(O Rancho Tá-Mar da Nazaré, em 1977) |
Não sou muita dada ao folclore
(apesar de ter aprendido a dançar a Vareira de Barcelos, o Vira da Nazaré e
alguns passos do Fandango) e muito menos a folclores!
Mas, infelizmente, este “nosso
povo” é! Dado a folclores, digo eu. Desde que haja quem toque, este “nosso
povo” dança. E diverte-se. E depois fica-se por aí. Atrevo-me a dizer que nos
falta a ”guelra”. «Guts»!«Balls»! (em estrangeiro
soa menos agressivo…)
Veja-se o exemplo das
manifestações. Convocam-se as manifestações: o pessoal acorre com mais ou menos
empenho; o pessoal mune-se de uns cartazes bem divertidos, canta, grita umas
frases ensaiadas contra o “governo”; depois dispersa e no dia seguinte, tudo continua
exactamente na mesma. Lembram-se da manifestação de 15 de Setembro de 2012?
Aquilo é que foi! Passeámos pelas avenidas, gritámos, cantámos, empunhámos os
nossos cartazes cada um mais divertido do que o outro, e depois… nada! Até as
manifestações dos polícias, que chegaram até à porta da Assembleia… nada!
Dizem uns amigos especiais que eu
tenho quando os questiono, que não se pode fazer como fez o Buíça, ou o Miguel
Vasconcelos ou até o Otelo, porque estamos em democracia… Estamos, ou gostamos
de pensar que estamos? O Hitler também foi eleito e deu no que deu…
Outra espécie de folclore são as
visitas que os amigos do ex primeiro-ministro – encarcerado e amordaçado à
força há três meses sem que nada de concreto se saiba – têm feito a Évora. Que
vão lá na qualidade de amigos, muito “politicamente corretos”, muitos “punhos
de renda”, etc. e tal, mas tomarem uma atitude colectiva de solidariedade, de
força, de cidadania até – não! Há que deixar as instituições funcionarem… How
convenient!!
Ora tudo isto para chegar à
questão local.
Aquela escola que eu chamei de
minha durante 37 anos da minha vida abriu portas em novas instalações nos idos
de 82 e, como era B2,3, não foi incluída no programa de reabilitação das
escolas que o malevolamente gastador governo anterior lançou para renovar as
escolas secundárias. Como se pode imaginar, está muito necessitada de obras de
recuperação que o (também folclórico) diretor que me ganhou o lugar (também de
forma muito folclórica, diga-se) prometeu que viriam assim que ele ascendesse à
direção por meio de fotografias emblemáticas que ele enviaria à defunta DREC.
As fotografias foram e voltaram a ir, mas obras não vieram… Agora o pavilhão
gimnodesportivo está em colapso e já nem permite que as aulas lá funcionem. O
homem das fotografias emblemáticas já lá não está, permanecendo os seus
apaniguado, embora, que certamente têm enviado mais fotografias. Mas as obras
nada de virem! Então, esta semana, os pais resolveram fechar a escola a cadeado
para forçar as coisas. Bem! – pensei eu, até porque as direções atualmente, por
muito que o (C)rato diga que têm mais autonomia, não têm é nenhuma – que
autonomia aconteceu mas foi no tempo do Ministro Roberto Carneiro! Porém…
folclore, uma vez mais! Os pais fecharam a escola entre as 8.00 e as 8.40 da
manhã e depois abriram-na e pronto! Que enorme pressão!!
Assim não vamos lá! Em nenhuma
das situações. Digo eu.
E viva o "folclore", realmente!
ResponderEliminarBjs
O pessoal quer é férias e carros do Cola-Cao (lembras-te de quando o Carlos Cruz tinha um programa em que saíam automóveis patrocinados pelo Cola-Cao?)
EliminarSim Graça às vezes também penso
ResponderEliminar"como é possível que não se resolva?!" até quando é tão óbvio que é para o bem comum?
folclore e "baile mandado" em que "semos" especialistas - fique "Voscência" sabendo...
ResponderEliminarbeijo
É que não há dúvidas!
EliminarNem os pais tiveram "balls"! Ahahahah!
ResponderEliminarUma vergonha, Catarina!!
EliminarAh mulher!
ResponderEliminarVocê que é das valentes
Agarrava no cadeado e nas correntes
E gritava bem alto, na sua legitima razão
"ou vem de lá escola nova ou o barracão vai já ao chão!"
Não brinque! Olhe que já o fiz em tempos.... (nem queira saber a vergonha que eu senti quando no Conselho Pedagógico me disseram de mim (e por duas vezes) que eu era mulher de ... tomates... )
EliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEntão a este género de folclore é que não! O povo está cada vez mais passivos e assim vai o nosso país.
ResponderEliminarBeijinho Graça, tem um bom domingo.
~ Um fenómeno muito preocupante que 'a priori' evidencia medo, mas que bem merecia um estudo de especialistas de comportamento.
ResponderEliminar~ Falta de confiança na justiça e receio da retaliação parecem as causas mais prováveis.
~ ~ ~
Bom para os sociólogos. Mas não para o Barreto ou para a sua companheira Mónica que esses estão com prados.
EliminarO povo e o cabresto do mando...
ResponderEliminarAbraço.
Folcloricamente o povo foi formatado segundo a norma do homem das botas. Ainda hoje se percebe que a epidemia continua a(c)tiva, passando por via genética à juventude, basta ouvir certas conversas de meninos de 20 - 30 anos que por aí andam.
ResponderEliminarAs bolas, neste país à beira-mar plantado, têm uma utilização mais prosaica: rebolarem nos estádios de futebol. Será por isso que a história não se altera?
De vez em quando, há uns fogachos mas são de pólvora seca.
Boa semana, Graça Sampaio.
Uma tristeza, Agostinho! Uma enorme tristeza!
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