Gosto de ler biografias e autobiografias.
Sempre que aparece uma de ou sobre um(a) autor(a) português(a) que me pareça
interessante, leio. Nada a ver com fotobiografias (também tenho algumas) que
essas interessam mais pelas fotos do que pelo conteúdo.
Não me atraem as biografias
propriamente pelo que aconteceu ou não nas vidas dos biografados – se bem que
esses factos sejam também “giros” de saber – mas especialmente pelo que se pode
aprender acerca das circunstâncias sociais, temporais e históricas.
Foi nessa assunção que li algumas
biografias de autores do século XX. Estou a lembrar-me da dolorosa (mas não
lamechas) «Autobiografia» de Luís Pinto-Coelho ou a excelente biografia de João
Pedro George sobre o louco autor Luíz Pacheco ou até – ou especialmente – o «Bilhete
de Identidade» da arrogante Maria Filomena Mónica. Todas elas acrescentaram um
pouco – ou um muito – mais de conhecimento sobre o século XX em Portugal. Mas
não se cultiva muito o género cá pelo país, o que é uma pena.
Isto mesmo vi escrito numa
crónica de Eduardo Pitta das coligidas no seu último livro «Pompas Fúnebres» pp
56-57. Diz o crítico literário: «A gente olha em volta e fica a pensar na enxurrada
de informação (social, política, literária) que representariam as biografias de
Manuel Teixeira-Gomes, Aquilino Ribeiro, Mário de Sá-Carneiro, José de Almada
Negreiros, Florbela Espanca, (…) Miguel Torga, (…) Vergílio Ferreira, Sophia de
Mello Breyner Andresen, Jorge de Sena (…) Luís Miguel Nava. (…)(Nesta lista de
40 autores, nascidos entre 1860 e 1957, há três ainda vivos.) Nem todas urgentes, com certeza, porque a
importância relativa das obras e o grau de intervenção pública nem sempre
coincidem. Mas uma dúzia bem escolhida faria a história do século XX português.
Os seus equivalentes ingleses, norte-americanos e franceses estão todos
biografados, alguns mais de uma vez. (…) E nós por cá? Nós por cá talvez
preferíssemos trocar a lenda (…)
pelas biografias a que temos direito.»
E eu que de bom grado as leria,
sem dúvida.
As biografias e as autobiografias não são a minha leitura de eleição, salvo a de Pierre Elliott Trudeau que li com muitíssimo gosto.
ResponderEliminarUm dia
ResponderEliminarEscreverei a minha autobiografia
Sou a pessoa mais importante que até hoje conheci
(logo a seguir a mais de uma centena de outros)
Devo assumir que não sou atraída por esse género...
ResponderEliminarBons sonhos :)
Ao contrário da São, eu gosto de ler biografias.
ResponderEliminarAlgumas, pelo menos.
Beijinhos
Não sou muito dada a ler biografias, mas cá em casa o marido devora tudo :)
ResponderEliminarVou passar-lhe esta informação.
beijinho
Fê
As poucas que li, pois não são minhas preferidas, vejo que é um "incensar" do ego...
ResponderEliminarAbraço.
Dessas também não gosto, Célia!
EliminarBeijinho.
É leitura que só costumo fazer por "necessidade", mas se calhar devia encará-las de outra forma. Reconheço que ganharia com isso.
ResponderEliminarComo ficou bem afirmado, as biografias não são, nem de longe, o género preferido das nossas gentes. Se calhar por isso é que não se escrevem muitas e, por não se escreverem muitas e de boa qualidade, como diz o escritor Eduardo Pitta, é que é um género pouco admirado.
ResponderEliminarBoa noite e obrigada pelas vossas opibniões.