Não sei o que pensar de mim
nestas alturas. Sinto-me ao contrário de toda a gente e o pior é que nem me
importo nada. Assim mais ou menos como «a formiga no carreiro» [quando] «ia em sentido
contrário»…
Isto a propósito da morte do
cantor Leonard Cohen. Xi!!! O que aí vai de tristeza e de lamentos pelo
passamento do senhor. Atenção: não estou a criticar! Era só o que mais faltava,
não tenho – nem eu nem ninguém – esse direito. De «morreu o pai», ou «até hoje
nunca entendi o que era chorar por um cantor», li de tudo no facebook A questão é que – tal como como com o Dylan –
nunca me atraiu, nunca me «disse nada». Não gosto de baladas – é só! (Quando
falo em baladas, lembro-me sempre de uma das edições do extraordinário Zip-Zip,
nos anos de 69 do século passado, em que o inimitável Raul Solnado “cantava”
uma balada “cheia de significado” que dizia: «a minha linha, a tua linha, a
nossa linha não alinha…» E é isto que eu sinto em relação à baladas.
Também desse tempo relembro
muitas vezes, as declarações do então (e sempre) irreverente Miguel Graça
Moura, cultíssimo maestro português, quando lhe perguntaram o que achava ele da
renovação da música (ligeira, popular) portuguesa, ele respondeu apenas: «Olhe,
eu estou-me nas tintas para a renovação da música portuguesa!» Ó como rejubilei
(eu, púbere menina) com essa declaração!
Da mesma forma, quando foi a moda
dos Madredeus nos anos 80/90, eu dizia muitas vezes que devia ser a única
pessoa em Portugal que não gostava de os ouvir. Uma vez, vieram atuar aqui ao
Mosteiro da Batalha e, naturalmente, despovoou-se Leiria para os ir ver atuar.
Nós também fomos. Foi numa noite de Inverno em que chovia copiosamente: fizemos
o caminho debaixo de uma verdadeira tromba de água e, do estacionamento até ao
Mosteiro, apanhámos uma valente molha. À época, andava eu “carregada” de
antidepressivos… Começou os espetáculo e aquela lindíssima, finíssima,
cristalina voz da Teresa Salgueiro a ecoar pelos claustros naquela toada que se
situava ali entre o fado e a balada… bom, nem queiram saber: adormeci que nem
um anjo encostada ao sobretudo (húmido, mas quentinho) do meu amigo ZF e foi um
regalo!
Já para não falar do fado – que desde
há uns anitos para cá subiu de categoria e, mesmo assim (ou até também por
isso, sei lá!) não consegue entrar nos meus gostos.
(Sempre – Ai de mim! – como a
formiga no carreiro mas em sentido contrário.)
(daqui) |
Eu gosto muito de baladas, do Bob Dylan e do Leonard Cohen. E de mais alguns. Fado ? Gosto de alguns. Curiosamente comecei a gostar de fado há pouco tempo, talvez porque goste do estilo de alguns/algumas fadistas.
ResponderEliminarMas cada um gosta do que gosta, não é mesmo?
Um abraço e bom Domingo.
Também gosto de alguns fados - poucos - mas dos mais antigos. Aqueles que aprendi com a minha mãe, que por acaso também não era muito de fados...
EliminarMas é assim mesmo: cada um gosta do que gosta e pronto!
Beijinhos e boa semana.
Não podemos gostar todos do mesmo. As redes sociais é que fomentam também muito unanimismo...
ResponderEliminarMas eu gosto de baladas... :)
E muito bem, Luísa. «Todos diferentes», todos tão diferentes! E nada de mal vem ao mundo por isso... :)))
EliminarComo diz o velho ditado "os gostos não se discutem" cabe-nos a nós respeitar o gosto de cada um.
ResponderEliminarO que eu "critico" com o meu pensamento é que passa imenso tempo sem ver nada nas redes sociais sobre esta ou aquela figura, mas quando partem entopem com homenagens.
Beijinho e bom domingo
Um exagero, não é Adélia? Mas eu não me perco muito pelo facebook...
EliminarBeijinhos, querida amiga!
Graça, também me sinto ao contrário, mas devido a motivos diferentes.
ResponderEliminarGosto de Cohen. Ainda há pouco tempo tinha mostrado um poema dele, após ter lido a sua antologia poética.
Do que eu não gosto é deste alarido quando alguém morre. Se viesse na sequência de correspondente alarido em vida... De repente, toda a gente adora o Cohen e tem necessidade de o gritar ao mundo? Porquê depois de morto?
Apetece-me o silêncio.
Gosto do Dylan. Madredeus não me aquece nem me arrefece de forma especial.
Não gosto de fado.
Beijos
É isso, Isabel. Quando alguém morre é logo feito herói e santo nas redes sociais, nos jornais, nas Tv(s) - um exagero!
EliminarBeijinhos.
Sabes que quando li o título do teu post pensei logo comentar-te com música (e ainda nem sabia qual o teor do post)... e mais precisamente com a do Zeca Afonso! Mas depois quando entrei e comecei a ler percebi que já o tinhas feito. Li-te o pensamento :))
ResponderEliminarOs Madredeus sempre me tocaram na alma... felizmente a mim e a milhares de pessoas pelo mundo inteiro.
Tens de ouvir o ÁLBUM que eles dedicam à tua Lisboa e ao Tejo...
Por acaso nem é o álbum que ouço mais vezes...
Sabes o que te digo? O FB só serve para envenenar as pessoas; eu já achava isso... com este teu post tive a certeza.
Beijinhos musicais
(^^)
Obrigada pelo Álbum, Frô! Gosto de algumas das canções, não posso dizer que os detesto, mas não muito - aquela toada "enerva-me" eh eh eh eh...
EliminarQuando ao face, estou bem nas tintas para ele e garanto-te que não me deixo influenciar por aquilo que por lá passa. Só leio o que me apetece e não me detenho por lá.
Beijinhos musicais e obrigada pela tua simpatia.
Querida Gracinhamiga
ResponderEliminarPoizé
Eu sou a formiga (salvo seja, com 120 quilitos, formiga???) que vai no sentido certo:
Gosto do Leonard;
gosto dos Madredeus
gosta d algumas baladas e
adoro o fado de tal maneira que até o cantei
Mas apanho uma molha para ir ver e ouvir aqueles de quem gosto, porque gosto muito mais do meu sofá e gostava muito de um bom uísque, mas agora não posso bebê-lo, malditos médicos...
bjs da Raquel e qjs do Henrique, o Leãozão
ATENÇÂO
JOTA PINTAROLAS
É o nome do rapazola que perdeu quase todos os dentes por mimos proporcionados por um campomaiorense durante o último episódio da saga da Dona Alzira. O título do texto que hoje se publica é DENTES PARA BOLO DE CREME. Até à data NINGUÉM conseguiu resolver o problema do feed – Henrique, o Leãozão
Então uma formiguinha de 120 quilos que gosta do seu sofázinho, hein? Também prefiro o conforto da casinha, embora sem whisky que não gosto. :)))
EliminarBeijinhos
«Agora um homem aparece sozinho, deve estar a cantar apesar de mal se lhe moverem os lábios, o dístico dizia Leonard Cohen, e a imagem olha para Raimundo Silva insistentemente, os movimentos da boca articulam uma pergunta, Por que não queres ouvir-me, homem sozinho, e certamente acrescenta, Ouve-me agora porque depois será demasiado tarde, após um video-clip vem outro, não se repetem, isto não é um disco que possas fazer voltar atrás mil e uma vezes, é possível que eu volte, mas não sei quando e tu talvez já aqui não estejas nesse momento, aproveita, aproveita, aproveita. Raimundo Silva inclinou-se para a frente, abriu o som, o gesto de Leonard Cohen foi como se agradecesse, agora podia cantar, e cantou, disse as coisas que diz quem viveu e se pergunta quanto e para quê, quem amou e se pergunta a quem e porquê, e, tendo feito as perguntas todas se acha sem resposta, uma só que fosse, é o contrário daquele que afirmou um dia que as respostas estão todas por aí e que nós não temos mais que aprender a fazer as perguntas. Quando o Cohen se calou, Raimundo Silva tornou a cortar o som, e logo a seguir desligou de todo o aparelho.»
ResponderEliminarJosé Saramago
"Dance me to the end of love"
ia a pedir-lhe
mas contive-me
(hoje não a convido para uma dança)
Saramago - único e sempre muito bom!
EliminarMas olhe que eu bem que gosto de dançar...
Compreendo-te!
ResponderEliminarNão pudei deixar de sorrir com a tua honesta frontalidade! : ))
Sou assim , Catarina. Que se há de fazer? :))) E olha que ganhei alguns não-amigos por causa de ser assim...
EliminarBeijinho.
Sempre igual a ti própria, por isso gosto de ti!
ResponderEliminarEu sou daquelas que não posso viver sem música, adorava as baladas do Cohen e li há dias um poema lindíssimo dele.
Não choro por nenhum cantor, mas quando algum dos que gosto se vai, fico triste muito triste, tanto faz ser estrangeiro como nacional.
No face exagera-se, concordo contigo, mas seja por cantores, políticos ou ladrões, ali está a amostra da sociedade que temos, eu se calhar também tenho de dizer "mea culpa", embora esteja ali mais por causa da fotografia.
Quanto aos Madredeus, até que gostava de os ouvir, mas desde que um dia conheci a Teresa Salgueiro, uma menina arrogante e de nariz empinado, nunca mais apeteceu ouvi-la.
Enfim, há gostos para tudo.
Bom Domingo
Beijinhos Graça
Querida Manu, tive uma colega e amiga (amiga ainda é; colega já não...) que me dizia isso tantas vezes «és igual a ti própria». E eu tomei-o sempre por elogio. Obrigada.
EliminarTambém adoro música, mas lá está: gostos ... são gosto e pronto...
Beijinhos
Lindo poema e maravilhosas fotos. E o vídeo engraçadíssimo. Gostei da linha da "cadelinha" do equinócio sem sócio.... Grande abraço. Laerte (Silo)
ResponderEliminarEh eh eh eh.... Obrigada, Silo, pelas palavras e pela visita.
EliminarAbraço.
Os blogs, estes nossos cantinhos, tão nossos, servem para transmitirmos e desabafarmos o que sentimos. Quem tem a caixa de comentários aberta, recebe o retorno. Tanto pode ser em sintonia com o que pensamos, como o contrário, ou ainda, ligeiramente diferente. Logo que nºao se ofenda ninguém, todas as opiniões são válidas e valem o que valem.
ResponderEliminarGosto da tua maneira de ser e até me identifico muito com a maioria das coisas que gostas e dizes. Desta vez, também, mas não tanto!!
Tu não gostas de Fado, eu gosto, mas não de todos. Tu não gostas de baladas, eu gosto, mas não de todas. Tu nunca gostaste dos Madredeus, eu gostava e gosto da voz de Teresa Salgueiro.
Sempre gostei de Leonard Cohen e se fores ver atrás, no meu blog, vês lá muita música dele. Claro, que quando alguém de quem gostamos parte, sentimos tristeza e manifestar essa tristeza é absolutamente natural e compreensível.
Contudo, percebo bem onde queres chegar e deixa que te diga que também eu não alinho em 'carreirimos', embora não me escuse de alinhar, se gostar! :)
Esse Facebook é como a alma de todos nós: tem a sua Face negra!! :))
Aquilo mais parece uma coscuvilhice de comadres. Sobretudo, de quem lá anda sem ter nada de original e proveitoso para mostrar.
Resumindo e concluindo, Graça: cada um é livre de gostar do que gosta, e gostos não se discutem.
Fazes muito bem em ser como és e não o dissimulares,e mainada!!
Agora, ouve lá uma coisa, Gracinha :
"Já para não falar do fado – que desde há uns anitos para cá subiu de categoria e, mesmo assim (ou até também por isso, sei lá!) não consegue entrar nos meus gostos."
Mesmo o fado não entrando nos teus gostos, já tens publicado vídeos de Fado, certo=?
Lá está, nem sempre nem nunca. Temos dias, é o que é!!!
Beijinhos e bom resto de domingo. :)
Obrigada, Janita, pelas tuas palavras com as quais concordo.
EliminarSim, é verdade: já tenho posto aqui fados. Também gosto de alguns; daqueles mais antigos com poemas fortes, com uma mensagem forte, com uma melodia bela - também os há assim.
Lá está: gostos para tudo e cada um tem os seus e mainada!!!
Beijinhos sorridentes...
Pensei em pôr lá na minha janela alguma coisa sobre o Cohen. Que gosto da sua obra. Mas não gosto de modas, sou avesso, embirro. Aliás, penso, tudo o que é de mais empanturra e como não uso sais de fruta...
ResponderEliminarQuando verifiquei que "todo o mundo" lhe pegou, desisti.
As pessoas, de uma forma geral, vão na onda da comunicação social. As rádios, há algum tempo a esta parte, entulharam os ouvidos das pessoas com o Cohen e então - é bestial - sem conhecerem nada do homem nem da sua carreira. O marketing que é feito à volta de um nome chateia-me, pois que não tem nada a ver com o valor artístico mas sim com dinheiro.
Para concluir, que isto já vai longo, confesso que aprecio o LC - é mesmo bestial - mas desconfio que, como a Graça, sou uma formiga no carreiro. Tresmalhada.
Bj.
Bj
Pois é, Agostinho, somos uns deslumbrados e rapidamente encarneiramos em fila uns atrás dos outros... parece que não queremos ficar atrás de ninguém. E eu também embirro com isso. Solenemente!! :))
EliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarPois, seremos duas em sentido contrário: em relação ao Cohen e ao fado, de um modo geral. Já a minha irmã também detestava os Madredeus, dizia que lhe dava sono, eu gostava de algumas das suas músicas.
ResponderEliminarMas enfim, são gostos! :)
Beijocas
Lá vamos então, Teté, em sentido contrário e levamos a tua irmã connosco.... :)))
EliminarBeijinhos
Graça...a morte de um cantor com uma voz única apenas me fez lembrar que há muito o não escuto e até gosto!
ResponderEliminarEu sou do tipo formiga que caminha para fora do formigueiro...em quase tudo na vida!!!
Não conhecia este vídeo...por isso obrigada pela partilha!!!
Boa semana