Fiquei a saber pelo telejornal da manhã da RTP 1 que se celebra hoje o Dia do Vinho. Não encontrei nada de muito certo mas parece-me que, aqui em Portugal, se celebra no primeiro domingo de Julho.
Nunca na minha vida bebi sequer uma gota de vinho (não de álcool) e é até, juntamente com azeitonas, uma das minhas repulsas compulsivas - dito assim mesmo com estas duas palavras fortes e que têm a ver com «pulsões».
No tempo da minha infância e adolescência uma senhora, aqui neste país pequenino e cinzento, não bebia vinho, nem cerveja. Beberia um vinho branco, um licor, um Porto, um Madeira, um champanhe mas apenas em ocasiões especiais. Não me lembro de ver a minha mãe ou a minha avó a beberem vinho e, mesmo das minhas tias minhotas, apenas uma bebia à refeição. Havia alcoólicos de mais naquele tempo em que o Salazar dizia que «Beber vinho é dar de comer a um milhão de portugueses» por isso as mulheres da classe média não se podiam dar a esse desfrute. Beber era coisa de homens e de bêbados.
De há uns anos para cá, o "prestígio" do vinho foi-se regenerando, as marcas refinaram, passámos a ser produtores de bom vinho apreciado no estrangeiro e tudo e agora é "fino" beber vinho. Tinto se possível.
E agora até há um Dia do Vinho!
Por isso resolvi deixar aqui umas brincadeiras para, de alguma maneira, ajudar a celebrar o vinho (que eu abomino...)
Primeiro Pessoa que até foi «apanhado em flagrante delitro»
Depois a Arte: O Fado e o Vinho da nossa amiga Clotilde.
Por fim, o humor.
E, já agora ....
se calhar ainda bebem pouco. Um amigo casado com uma holandesa revelou que a esposa depois da sua primeira visita a Portugal foi contar à família, espantada, que as portuguesas não bebiam...
ResponderEliminarÉ por isso
ResponderEliminarque Baco e Dionísio
embirram consigo
Pessoa era um bom copo!
Gracinhamiga
ResponderEliminarNo melhor pano cai a pior nódoa, excepto nestas novas toalhas anti-nódoas.
Já passou o tempo salazarento em que na revista à portuguesa o Vasco Santana dizia: O vinho é qu'induca, o fado é qu'instroi
Eu gosto de vinho, mas não me emborracho. A Raquel idem, idem, aspas, aspas, os meus filhos também uma nora, a Margarida igualmente. Os netos e a neta ainda não sei.
E termino com a Amália: Oiça lá ó senhor vinho / vai responder-me, mas com franqueza / porque é que tira toda a firmeza / a quem encontra no seu caminho?
Qjs
Alguns médicos dizem que o vinho tinto às refeições faz bem à saúde.
ResponderEliminarEle é bom e escorrega depressa mas se não se tiver cuidado acontece como no fado da nossa Amália
-diga lá ó senhor vinho...
(não sei se é esta a letra)
Viva o dia do vinho e mais os que vierem...
Deixei passar este dia em branco...não bebi vinho! :)
ResponderEliminarEmbora digam que o tinto faz melhor ao coração, bebido com moderação, obviamente, eu prefiro branco bem geladinho!
Confesso que já exagerei duas ou três vezes, não fiz boa figura e daí não ser uma senhora...segundo o conceito salazarento! :)
Mas isso foi há muito tempo...
Abraço
RRRRSSS RRRSS
ResponderEliminarAprecio vinho a acompanhar as refeições e até percebo um pouco do tema.
Inclusivamente, no sábado fui ao Jantar de Gala dos trinta anos de Enoteca, de que sou sócia.
Mas só bebo socialmente, em casa não.Ah, e tenho a sorte de aguentar, pelo que nunca fiz má figura pública , felizmente.
Mas essa agora de um Dia do Vinho acho disparate,
Ah, não aprecio mesmo nada cerveja e nas raríssimas ocasiões em que a bebo tem que ser tipo Abadia . Só na República Checa é que, mesmo assim, ma agradou um pouco mais, por ser leve.
Boa semana. Gracinha.
Se há tantos “dias de” por que não haver um dia do vinho?! Acho muito bem. É um produto que traz muitas receitas ao país e que até deveria ser mais divulgado no estrangeiro. Pelo que tenho observado (em casa de amigos e de família em Portugal) o vinho continua a ser bebido essencialmente às refeições. Aqui, quando visitamos amigos (não portugueses) é muito frequente oferecerem-nos um copo de vinho (para além do chá ou do café) sem ser à hora do almoço ou do jantar.
ResponderEliminarPrimeiro o Marquês de Pombal, depois o Salazar e até aos nossos dias, a produção de vinho ajuda a equilibrar a nossa balança de pagamentos. O Dia Nacional do Vinho tem razão de o ser... mas beber com moderação, isso é outra conversa!
ResponderEliminarO beber vinho ou cerveja por parte das "senhoras" não é hábito tão antigo como isso ! :))
ResponderEliminarLá bebiam "pela calada" e era famosa no Porto uma confeitaria onde as "senhoras" se reuniam em amena cavaqueira, por volta das 5, como pretexto para "mandarem vir um "chãzinho" servido em chávena e em bule, mas do autêntico branco da parreira, que não dava nas vistas !
Devo dizer que há cerca de 40 anos fui à Alemanha e fiquei admiradíssimo ao ver homens e mulheres, nas cervejarias ou em barracas de feiras, a beberem "à vontadinha" de grandes canecas em perfeita igualdade de sexos, o que cá seria impossível ! :)))
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ResponderEliminarTambém abomino... Daí perguntarem-me como faço para escrever, argumentando que ninguém o faz em estado de total sobriedade. :)
Um beijo
Gosto de saborear um bom vinho, mas sempre com moderação. Um bom vinho português é o que há de bom! Não sabia que temos o "Dia do Vinho"! Valeu a informação!
ResponderEliminarAbraços.
Amigo Rui, bem sei disso que o meu pai, que era de Barcelos, já falava nisso ...
ResponderEliminarLídia, a mim que não escrevo e muito menos poesia, perguntavam-me como me divertia nas festas sem beber! Como se fosse necessário...
ResponderEliminar~
ResponderEliminar~ Li a opinião de um enólogo americano que estando de acordo com a minha,
esclareceu as minhas dúvidas. Afirmava que os tintos portugueses são
excelentes à refeição, mas demasiado fortes para aperitivo ou bebida social.
~ Tenho a impressão que antes da engenharia enóloga, ainda eram mais
"carrascões", pelo que, como bem referiu a Graça, as senhoras não o
apreciavam.
~ Agora já aparecem bons vinhos à venda em Portugal. Num passado recente,
eram todos exportados, porque por cá, o nível de vida não permitia luxos.
~ Atualmente, refeições especiais sem o aroma de uma pequena quantidade
de bom vinho leve, perdem toda a graça.
~ ~ ~ Uma boa semana. ~ ~ ~
No tempo do António havia muito mau vinho ou por ser feito sem uvas, o malfadado vinho a martelo, ou por ser produzido sem as técnicas hoje conhecidas. Havia tintos bravos que "arranhavam", espessos, carrascões que se bebiam a custo deixando "a boca a saber a papel de música".
ResponderEliminarHoje têm outra classe, o que não quer dizer que sejam menos alcoólicos, escorregam bem mas há que ler a graduação no rótulo não vá a gente ficar com a testa dormente precocemente.
ResponderEliminarComo já cheguei aqui fora de tempo, tive o cuidado de ler, para além do teu saudável post, a opinião de quem cá passou antes de mim.
E permite-me dar um beijo especial à Catarina pois, quando comecei a ler o que ela escreveu, eram essas precisamente as palavras que eu tinha ENGASGADAS na garganta para dizer.
Sou minhota e o meu pai era produtor de vinho e posso confirmar que lá em casa só se bebia vinho à refeição. Não me recordo com que idade me deixaram começar a beber... mas não foi hábito regular que trouxe para a vida adulta.
Hoje bebo muito esporadicamente... mas estou com a nossa amiga Rosa dos Ventos... um braquinho fresquinho é uma delícia, principalmente num dia de calor. Mas se a ocasião e a refeição assim o exigir, não me furto a num dia de festa acompanhar o meu "famoso" arroz de pato com uma garrafinha de vinho tinto da Quinta do Carmo...
Beijinhos em estado sóbrio... mas inspirado
(^^)