quarta-feira, 15 de março de 2017

Que povo este!

«Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho: não se governa nem se deixa governar!»

Esta frase é atribuída ao General Galba, que teria sido um dos primeiros governadores romanos na península, no Séc. A C e que a terá escrito numa carta enviada ao imperador romano. Referia-se o general romano aos Lusitanos, uma tribo guerreia que habitava também uma parte do atual território nacional.

Todos nós conhecemos esta frase e, de alguma forma, regozijamo-nos ao ouvi-la aplicada a nós. Só que, parece-me, esse regozijo deveria limitar-se a esses tempos de antes de Cristo já que se trata de um dos mitos da nossa cultura. Na atualidade, país que somos pertencente à Europa dita civilizada, já não me parece que nos fique tão bem. Já não temos idade (histórica, nem geográfica, nem cultural, social ou outras) para sermos considerados “enfants terribles”…

Isto a propósito de uma notícia que me veio ter aqui ao computador, via Jornal Económico: «Parlamento Europeu vem a Portugal para perceber o caso dos offshores. Estrasburgo quer ouvir Vítor Gaspar, Maria Luís Albuquerque e Paulo Núncio mas também o Banco de Portugal, Polícia Judiciária e secretários de Estado.»

Que vergonha! Temos uma “Justiça” altamente parcial e tendenciosa que se deixou embrulhar pelas figuras político-partidárias de determinada tendência e, assim sendo, nem se atreve a questionar os “altos vultos” desse casulo. Os meus amigos dar-me-ão o benefício de entender que não estou a inventar nada: de facto, a nossa “Justiça” tem mandado arquivar todos os processos que tocam os ditos “vultos”, sem grandes (ou mesmo nem pequenas) investigações. Veja-se, entre outros mais, o chamado caso dos submarinos que fez prisões de vulto na Alemanha e na Grécia, enquanto por cá, tudo foi arquivado.

E agora, mesmo que nada dê em nada, passamos pela vergonha de virem de fora tratar de “entender”, analisar, julgar um caso de polícia que a nossa “Justiça”, tão determinada e pertinaz em casos do outro lado da nossa vida partidária, não consegue, não pode, não quer investigar…


Mau de mais!!




17 comentários:

  1. Dizem que a Justiça é cega. Mas a nossa, para certos quadrantes, é cega, surda e muda.
    Um abraço

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  2. Há quem venha por isso. Há quem venha para perceber como funciona a geringonça...
    Decididamente, estamos na moda.

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  3. Às vezes, penso que quem quer pôr a Justiça com um olho aberto e outro fechado, é justamente quem deveria pugnar para que ela fosse igual para grandes e pequenos, para políticos, banqueiros, magnatas, e simples desordeiros.
    No fundo há tanta podridão que por cá ninguém quer escavar muito no lodo profundo.
    Pois que venham, que apurem responsabilidades já que a vontade de alguns é ver tudo arquivado.
    Que tristeza de gente que se arroga competente.

    Beijinhos.

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    1. Será que vão conseguir apurar seja o que for, Janita? Duvido... Os figurões são exímios em trocadilhos e falta de memória...

      Pobres de nós!

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  4. Trilhamos um tortuoso caminho...

    Beijos, Graça :)

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  5. Excelente post - vou partilhar, Graça, com a devida vénia. Abraço

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  6. A Justiça às vezes não é cega, é zarolha! :(
    Beijinhos

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  7. Não vem a propósito. Ou talvez venha? "Isto anda tudo ligado" como canta o Sérgio.
    A líder centrista deu dois tiros no porta-aviões nestes últimos dias. Um para ilibar o Abrenúncio, em que a sr.a professora reconheceu pertencer a uma classe profissional sem aptidão para governar em matérias tão complexas como a das offshores. Outro tiro devastador foi a farpa que desferiu no governo a que a própria pertenceu, atingindo o ex-primeiro mai-la sua Maria Luís.
    Não haverá por aqui mais setas irrevogáveis? Ou é só inspiração? Superação para comemorar um ano e entrar a matar em Lx.? Por ter sido engeitada?

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    1. Uma galinha cárácácá!!!! Uma matraca a desferir disparates...

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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