O tempo que dista entre estas
datas revolucionárias de nossa boa memória que são o 25 de Abril (para sempre
com letra maiúscula por muitas ortografias novas que venham a acontecer) e o 1º
de Maio cria sempre em mim um lampejo, um enorme arrepio que me eriça os nervos
num tremor que mexe entre a alegria e a exaltação.
Nestes últimos anos de triste declínio
da vida das pessoas, de desaparecimento de instituições e de ardilosos tramas
por parte de quem jurou governar a bem do povo, essa agitação interior tem
vindo a esmorecer e este ano, perante os trapaceiros espetáculos circenses a
que temos assistido no âmbito da Justiça, da Educação, da Saúde e hoje mesmo da
Economia com o carrocel da venda da TAP – até o senhor presidente que jurou uma
Constituição popular, plural e laica veio dizer: «Deus queira que não aconteça
nada de mal à TAP…» (tenho a certeza que o presidente Thomaz não diria melhor…)
aquela minha excitação algo saborosa passou a uma inquietação tumultuosa e
perturbadora.
Tenho dado comigo a dizer tantas
vezes: «Nunca pensei que chegássemos a
este ponto, a este estado a esta situação!»
E pior, mas mesmo muito pior: nunca
pensei chegar a ver um ex primeiro-ministro (em Portugal as pessoas de visão
não são bem-quistas e normalmente são afastados e bem arrastadas na lama)
encarcerado há cinco longos meses, bem longe de Lisboa, sem saber – nem ele nem
nós – por que razão ao certo, com “culpas” diárias diferentes desferidas nos
jornais sem que se saiba com que fundamento ou fonte. E não me venham a falácia
de que temos de «deixar a Justiça trabalhar» porque esta bem se tem de
esquecido de «trabalhar» com tantos outros «suspeitos» com «indícios» de terem graves
culpas muito mais fundadas e andam por
aí a viver regaladamente por esse mundo fora e ainda são elogiados nos
discursos deste atual primeiro-ministro.
Li hoje no jornal que o homem que
anteontem matou a ex-mulher, os sogros e um enteado ficou em prisão preventiva
por perigo de fuga e outras razões muito parecidas com as que levaram à prisão
preventiva do ex pm.
Esta fotografia foi das imagens
que mais perturbou aquela minha habitual exultação em memória destes dias de
lembrança revolucionária – garanto! E lamento...
O desassossego é a antecâmara da acção
ResponderEliminarO lamento não
Aja
Toda a razão, meu amigo!
EliminarEsta fotografia só me faz lembrar as de Caxias e fico logo mal...
ResponderEliminarAcho que a Justiça em Portugal está muito farrusca e que Alexandre , o "Grande" , não flor que se cheire .Lamentavelmente , estamos a assistir a uma refinada vingança da magistratura contra o Primeiro.Ministro que teve a ousadia de mexer nos interesses da classe...
Abraço grande, Graça
Uma infâmia, São!!
EliminarFaz, de facto, lembrar Caxias... Muito lamentável.
Beijinhos, São!
A par desta foto, igualmente me perturbou aquela imagem do Coelho a fazer a apologia dum tal DL ex BPN, indicando-o como um exemplo a seguir de como triunfar na vida. É preciso ter lata!
ResponderEliminarPouca vergonha!!
EliminarEsta, de facto, Graça, é dum despudor que raia o ridículo e o imperdoável. Como é possível jogar com a "memória" ainda que de galinha, do povo?!
EliminarNós não podemos esquecer que estes snrs. ainda têm contas a prestar. Mais tarde ou mais cedo essas contas têm que ser feitas.
bj
Todos (se não todos poucos serão os que não) ganharam com o 25 de Abril.
ResponderEliminarE quanto mais ganharam mais se esqueceram do que foi e porque aconteceu o 25 de Abril.
Com desplante e arrogância exibem a lapela dos seus casacos "libertas" dum cravo vermelho como que desejando fazer crer que nada deve à revolução dos cravos. Onde estariam se ela não tivesse acontecido?
E falam, e "botam" discursos inflamados das suas verdades confiando na curta memória dos que os ouvem ou dos que ao ouvi-los se aproveitem para "singrar" como eles se aproveitaram. E continuam aproveitando-se.
Infelizmente é verdade que as novas gerações desconhecem por completo as razões que levaram ao 25 de Abril. Chegam a questionar o facto mesmo com absoluto desconhecimento da situação do país e das pessoas, antes daquela data.
É uma tristeza o grau de ignorância e de respeito, tal como acontece com o 1º de Maio.
Apesar de tuda esta desilusão deixo-te um sorriso com um beijo :)
Agradeço o teu belo comentário, Kok!
EliminarMesmo desiludidos não podemos, não devemos deixar de sorrir..
Beijinho
~ Entretanto, Dias Loureiro teve a «absolvição política», de pedrocas,
ResponderEliminarpassos de coelho... Citação da excelente crónica de hoje, publicada
por F. Seixas Costa, no seu blogue.
~ Também, vale a pena ler «Anatomia de um intocável», na Visão.
~~~~~~ Ao nível que descemos! ~~~~~~
~ Ao nível das «Repúblicas das Bananas» - com definição na Wikipédia.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
~~~ Beijinhos. ~~~~~~~~~~~~~~~~~
Esse coelho dos subúrbios não tem vergonha nenhuma nas fuças!! Mas também pode fazer e dizer tudo o que lhe apetecer porque ninguém reage! Povo de bananas...
EliminarBeijinho.
Concordo com o que diz e o comentário da São. Desculpe , mas tenho tido muito que fazer , vim de fóra , leio tudo em diagonal, mas procuro andar informada.Um abraço.
ResponderEliminarM.A.A.
Nada para pedir desculpas, minha querida amiga! Eu é que agradeço os seus sensatos comentários.
EliminarBeijinho.
Gracinhamiga
ResponderEliminarRealmente a imagem é de fazer chorar - de tristeza e emoção. Eu também choraria, mas tendo em conta a frase feita: Os homens nunca choram...
Qjs
Não sei, não, Henriquamigo!....
EliminarBeijinhos.
(Eliminei o comentário abaixo porque estava repetido)
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarEsta gente não se enxerga.
ResponderEliminarApesar dos bananas, anestesiados a porco e copos de tinto e comidos por discursos despudorados e mentirosos, há-de haver um tempo em que a venda da JUSTIÇA será real.
Será que o dito senhor economista, que foi a Paris anunciar 2% de aumento do PIB (depois da descida do petróleo, da bomba Draggi e da baixa de juros), também percebe de transporte aéreo? É um espectáculo. Já terá ido pôr uma velinha a Fátima? Vistam-lhe a farda do almirante. Ficava-lhe a matar.