Parece-me que já aqui referi a
história do espanto de S. Pedro face à quantidade de qualidades que Deus estava
a atribuir a Portugal aquando da criação do mundo: mar azul, rios docemente
sedutores, bons ares e bom clima, beleza natural, enquanto outras regiões eram
flageladas com grandes gelos ou temperaturas exageradamente elevadas, regiões
de grandes secas ou de chuvas tropicais… Ao que Deus, sorrindo com enorme
bonomia, respondeu: «Espera até veres a gente que lá vou pôr!»
Assim aconteceu com Leiria. Cidadezinha
harmoniosa à beira pinhal plantada, serpenteada por um rio de poetas e encimada
por um castelo de conto de fadas, aqui bem na confluência de Lisboa com Coimbra
e bordeada por praias que brotam entre brandas dunas e camarinhas… Já a gente
que cá foi posta, enfim… hermética até
ao tutano!
A minha adaptação a Leiria – se alguma
vez se deu – foi dura e indizível. Olhares ora enviesados ora presunçosos,
atitudes pequeninas e de grande reserva e distanciação. Mas o pior, o piorzinho
mesmo, era quando em grupo, por exemplo num qualquer evento, as pessoas falavam
amistosamente e, se fosse possível, no dia seguinte passavam por mim e nem
bom-dia, nem boa-tarde.
Nunca entendi este tipo de comportamento(zinho) que
acontecia nos idos de 70 quando aqui cheguei (até com pessoas da minha família
afim e do partido a que aderi…) e que, infelizmente, ainda continua a verificar-se – o virar a cabeça, o pôr os
olhos no chão.
Aconteceu hoje. Uma ex-colega
(bem sei que se um “nível de ensino” que se considera algo superior…) grande simpatia
no facebook, com florzinhas para cá e
amorosos stickers para lá e quando eu
já ia de sorriso aberto para um amável «bom-dia», olhos no chão e passo acelerado.
Não entendo!
Acho que só abona a teu favor o não entenderes...:)
ResponderEliminarSão atitudes incompreensíveis e não permitas que te aborreçam muito.
Bjs.
Caramba amiga isso dói. Eu sou muito "despassarada" e posso passar por uma pessoa sem a ver, mas ver a pessoa e baixar a cabeça e acelerar o passo? Isso é de gente mal formada.
ResponderEliminarUm abraço
Caramba amiga isso dói. Eu sou muito "despassarada" e posso passar por uma pessoa sem a ver, mas ver a pessoa e baixar a cabeça e acelerar o passo? Isso é de gente mal formada.
ResponderEliminarUm abraço
~~~
ResponderEliminar~ Que (maus)comportamentos, querida Graça!
Eu tinha posto os olhos no céu e tinha sido infelicíssima...
Valham-te, então, a tua linda família, alguns bons amigos,
as belezas naturais e monumentais e a história...
~~~ De mim, sempre leais beijinhos sorridentes. ~~~
... nem queira entender! Existe um tipo de inveja, das pequeninnnnnnnnnas, "involuntária" (digo bem?...) As/os "bruxinhas/os" ocupam-se com o "mau olhado" (ou será o mal de inveja?..) com passes de "mágica" - quando o mal "é de nascença"... nada a fazer. Uma boa semana, Graça.
ResponderEliminarSe a estupidez pagasse imposto andavam todos carimbados (Raul Solnado).
ResponderEliminarBjs
Portugal sofre daquele mal de que acusam os partidos comunistas: O comunismo até é bom, o problema são os comunistas. eheheh
ResponderEliminarÉ uma atitude que até compreendo nas grandes cidades e entre pessoas desconhecidas. Se em Lisboa andássemos a dar a salvação a todos os transeuntes, chegávamos ao trabalho já cansados. E Leiria também não é uma cidade assim tão pequena. Mas entre pessoas conhecidas, acho estranho. E digo com toda a franqueza: se um "amigo" do Facebook me fizesse uma parecida, quando chegasse a casa a primeira coisa que fazia era correr com ele. eheheh
Não é só por aí , cá também há disso. É como diz . é geral.Não lhes dou grande importância , logo que possível levam a resposta.
ResponderEliminarM.A.A.
Ora cá está um bom exemplo de situações que eu pretendo combater com a realização tão frequente quanto possível dos nossos "Encontros / Almoços" !
ResponderEliminarSem dúvida que também na blogosfera essas situações possam acontecer ! As amizades virtuais também estão sujeitas a isso, mas elas são apenas a "semente" que tem que ser bem regada e cuidada e nada como combater essas coisas com a presença física e o conhecimento pessoal !
Neste momento posso garantir que os que me conhecem pessoalmente podem contar comigo como "grande amigo" e julgo que nenhum/a terá qualquer razão de queixa !
Um forte abraço (ou dois, três ou quatro) selam uma boa amizade !
E cá vai o tal abraço querida amiga Graça ! :))
Pois é! Essa sua "amiga", se tivesse necessidade de alguma referencia sua para resolver um qualquer problema, derreter-se-ia junto a si. Mas esse tipo de pessoas, funcionam como que nunca precisarão de ninguém, quando afinal todos nós, em certas alturas, sempre precisamos de terceiros...
ResponderEliminarRecordo uma senhora conservadora do registo civil que complicou, sem necessidade, a regularização pelo óbito da mãe de uma médica. Passados poucos dias, infelizmente, deu entrada de urgência no hospital onde a médica estava de turno. Reconheceu, certamente, que todos precisamos uns dos outros.
Graça, tente não dar importância a um comportamento que só deve envergonhar a outra pessoa. Por muitos pozinhos e brilhantes que se coloque na vida virtual (Facebook e afins), é na vida real que as pessoas se revelam, ao natural.
ResponderEliminarUm beijinho
Pois então...toma que levas o recado!
ResponderEliminarInfelizmente que isto é muito frequente.
Foi há 40 anos que vivi em Leiria durante três meses. Tive essas mesmas sensações e, embora as tenha atribuído ao facto de não ter tido tempo de me aclimatar, fiquei com um bocadinho de alergia à cidade. O mesmo se passou em relação a Castelo Branco mas, hoje em dia, essa é uma cidade que me atrai, pois sou sempre muito bem recebido quando lá vou.
ResponderEliminarPessoas assim há em toda a parte. É passar ao lado e pronto. :)
ResponderEliminarPara além das que baixam a cabeça há também aquelas que nem nos reconhecem (ou assim parece) e fica uma pessoa a pensar que, realmente, é absolutamente insignificante. E toma lá um tiro na auto-estima. O que vale é usar colete à prova de bala. :)
Eu sou de Leiria, nasci numa aldeia perto e estudei num colégio da cidade, cedo saí daí, mas sinto o mesmo que tu quando lá vou. Penso que há petulância a mais e um novo riquismo que tresanda e vaidade até dizer chega. Preocupam-se com o carro do vizinho, com as fatiotas, mas e andam de nariz empinado. Tenho contudo por lá boas amizades, mas de um modo geral é um ambiente que também não gosto.
ResponderEliminarTens que dar valor aos bons amigos que deves ter por aí e ignorar certa gentinha.
Beijos Graça
Pode ser míope! Eu tenho esse problema - não gosto de usar óculos e quando não posso usar lentes, não consigo ver ninguém...(um dia até ia a desviar-me no passeio de uma das minhas irmãs que pensou que eu estava a brincar, porque não a reconheci).
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