quarta-feira, 30 de julho de 2014

Não suporto seguros!!

De facto não suporto seguros! Não, não é desse Seguro que vou falar agora, se bem que… enfim. 

Cresci a ouvir o meu pai a dizer mal dos seguros, que não servem para nada, que servem apenas para nos levarem dinheiro, de modo que quase posso afirmar que é uma aversão que já me veio nos genes. E, apesar de o meu pai não ter tido vida que chegasse para assistir nem aos primeiros passos do homem na Lua – morreu uns meses antes – se ainda estivesse vivo, continuaria a estar coberto de razão. Os seguros são assim como que um mal necessário. Obrigatórios nem que seja moral e socialmente, mas inúteis quando são precisos.

Temos um seguro de habitação daqueles chamados multirriscos que cobrem isto e mais aquilo e mais aqueloutro no caso de e mais de e mais de… É um seguro feito nos idos de 89, que tem mudado de seguradora para seguradora à medida que elas foram desaparecendo ou se foram fundindo e que dizem que vai sendo actualizado.



Felizmente nunca foi preciso até hoje accionar o dito seguro, mas desde o início da semana temos uma fuga de água à saída da porta e tem sido um problema para descobrir onde é que o raço do cano está roto. 

Aí lembrei-me que temos um seguro multirriscos e vai de contactar a seguradora. Depois de ter de marcar um para isto, mas for isto marque três e se for ainda aquilo marque nove, lá fui atendida por um senhor muito amável e disponível que, depois de se inteirar do “meu problema”, me disse de forma muito polida que realmente lamentava muito mas o seguro só cobre problemas dentro de casa. Entende-se! Até porque a água até nem vem de uma rede comum, cada um tem uma mãe de água em sua casa…

Depois de lhe ter transmitido todas estas e outras ironias da forma mais assertiva (é bonito ser-se assertivo e está na moda) o senhor lá me concedeu a graça de me informar que poderia abrir um processo no qual exporia a situação ao gestor que depois me diria se a minha pretensão poderia ou não ser aceite. Lá tive de continuar com as minhas ironias (sempre em baixo tom de voz e de forma assertiva, claro) dizendo que o tal gestor certamente viveria numa habitação em que os canos não se rompem e tem um seguro de habitação como deve ser e, quando decidisse sobre o “meu caso” daqui por três ou quatro meses, eu já não seria cliente da seguradora…

Os seguros não servem mesmo para nada senão para receberem o respetivo prémio periodicamente. Quando vamos fazer um seguro, o mediador assevera que o mesmo cobre tudo e mais um par de botas. Porém, quando temos de recorrer aos seus serviços … ah! os azulejos são encarnados? Pois é…. mas estre seguro só cobre azulejos brancos…  lamentamos…

Tudo isto eu disse ao colaborador da seguradora - agora já não se diz «funcionário» nem «empregado»… agora são todos «colaboradores»: maneirismos à portuguesa!


Sempre com grandes preocupações com o acessório e nenhuma com o essencial  - à portuguesa!

12 comentários:

  1. Não é por acaso, que a "indústria seguradora" se inscreve no sector financeiro... venha o dinheiro!

    Enfim, Seguros...

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  2. "Obrigatórios nem que seja moral e socialmente, mas inúteis quando são precisos."
    Nunca li melhor definição de seguros, Graça!

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  3. Eu escrevia, mesmo sabendo que não ganharia nada com isso, só pelo "gozo" de os obrigar a responder.


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  4. As coberturas dos seguros estão de tal maneira concebidos que, curiosamente, o "nosso" acidente raramente se inclui nos anunciados... Funcionam muito bem, quando se vence o pagamento da apólice...
    Cumprimentos, Graça.

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  5. Em todo o caso "O seguro morreu de velho" e todos caímos na esparrela mesmo quando não somos obrigados...como dizes! :(

    Abraço

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  6. Cuidado com os seguros e, porque não, com o Seguro :)

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  7. Pois então, Graça... me peguei pensando dia desses em rescindir meu contrato com a seguradora, pois todo e qualquer conserto doméstico, tenho que pagar... Irritante ser roubada assim.
    Abraços.

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  8. E é na mão desta gente que o governo quer entregar as reformas futuras!

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  9. O negócio anda mal - aplicações, fundos sem fundo - então é só cortar. Nas apólices há umas letrinhas muito pequenininhas, que ninguém lê e mesmo que lesse não entenderia, que servem de pára-quedas às companhias.
    O resultado é universal: o mexilhão é que se lixa.

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  10. Mesmo dando o beneficio de que possa haver seguradoras que o são apenas de nome, já alguém parou para pensar no papel social das seguradoras? quem é paga as incapacidades de todos aqueles que estão incapacitados para toda a vida, quando vitimas de um acidente de trabalho de acidente de viação.
    Será que já alguém pensou que quando está a fazer um seguro o que querem é o mais barato e não o melhor???!!?
    Vale a pena pensar nisto...

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