Como é hábito dizer-se e apesar
de fugir dos lugares comuns, “a tradição já não é o que era”. Apesar de ser
míope de nascença, quase associal e de a minha acuidade auditiva estar a
desgastar-se, não consigo deixar de dar conta dos comportamentos de alguns “companheiros
de férias” especialmente enquanto se movem (ou não) dentro de água.
Não vou aqui deter-me a falar do
que significava ir à piscina nos idos de 50 ou de 60 porque muitos dos meus
simpáticos leitores, bem mais novos do que eu, poderiam pensar que eu estava a
inventar. De facto, nesse tempo, grande parte para não dizer todos os
divertimentos ou cuidados da saúde física e mental eram vistos como um luxo a
que apenas a «casta superior» tinha acesso e não é preciso dizer mais nada.
Não há necessidade porém de remontar
a meados do século passado para pensarmos em belos mergulhos, boas braçadas e
até em alguns jogos e brincadeiras quando de uma ida à piscina se tratava.
Claro que as piscinas, como tantas e tantas outras instalações ou serviços que
ainda há pouco tempo eram um certo privilégio, agora – felizmente – se
vulgarizaram, mas daí a serem usados como espaço de café…
Há dias, enquanto desfrutava da
temperatura amena e calma da água e me refastelava boiando e nadando
devagarinho, fui reparando:
- Um grupo de “trintinhas”, do género metrossexuais, com mais um “cinquentão” a armar em “trintinha” discutiam vigorosamente a forma como faziam a barba «de baixo para cima»; «ai, eu não: é de cima para baixo e só no pescoço é que…»; «mas eu descobri uma máquina da marca Bic (ou não sei qual) que é muito suave»; «e eu comprei uma Wilkinson de que não gostei nada!» E assim estiveram e se mantiveram…
- Outro grupo de “quarentinhas mais do que “trintinhas” do tipo «eu é que sei disto» debatia afanosamente os preços maravilhosamente baixos que tinham conseguido para comprarem os electrodomésticos com que tinham renovado as suas casas.
- Uma jovem mamã, meio metida dentro de água, falava alegremente ao telemóvel (quando será que nascemos já com um telemóvel implantado para podermos estar sempre ligados?) enquanto uma adolescente já com idade de universitária se sentava em pose, barriga encolhidinha, à beira da piscina, pernas dentro de água, enquanto fazia uma “selfie” certamente para pôr no facebook, sei lá!
- Por último, se bem que não em último, uma mãe de família que não se sentia muito à vontade fora de pé e para cima de quem o filho mais novo se atirou em força, berrou desajeitadamente, assustando o filho transgressor e a filha mais velha, o que atraiu o pai de família para dentro de água admoestando filho e mãe com a voz mais metálica que se possa imaginar que, atendendo à sua figura menos que mediana, não consegui entender onde ia buscar um tal nível de decibéis …
Comportamentos modernos, parece… Mas fazer de uma piscina destas espaço de café não dá...
Por muito que nos custe, porque o mundo não pára, e devemos é olhar para a frente, realmente quando olhamos para tráz e vimos que são tempos tão diferenciados os de hoje;- Pedir por favor, pode ser considerado servilismo, dizer obrigado, caiu em desuso, asneiras a esmo, e em qualquer lado sem respeito por ninguém é o prato do dia, e outros acepipes. Eu fico pior que aquele naufrago que esteve fora da civilização anos a fio e foi salvo pelo navio de cruzeiro e quando soube as novidades se atirou de novo ao mar. Ai que saudades eu tenho da ilha!... Olha amiga aguenta, são os dias de hoje, ainda tu não tiveste que levar com um grupo de meninos zaragateiros, que batem em tudo quanto é criança, e roubam as pessoas que estão ao seu redor, eu já levei com isso aí num aldeamento no Algarve.
ResponderEliminarQuem a manda andar
ResponderEliminarpor locais mal frequentados?
Educação é um bem cada vez mais escasso, Graça :((
ResponderEliminarBoa semana!
Aqui vai o conselho de uma amiga - entra só no "café" quando estiver vazio! :)
ResponderEliminarBoa continuação!
Abraço
Imagine uma piscina com 8 pistas e 25 metros de cumprimento, dentro de água (hoje às 08h35m) apenas duas pessoas, sendo eu uma delas.
ResponderEliminarNão há miúdas sentadas, nem conversas cruzadas... será que foram todos para aí?
:)
Boas férias!
Amiga Graça:
ResponderEliminarÉ por estas e por outras que eu não frequento piscinas :)
Mas hoje venho aqui me despedir, vou de férias que bem preciso.
Desejo-lhe também, se for caso disso, umas boas férias e que tudo corra bem para si e para os seus.
beijinho
Fê
ResponderEliminarPode sempre nadar-se debaixo de água. Não se ouve nada... O pior é termos de respirar.
Um beijo
Lídia
A comédia da vida, Graça! E andar no metro? O que se ouve num pequeno percurso...
ResponderEliminarBoas férias :-)))))
Bem sei, Justine! Toda a vida andei de transportes públicos...
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminaré um facto que as pessoas não têm noção dos limites e da função de cada lugar! haja paciência!
ResponderEliminarAinda bem que não gosto de piscinas!
ResponderEliminarBoa continuação Graça.
Beijinho e uma flor
Na piscina, na praia, nas esplanadas, nos transportes públicos, o comportamento tuga evoluiu para a mediocridade. Uma lástima.
ResponderEliminarO chá não terá sido distribuído democraticamente às pessoas que a Graça encontrou na piscina do hotel.
ResponderEliminarUm bom poder de observação, Graça.
ResponderEliminarMas é verdade as pessoas respeitam pouco os espaços públicos e esquecem-se que há outras pessoas a quererem usufruir de lugares calmos e limpos.
Um beijo, amiga.