passagem da volta a Portugal
em bicicleta.
Por isso, saudei a iniciativa da Ronda Poética que também tem a participação
da “minha” livraria na organização e assim, deixei cair junto das meninas que lá
trabalham e da dona: «Até que enfim que Leiria vai ter o seu eventozinho
literário! Quase não há cidade e até vila que não os tenha já»…
Então a Ronda Poética é uma organização conjunta da Câmara Municipal, da
Livraria Arquivo e do Jornal de Leiria e terá início amanhã, dia 17, ao fim da
tarde na Livraria e prolongar-se-á até ao dia 22, a próxima 4ª feira terminando
com uma Maratona Poética do Estabelecimento Prisional de Leiria. Entretanto haverá
ações de rua, exposições, debates, apresentação de livros, teatro, música e
dança.
Sucesso é o que se deseja.
Tb vos desejo muito sucesso! Atividades culturais deveriam existir em todas as cidades, vilas e aldeias!! : )) Que bom seria...
ResponderEliminarTambém me parece, mas leva tempo...
EliminarÓ Graça, agora a sério
ResponderEliminar30% de desconto
é evento
ou salva do comércio livreiro
não sou leiriense, mais caio-lhe em cima
(de sua sorte, não sou pançudo
nem peso muito)
e isto porque
a história de D. Afonso III
merecia
que se fosse
às "Cortes de Leiria"
Que a Igreja, não gostasse do Rei
Que o clero o abominasse
e que os historiadores
de Salazar não lhe dêem particular realce,
eu entendo...
Afonso III até foi excomungado...
Mas... que pensariam os Leirienses do que diz a wikipedia
«...O clero havia aprovado um libelo contendo quarenta e três queixas contra o monarca, entre as quais se achavam o impedimento aos bispos de cobrarem os dízimos, utilização dos fundos destinados à construção dos templos, obrigação dos clérigos a trabalhar nas obras das muralhas das vilas, prisão e execução de clérigos sem autorização dos bispos, ameaças de morte ao arcebispo e aos bispos e, ainda, a nomeação de judeus para cargos de grande importância. A agravar ainda mais as coisas, este rei favoreceu monetariamente ordens religiosas mendicantes, como franciscanos e dominicanos, sendo acusado pelo clero de apoiar espiritualidades estrangeiradas. O grande conflito com o clero também se deve ao facto do rei ter legislado no sentido de equilibrar o poder municipal em prejuízo do poder do clero e da nobreza.
O rei, que era muito querido pelos portugueses por decisões como a da abolição da anúduva (imposto do trabalho braçal gratuito, que obrigava as gentes a trabalhar na construção e reparação de castelos e palácios, muros, fossos e outras obras militares), recebeu apoio das cortes de Santarém em Janeiro de 1274, onde foi nomeada uma comissão para fazer um inquérito às acusações que os bispos faziam ao rei. A comissão, composta maioritariamente por adeptos do rei, absolveu-o. O Papa Gregório X, porém, não aceitou a resolução tomada nas cortes de Santarém e mandou que se excomungasse o rei e fosse lançado interdito sobre o reino em 1277.»
Há que ir às origens, e depois à livraria
Realmente o Bolonhês
Eliminarque foi um bom português,
veio em favor do povo
o que à época era algo novo
ganhando a birra e o ódio
dos que estavam habituados ao pódio...
Ai, ai este Rogerito
que anda tão erudito!!!
Que seja um sucesso.
ResponderEliminarBeijinhos, bfds
Assim espero, sinceramente, Pedro. Obrigada.
EliminarBom fim de semana.
Desejo-lhe sucesso.
ResponderEliminarNo dia 23, próxima quinta-feira, andarei por Leiria. Gostaria imenso de lhe poder dar um abraço, mas infelizmente o programa é apertado. De manhã temos a rota do Crime do padre Amaro, de tarde visita ao castelo e ao MIMO.
De modo que ainda não será desta que lhe posso dar o prometido abraço.
Fiquemos então pelo habitual abraço virtual
Como gostava de a conhecer ao vivo, Elvira!! Vou ver se consigo encontrá-la que a cidade é alegremente pequena!
EliminarBeijinhos
É verdade, mas por algum lado terá de se começar.
ResponderEliminarA ideia da Capital até nem é descabida, para que se trabalhe para ela com tempo. E é necessário investir muito quer a nível humano quer nas estruturas. Ora, a Câmara, que tem vindo a fazer mexer as coisas nestes últimos anos, parece não dispôr de verbas para tal empresa.
Quanto à poesia... Vou ver se arranjo disposição para ir a algum lado. Passei na fnac e vi uns descontos. Como tenho andado fora da graça de Deus, não associei o desconto a qualquer programação. A oferta de desconto pareceu-me reduzida a poucas obras. O livro que comprei não teve desconto.
Bj.
Toca de ir à Arquivo nestes dias e terá poesia nossa da boa com 30% de desconto...
EliminarE toca de se voltar a estar na graça de Deus...
Se calhar a organização de um evento como a capital da cultura seria uma forma de "obrigar" (num bom sentido) ao fomento de atividades culturais. Mesmo à falta de tradição, sempre se pode apostar em criação.
ResponderEliminarNão digo que não, mas não vejo a gente desta cidade com fibra para tal. Uma pena, porque a cidade até merece...
EliminarTu, Graça, que aí vives, é que sabes, mas eu acho, por aquilo que nos tens mostrado acerca de eventos culturais, que o Município de Leiria se tem esforçado nesse sentido.
ResponderEliminarO vídeo mostra uma cidade linda.
Não haverá aí, no teu íntimo, uns resquícios de má-vontade? Não te zangues, estou a brincar! :):)
Que a Ronda Poética seja um verdadeiro sucesso, é o que desejo!
Beijinhos.
Têm-se esforçado, sim senhor, e bastante. Mas é pouco e fica quase tudo muito aquém, que queres que te diga? A cidade é linda e amorosa e tem sido bem cuidada de há uns anos para cá, mas há ainda muito para ser pensado e imaginado. Há etapas que têm de ser queimadas, não se pode passar em vão por cima delas.
EliminarEspero sinceramente que a Ronda Poética corra muito bem.
Obrigada, Janita, pela tua sinceridade. Beijinhos.
Tarefa nada fácil... Sucesso e muito boa vontade!
ResponderEliminarAbraço.
Vai correr bem! Está tudo bem encaminhado.
EliminarObrigada, Célia.
Beijinhos poéticos..
por vezes o que importa é começar...
ResponderEliminarassim seja!
beijo
É verdade!! Vamos ver se pega...
EliminarBeijinho.
Cara parceira de ofício Graça Sampaio.
ResponderEliminarInfelizmente - na visita de médico que fiz a Leiria - não tive a prerrogativa de conhecer esta livraria.
Caloroso abraço. Saudações leitoras.
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver, sem véus, sem ranços, com muita imaginação, autenticidade e gozo.
Obrigada, Professor, pela sua visita e pelas suas palavras.
EliminarBeijinhos lusos...
Penso que é sucesso garantido... estes eventos normalmente
ResponderEliminarcontam com a participação de professores e profissionais
ligados à cultura.
Beijinhos poéticos.
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Oxalá, Majo! Obrigada. Beijinhos.
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