terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Biografias


Gosto de ler biografias e autobiografias. Sempre que aparece uma de ou sobre um(a) autor(a) português(a) que me pareça interessante, leio. Nada a ver com fotobiografias (também tenho algumas) que essas interessam mais pelas fotos do que pelo conteúdo.

Não me atraem as biografias propriamente pelo que aconteceu ou não nas vidas dos biografados – se bem que esses factos sejam também “giros” de saber – mas especialmente pelo que se pode aprender acerca das circunstâncias sociais, temporais e históricas.

Foi nessa assunção que li algumas biografias de autores do século XX. Estou a lembrar-me da dolorosa (mas não lamechas) «Autobiografia» de Luís Pinto-Coelho ou a excelente biografia de João Pedro George sobre o louco autor Luíz Pacheco ou até – ou especialmente – o «Bilhete de Identidade» da arrogante Maria Filomena Mónica. Todas elas acrescentaram um pouco – ou um muito – mais de conhecimento sobre o século XX em Portugal. Mas não se cultiva muito o género cá pelo país, o que é uma pena.

Isto mesmo vi escrito numa crónica de Eduardo Pitta das coligidas no seu último livro «Pompas Fúnebres» pp 56-57. Diz o crítico literário: «A gente olha em volta e fica a pensar na enxurrada de informação (social, política, literária) que representariam as biografias de Manuel Teixeira-Gomes, Aquilino Ribeiro, Mário de Sá-Carneiro, José de Almada Negreiros, Florbela Espanca, (…) Miguel Torga, (…) Vergílio Ferreira, Sophia de Mello Breyner Andresen, Jorge de Sena (…) Luís Miguel Nava. (…)(Nesta lista de 40 autores, nascidos entre 1860 e 1957, há três ainda vivos.) Nem todas urgentes, com certeza, porque a importância relativa das obras e o grau de intervenção pública nem sempre coincidem. Mas uma dúzia bem escolhida faria a história do século XX português. Os seus equivalentes ingleses, norte-americanos e franceses estão todos biografados, alguns mais de uma vez. (…) E nós por cá? Nós por cá talvez preferíssemos trocar a lenda (…) pelas biografias a que temos direito.»

E eu que de bom grado as leria, sem dúvida.

9 comentários:

  1. As biografias e as autobiografias não são a minha leitura de eleição, salvo a de Pierre Elliott Trudeau que li com muitíssimo gosto.

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  2. Um dia
    Escreverei a minha autobiografia
    Sou a pessoa mais importante que até hoje conheci
    (logo a seguir a mais de uma centena de outros)

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  3. Devo assumir que não sou atraída por esse género...

    Bons sonhos :)

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  4. Ao contrário da São, eu gosto de ler biografias.
    Algumas, pelo menos.
    Beijinhos

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  5. Não sou muito dada a ler biografias, mas cá em casa o marido devora tudo :)
    Vou passar-lhe esta informação.

    beijinho

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  6. As poucas que li, pois não são minhas preferidas, vejo que é um "incensar" do ego...
    Abraço.

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  7. É leitura que só costumo fazer por "necessidade", mas se calhar devia encará-las de outra forma. Reconheço que ganharia com isso.

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  8. Como ficou bem afirmado, as biografias não são, nem de longe, o género preferido das nossas gentes. Se calhar por isso é que não se escrevem muitas e, por não se escreverem muitas e de boa qualidade, como diz o escritor Eduardo Pitta, é que é um género pouco admirado.

    Boa noite e obrigada pelas vossas opibniões.

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