(do DN) |
Zangada que ando com estes (tele)jornais
que continuam a fazer de tudo para defender a política liberal de direita que manda na
Europa (e que mandou no nosso país durante quatro longuíssimos anos) e para nos fazerem ver que o atual governo vive a prazo, pouco (ou nada)
os ouço ou leio pata além do que às artes e às letras (pouco) dizem.
Há notícias, porém, que nos
entram pela casa e pelos olhos dentro como é o caso daquela mãe que, em grande sofrimento, entrou
pelo rio dentro com as duas filhitas pela mão, em Caxias.
Acerca deste trágico
acontecimento, cada um fará o seu juízo que depois verbaliza ou não. Cada um aponta
culpas à mãe e/ou ao pai conforme vai lendo o que sai escrito na imprensa ou de
acordo com as suas próprias convicções.
Hoje a capa do DN publica um título,
no mínimo, escandaloso: Alertas sobre
casal de Caxias chegaram a oito entidades públicas. Foram elas: Associação
Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), PSP, Comissão de Proteção de Crianças e
Jovens (CPCJ), o Ministério Público (MP), Tribunal de Família e Menores, PJ,
Segurança Social e o Hospital Amadora-Sintra.
Que as CPCJ não servem para nada
ou para muito pouco, já eu sei há muitos anos pela minha longa experiência à
frente da “minha” escola. Lembro-me bem que eram muitos os casos sociais problemáticos,
graves, muito graves alguns, em que se debatiam muitos dos nossos alunos e o
que era feito? Nada!! Que não tinham meios, que as assistentes sociais da
Segurança Social não eram minimamente suficientes (eu diria “eficientes”!),
que, que, que… A minha opinião, se não mesmo certeza, era que nada era feito
porque a inércia (a burocracia? a lesmice?) era por de mais. E expressei-o por
mais de uma vez.
Mas oito organismos públicos que estavam
conhecedores da situação e todos a «assobiarem para o lado»?! OITO?! Não passa mesmo a
fronteira do judicialmente aceitável? A mim parece-me bem que sim! Uma vergonha!
Um crime! Entre tantos.
Lamento dizer que somos, por
natureza negligentes, fazemos “o possível”, "damos o nossos máximo", mas raramente nos esforçamos por fazer o
impossível; uma natureza do «deixa arder que o meu pai é bombeiro»; «não é comigo,
por isso»… E se fosse? E se alguma vez for?
Desculpem-me, mas estou mesmo muito furiosa com
esta situação!!
E tem razão para estar zangada, Graça. No nosso país o trabalho de gabinete é demasiado e, depois, não sobra tempo para tratar das coisas onde é necessário tratá-las. Há a tendência para a sobreposição de competências entre diferentes organismos, comissões.
ResponderEliminarQuanto à ideia que expressa no início da crónica... Andava eu a pensar que eram minhocas minhas. O austeritário senhor, proto social-democrata para as necessidades imediatas, está com um tempo de antena bestial. E como o pobo é curto de memória nem dá conta das contradições do dito. Às vezes penso: o homem sofre de amnésia.
Um país às avessas... um povo muito ... sei lá como. Um verdadeiro sufoco, Agostinho!
EliminarUmberto, Eco
ResponderEliminarAntes da sua partida escrevia
"os jornais não estão feitos para difundir,
mas para encobrir notícias"
A primeira página do DN é disso a ilustração
É isso mesmo, Rogerito! Quanto mais confundirem, melhor! Mais agradam aos chefes - vampiros!
Eliminar~~~
ResponderEliminarFiquei chocada!
Na minha ingenuidade, penso sempre
que a segurança da criança é assunto sagrado.
Como fiquei consternada
com as primeiras notícias da Casa Pia!
Não queria acreditar no descaso que o estado
tinha dado a crianças que lhe tinham sido confiadas!
Pobres e sem dignidade... Confrangedoramente triste!
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Isso é o que depois vêm dizer à televisão: enchem as bocas imundas com «o superior interesse da criança»
EliminarSe tiverem alguma virtude, só se for a de contribuírem para a diminuição da taxa de desemprego. Aquelas pessoas precisam de ganhar a vida, não é?... nem que seja à custa de nada fazerem pela vida dos outros.
ResponderEliminarÉ esta cambada que dá má fama à restante função pública. :|
Deviam ter vergonha! Muita vergonha!
EliminarParece que a burocracia (a.k.a. negligência, ineficiência) não se tem alterada muito nas últimas décadas.
ResponderEliminarTudo muito ronceiro para o meu gosto, Catarina!
EliminarAs Instituições não funcionaram com os sinais que teriam sido dados pela mãe das meninas. É o "deixa andar"; "quem vier atrás que feche a porta"...Para alem da morte das crianças, que é uma grande tragédia, imagine-se quantos milhares de euros se gastaram neste período de buscas pelo corpo da menina. E aqui sim, já se pode gastar dinheiro!
ResponderEliminarNão tenha dúvidas! É isso mesmo. Aqui é assim: «casa roubada, trancas à porta» - mesmo sem gostar de usar provérbios...
EliminarTrabalhei numa CPCJ e garanto que as pessoas se interessavam pelos casos.
ResponderEliminarSimplesmente, ninguém é capaz de seguir mais de cem casos em simultâneo ( e eu tive colegas nesta situação).
Há quem não se esforce? Não nego, porque em todas as profissões essas criaturas marcam presença, infelizmente.
O que mais me dói é o sofrimento das crianças, porque o dos adultos embora o lamente , defendem-se melhor.
Nunca entendi o motivo porque não existe cruzamento de dados e informações. O que se consegue é por relações pessoais.
Não se trabalha em rede , não se rentabiliza o pessoal técnico e a legislação em vigor é , além de ineficaz, muito confusa.
Como é possível que se esteja a seguir uma criança e se a família repentinamente recusar continuar a colaborar com a CPCJ , o processo pára obrigatoriamente?
Enfim..
Irrita-me que seja um alarido tremendo cada vez que uma criança morre às mãos de quem a devia amar e proteger, mas que nada resulte daí!
Ainda: as respostas a nível de espaço físico são muito poucas tanto para mulheres maltratadas como para crianças em risco.
ResponderEliminarE depois também existem os casos de pessoas que são ajudadas sistematicamente , mas regressam para junto de quem as maltrata.
No meu Serviço , houve um caso paradigmático desses e só parou quando finalmente a senhora foi assassinada pelo marido...
Doloroso, São, e incompreensível!!!
EliminarEntendo a tua revolta, mas olha que aqui nesta terra onde vivo as senhoras assistentes sociais gostam é de estar de rabinho sentado a discutir as blusas «burberries»... Não serão todas, mas...
Estou muito triste , mas mesmo triste . Custa a acreditar o mal que possa acontecer a uma criança, mais , mal vindo dos pais. Uma criança numa casa , dá uma alegria inimaginável. vIVO LONGE DOS meus netos , MAS QUANDO TENHO O PRAZER DE OS TER POR CÁ , ATÉ REJUVENESÇO ,é uma alegria.Quando alguém amigo aparece com crianças, aquele xi , um beijinho dão-nos vida. As crianças são os futuros homens e mulheres deste mundo ; quanto mais carinho receberem melhor.
ResponderEliminarAs instituições falham ? Pois falham , deviam sentir-se muito muito mal e devolver os vencimentos.
Um abraço para todas as crianças e que a estrelinha da sorte as proteja.
M.A.A.
Milhões de estrelinhas serão precisas para proteger tantas crianças sofredoras e vilipendiadas por esse mundo fora!! Seres tão indefesos!
Eliminardoentio isto tudo!
ResponderEliminardói mesmo tanta ganância pelo espectáculo do "horror"
beijo
o espetáculo acima de tudo - um voyeurismo doentio e maldoso.
EliminarBeijinho.
Um acontecimento do qual não consigo comentar, acredita!
ResponderEliminarAqui na Marinha Grande houve uma senhora que fez mais de 10 queixas contra o marido por maus tratos e ameaças de morte, nada foi feito a não ser quando ele a matou mesmo.
Não falo de outros por falta de conhecimento próprio, mas sobre a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima tenho a dizer que me deixou muito triste um dia que lhes pedi ajuda porque o pai dos meus netos estava dar pancada à minha filha, a APAV deu como resposta para voltar a ligar daì a uma hora, valeu a PSP que retirou a minha filha e netos de casa e levaram-nos para o posto da PSP, quando a APAV aceita o pedido de ajuda desta vez feito pela PSP, a ajuda que davam era esta, repara bem: acolhiam a minha filha e os filhos, mas, cada qual ía para uma associação de idades diferentes. Triste, mas real.
Beijinho
E depois ainda vem a Juíza perguntar à vitima porque é que ela demorou tanto a apresentar queixa? (Caso de Bárbara Guimarães) Como se não soubesse que entre a queixa e ajuda a vítima volta para casa e com os problemas duplicados. Enfim, é assustador ver como tudo falha...
ResponderEliminarxx