Está na ordem do dia a discussão
sobre a “liberdade de escolha” e, naturalmente, sobre isso também posso e quero
e devo dar a minha opinião.
Que, à partida, tenho para mim
que de liberdade de escolha temos nós, pobres mortais, «bicho da terra tão
pequeno», muito pouca. Tudo o que temos a veleidade de que escolhemos, já há foi
determinado. Somos, de facto, metade biológico e metade social e são esses antecedentes,
essas premissas (e não só) que determinam aquilo a que chamamos escolhas. Para esta
discussão, teria de chamar aqui linguistas e hermeneutas e hoje apenas e
somente trago aqui a discussão corriqueira que se arrasta pela comunicação
social sobre a dita «liberdade de escolha» da escola para o meu filhinho…
É mais uma discussão à
portuguesa: discute-se e “arrepelam-se os cabelos” pelo acessório, deixando
para trás – muito para trás, ou mesmo para nunca – o essencial.
Quanto à «liberdade de escolha»
entre a chamada escola pública e a privada, é tal como nos outros aspetos
sociais todos: se eu «escolho» ir ao médico particular em vez de usar o Serviço
Nacional de Saúde, pago. Se eu
«escolho» ir de táxi em vez de ir no transporte público, pago. Se eu «escolho» o doutor advogado fulano de tal para me
defender em vez de usar o que o Estado põe à minha disposição, pago (e não é pouco…) Sempre que eu
«escolho» aquilo que melhor corresponde às minhas pretensões, eu pago! Tudo dentro da minha mais
estrita «liberdade de escolha».
Então porque é que, se eu quero «escolher» o colégio privado em vez da
escola que o Estado põe à minha disposição, porque hei de recusar-me a pagar?
Se a Igreja quer manter escolas
de cariz religioso, então que subsidie quem quer e não pode pagar. Quanto aos
restantes colégios privados não clericais do tipo do grupo GPS e outros,
parece-me que estamos conversados…
Diz-se à boca cheia que os colégios ficam mais baratos ao Estado e têm
melhores resultados. Pois claro! Os professores são explorados até ao osso
(e eu sei do que falo) e, se não correspondem ao exigido, são despedidos; os
funcionários desdobram-se em atividades diversas e se assim não fizerem,
acontece-lhes o mesmo. Quanto aos alunos, bom, isso então ainda é pior: crianças com necessidades educativas
especiais não têm lá entrada (portanto não há despesas com professores da
educação especial, nem com terapeutas ou psicólogos, nem com materiais e
condições específicas. A estes pais é-lhes negada, à partida, a tão propalada
«liberdade de escolha». Se a criança
revela dificuldades de aprendizagem e não têm o sucesso devido, ou se não tem o
comportamento “padrão”, é “convidada” a sair. Para além de tudo isto e “a
montante” – como é moda dizer-se agora – as
criancinhas são escolhidas, antes da matrícula, de acordo com a profissão e até
com o “pedigree” dos pais.
E mais não digo, embora muito
tivesse para dizer da minha longa experiência nestas lides da Educação.
É o que a minha professora pensa e também me parece que faz sentido.
ResponderEliminarEm cima faltou irmã - a minha irmã professora :)
ResponderEliminarAssino por baixo.
ResponderEliminarUm abraço
Apoiado, Graça!
ResponderEliminarPenso o mesmo!!
E mais não digo, porque o que havia para dizer já foi dito por quem sabe de direito adquirido!!
Beijinhos
stora
ResponderEliminare já assinou a petição?
Sim? Não?
Claro... embora já pouco acredite em petições...
EliminarHaveria muito a dizer, mas o cerne da questão,
ResponderEliminarficou muito bem explícito...
~~~ Beijinho, Graça. ~~~
Concordo com o que dizes! Sabemos que este é um assunto que tem muita contradição, dificil de muitas pessoas encaixarem a verdade que está à vista de muitos que não a querem ver.
ResponderEliminarBeijinho Graça.
A quem o dizes Gracinha!!
ResponderEliminarAté as "nossas amigas", no fim do mandato, foram a correr criar um colégio!
Bjinhos
Pombalense (salvo seja!)
O que nós sabemos disso tudo, minha querida Pombalense (salvo seja!)
EliminarBeijinhos e obrigada pela tua presença.
Tim-tim por tim-tim!
ResponderEliminarEste país é de borracha: estica, apaga, encolhe...
Liberdade de escolha?! se a maioria da população não pode mandar cantar um cego... Quem quiser "pradas" que pague. Não passa tudo de negociata. Não há quem processe os utilizadores das criancinhas nas "lamurientas" manifestações? Haja educação!