De facto não suporto seguros!
Não, não é desse Seguro que vou falar agora, se bem que… enfim.
Cresci a ouvir o
meu pai a dizer mal dos seguros, que não servem para nada, que servem apenas
para nos levarem dinheiro, de modo que quase posso afirmar que é uma aversão
que já me veio nos genes. E, apesar de o meu pai não ter tido vida que chegasse
para assistir nem aos primeiros passos do homem na Lua – morreu uns meses antes – se
ainda estivesse vivo, continuaria a estar coberto de razão. Os seguros são
assim como que um mal necessário. Obrigatórios nem que seja moral e
socialmente, mas inúteis quando são precisos.
Temos um seguro de habitação
daqueles chamados multirriscos que cobrem isto e mais aquilo e mais aqueloutro
no caso de e mais de e mais de… É um seguro feito nos idos de 89, que tem mudado
de seguradora para seguradora à medida que elas foram desaparecendo ou se foram
fundindo e que dizem que vai sendo actualizado.
Felizmente nunca foi preciso até
hoje accionar o dito seguro, mas desde o início da semana temos uma fuga de
água à saída da porta e tem sido um problema para descobrir onde é que o raço
do cano está roto.
Aí lembrei-me que temos um seguro multirriscos e vai de
contactar a seguradora. Depois de ter de marcar um para isto, mas for isto
marque três e se for ainda aquilo marque nove, lá fui atendida por um senhor
muito amável e disponível que, depois de se inteirar do “meu problema”, me
disse de forma muito polida que realmente lamentava muito mas o seguro só cobre
problemas dentro de casa. Entende-se! Até porque a água até nem vem de uma rede
comum, cada um tem uma mãe de água em sua casa…
Depois de lhe ter transmitido todas
estas e outras ironias da forma mais assertiva (é bonito ser-se assertivo e
está na moda) o senhor lá me concedeu a graça de me informar que poderia abrir
um processo no qual exporia a situação ao gestor que depois me diria se a minha
pretensão poderia ou não ser aceite. Lá tive de continuar com as minhas ironias
(sempre em baixo tom de voz e de forma assertiva, claro) dizendo que o tal
gestor certamente viveria numa habitação em que os canos não se rompem e tem um
seguro de habitação como deve ser e, quando decidisse sobre o “meu caso” daqui
por três ou quatro meses, eu já não seria cliente da seguradora…
Os seguros não servem mesmo para
nada senão para receberem o respetivo prémio periodicamente. Quando vamos fazer
um seguro, o mediador assevera que o mesmo cobre tudo e mais um par de botas. Porém,
quando temos de recorrer aos seus serviços … ah! os azulejos são encarnados? Pois
é…. mas estre seguro só cobre azulejos brancos…
lamentamos…
Tudo isto eu disse ao colaborador
da seguradora - agora já não se diz «funcionário» nem «empregado»… agora são
todos «colaboradores»: maneirismos à portuguesa!
Sempre com grandes preocupações
com o acessório e nenhuma com o essencial
- à portuguesa!
Não é por acaso, que a "indústria seguradora" se inscreve no sector financeiro... venha o dinheiro!
ResponderEliminarEnfim, Seguros...
"Obrigatórios nem que seja moral e socialmente, mas inúteis quando são precisos."
ResponderEliminarNunca li melhor definição de seguros, Graça!
Eu escrevia, mesmo sabendo que não ganharia nada com isso, só pelo "gozo" de os obrigar a responder.
ResponderEliminarAs coberturas dos seguros estão de tal maneira concebidos que, curiosamente, o "nosso" acidente raramente se inclui nos anunciados... Funcionam muito bem, quando se vence o pagamento da apólice...
ResponderEliminarCumprimentos, Graça.
Em todo o caso "O seguro morreu de velho" e todos caímos na esparrela mesmo quando não somos obrigados...como dizes! :(
ResponderEliminarAbraço
Cuidado com os seguros e, porque não, com o Seguro :)
ResponderEliminarBem observado, Observador...
ResponderEliminarPois então, Graça... me peguei pensando dia desses em rescindir meu contrato com a seguradora, pois todo e qualquer conserto doméstico, tenho que pagar... Irritante ser roubada assim.
ResponderEliminarAbraços.
E é na mão desta gente que o governo quer entregar as reformas futuras!
ResponderEliminarO negócio anda mal - aplicações, fundos sem fundo - então é só cortar. Nas apólices há umas letrinhas muito pequenininhas, que ninguém lê e mesmo que lesse não entenderia, que servem de pára-quedas às companhias.
ResponderEliminarO resultado é universal: o mexilhão é que se lixa.
Seguro para quem?...
ResponderEliminarbeijo
Mesmo dando o beneficio de que possa haver seguradoras que o são apenas de nome, já alguém parou para pensar no papel social das seguradoras? quem é paga as incapacidades de todos aqueles que estão incapacitados para toda a vida, quando vitimas de um acidente de trabalho de acidente de viação.
ResponderEliminarSerá que já alguém pensou que quando está a fazer um seguro o que querem é o mais barato e não o melhor???!!?
Vale a pena pensar nisto...