Acreditamos, para nossa própria
paz de espírito e equilíbrio emocional, numa qualquer justiça superior, uma
justiça divina ou cósmica, uma espécie de conta-corrente que, de alguma
maneira, nos alivie as dores dos maus momentos e das maldades de que por vezes
somos vítimas e que se traduz pelo simples e popular ditado «cá se fazem, cá se
pagam».
Veio-me à mente este pensamento (tão
profundo…) quando, um dia destes, depois de descaroçar a agulha de croché quilo
e meio de ginjas para fazer doce, fiquei com a pele dos dedos e a unhas pretas
como se tivesse andado a trabalhar na terra ou não limpasse as unhas há quinze
dias. E não houve creme, limão ou lixívia que as conseguisse fazê-las voltar a
um aspeto mais limpinho.
Quando, vai para quarenta anos,
me vi obrigada a finalmente vir morar para Leiria, vim encontrar uma sociedade
que mantinha um estilo de vida em muitos aspectos diferente daquele a que eu
vinha habituada. Um dia tive de ir a uma agência do extinto Banco Pinto e Sotto
Mayor fazer, a pedido do meu marido, um depósito e, naturalmente, pus-me na
bicha (desculpem-me: recuso-me a dizer «fila» como se usa agora) para a caixa. O
meu espanto foi mais que muito quando o funcionário da caixa começa a chamar
pelo nome e com toda a deferência clientes (homens, claro!) para os atender à
frente das pessoas que estavam na bicha. Lá me mantive à espera da minha vez de
ser atendida até porque não queria chegar a casa sem ter realizado o dito
depósito mas com alguma revolta, uma fúria como nem imaginam. Mas o pior ainda
estava para vir… É que, quando finalmente cheguei ao balcão, reparei, com alguma repulsa, que o funcionário tinha as unhas pretas, pretas como se tivesse acabado
de trabalhar na terra… Tal como as minhas depois de descaroçar as ginjas…
(imagem da net) |
E o doce ficou bom? adoro esse doce, por isso tivesse ginjas não me importava nada de ficar com as unhas em misero estado...fazia doce também
ResponderEliminarBjs
Gostei de conhecer esse acontecimento, quem sabe o tipo não tinha mesmo descascado ginjas.
ResponderEliminarApós a minha ausência forçada estou voltando aos pouquinhos.
Beijinho e uma flor
Gracinhamiga
ResponderEliminarUnhas negras fazem-me logo recordar o Francisco José do nosso tempo:
Olhos negros são traição
são cruéis como punhais
olhos bons com coração
os teus olhos leais
Deixa-te de tristezas pelas unhas negras. Espera-se a todo o momento que de fontes seguras nos chegue a informação de que o doce ficou... doce.
Mas, apenas um lembrete: para a próxima vez faz uma ginjinha com elas; é saborosa e não tens que descaroçar as ginjas. E além do mais, não precisas de lavar as unhas, porque elas gastam-se... :-)
Qjs
Está a chegar a II parte da Caxemira sem elas
Acho que o bancário era "sugismundo" e há tempos não cuidava da higiene... Agora, você Graça, dedicou-se à uma saborosa culinária! Assim sendo, valeu as unhas escuras!
ResponderEliminarAbraços.
Não há verniz que "disfarce"!! : )
ResponderEliminarGosto de ter as mãos limpas,mas andar o dia todo no jardim não é possível. Lavo-as com sabão e uma escova,mas nunca ficam bonitas.
ResponderEliminarQuanto aos que atendem público parece-me que devem ter ainda mais cuidados.
Hoje as luvas evitam muitas situações desagradáveis.
Fazer depósitos nunca pertenceu ao meu "pelouro" e fazer doce de ginja também não, o de ameixa sim! :)
ResponderEliminarNão sabia que as ginjas deixavam as unhas nesses estado...
Quanto ao que contas, palavra que me espanta semelhante atitude abaixo de provinciana!
Abraço
Costumo dizer " mulher dotada , mulher explorada "... Sabe fazer doce de ginja ?...Eu esqueci-me...estou desmemoriada...estou como a Sofia...M.A.A.
ResponderEliminar~
ResponderEliminar~ ~ ~ Querida amiga!
~ ~ Um texto impecável com uma ilustração asquerosa! Meu Deus!
~ Esmeraste!
~ ~ O Luís tem razão. As luvas finas e aderentes são indispensãveis.
~ Descuraste as ferramentas. O meu espremedor de alhos tem um
~ descaroçador muito prático.
~ ~ Tenho imeeeeeeeeeensa inveja do doce que deve ter ficado uma
~ delícia requintada.
~ ~ Este ano não apareceram cerejas doces neste jardim, à beira mar
~ plantado.
~ ~ Boa disposição para degustares, já que a ginginha demora uns
~ meses a ficar no ponto certo.
~ ~ ~ ~ ~ Abraço. ~ ~ ~ ~ ~
~
ResponderEliminar~ Acrescento que o teu relato do caso com o troglodita, reportou-me a um caso, também inesquecível, em que engoli um sapo enooooooorme o que me deixou doente de revoltada!
~ Num dia muito complicado que envolveu correrias, tendo deixado por brevíssimo espaço ds tempo, o carro mal estacionado; fui autuada por um chefe de polícia ébrio, completamente encharcado de álccol. Tinha um bafo, que dava para acender um archote!
~ ~ ~ Beijinhos. ~ ~ ~
Confesso que unhas negras também me enojam, se bem que as entenda num trabalhador do campo ou num mecânico de automóveis. Agora nas pessoas comuns, não vejo razão, a não ser falta de higiene. Ou das ginjas, que não sabia terem esse efeito... :)
ResponderEliminarBeijocas
Henriquamigo,
ResponderEliminarTambém faço ginginha com elas: fiz no anos passado e há dois anos mas como ainda há frascos delas por aí, este ano foi tudo para doce - que é bem bom! Mas fique sabendo que também as descaroço para a ginginha... Coisas que aprendi com a minha mãe!
Se calhar, o bancário tinha andado a descaroçar ginjas!... :)
ResponderEliminarmãos sujas, perdão, unhas sujas por uma boa causa - furar ginjinhas...
ResponderEliminare doce com elas!...
beijos
Há uns 40 anos aconteceu-me o mesmo e várias vezes no supermercado, aliás o único naquela altura. A primeira vez passou, depois meti aquela gente na ordem. Felizmente hoje estamos mt mais civilizados!
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