Num país – aqui e agora – vergado
ao peso de um “governo” que, apesar de (cegamente) democraticamente eleito, já
quase ninguém quer nem tolera; numa altura em que a economia está completamente
arrasada; em que o desemprego e a miséria subiram a números nunca antes
registados; em que a (clerical) Caritas apresenta um relatório em que declara que
um quarto da população vive abaixo do limiar da pobreza e como saída para esta
constatação sugere (na linha do empreendedorismo do inefável Relvas) que as
pessoas criem o seu próprio emprego como sendo engraxador ou vendedor de
castanhas; em que duas semanas depois de terminarem as aulas os alunos não
conhecem as suas avaliações porque os professores têm de lutar pelos seus
postos de trabalho e mantêm uma greve como nunca antes se viu; em que o ministro
que se diz da Educação, de cabeça completamente perdida, dá ordens
contraditórias e compele as escolas a procedimentos inacreditáveis e ilegais para
tentar “ganhar” o braço de ferro que mantem contra os professores, forçando muitos
por meio do medo a porem-se contra os próprios colegas; em que grande parte dos
idosos nem aos hospitais já consegue ir por não poderem pagar as galopantes taxas
moderadoras; em que a Justiça tem dois pesos e duas medidas conforme se trate
de ricos ou de não ricos e fecha os olhos a todos os corruptos que desfalcaram
o estado em milhões só porque…; em que o presidente da República que, depois de
afirmar que o dinheiro não lhe chega, declara rendimentos no montante de um
milhão de euros; em que, tal como fazia Salazar, o primeiro-ministro convoca os
ministros para um dia de reflexão e não divulga o lugar onde se vão encontrar
porque não podem sair à rua sem forte aparato de segurança policial;
Num país em que, em que, em que…
… há um pequeno deputado da
maioria (veio-me à cabeça aquela palavra que o dr Catroga utilizou há dois
anos, mas há que respeitar os meus possíveis leitores…) que se levanta impante na
Assembleia da República e apresenta um relatório – ao que me parece elaborado
por ele próprio – de uma tal comissão de inquérito às parcerias
público-privadas em que culpa o anterior governo por mais não sei o quê e que os
responsáveis devem ser responsabilizados e que o dito relatório deve ser enviado
para o Ministério Público!
Não me cabe a mim estar a
defender aqui as decisões do anterior governo. Mas o facto é que perante o
descontentamento (quase) geral da população e face à oposição que o anterior
primeiro-ministro faz ao governo e ao dito presidente da República apenas em
meia hora por semana – aliás a mais forte, senão mesmo a única, que se faz
sentir publicamente do lado do PS – há necessidade de fazer reviver no povo o
ódio que tanto o animou contra ele.
Não sei se o homem tomou decisões
erradas ou não – algumas deverá ter tomado porque, do que conheço dele e
conheço-o pessoalmente, não foi tocado pela divindade – mas pegar num relatório preliminar, fazer aquele
aparato todo em plena Assembleia da República e mandá-lo para a comunicação
social que, obediente – ai, não! Há que zelar pelo emprego, pois claro! – fez
dele a notícia do dia, é de mestre! E nisso estes pequenos PSD(s) – lá me vem
outra vez aquela palavra do dr Catroga!... – são mestres!
É que já passou muito tempo desde
que disseram que o homem vivia com o Diogo Infante; que tinha enchido os bolsos
com o dinheiro do Freeport; que o tio e o primo (e o gato) tinham não sei
quanto dinheiro em offshores; que
tinha feito a licenciatura ao domingo; que vivia “à grande e à francesa” em
Paris; etc. etc. E como tudo isso se foi provando não ser verdade, há que
agitar outra vez o papão do ladrão do Sócrates para reavivar no povo o ódio por
ele e por aqueles fulanos do PS. Sim,
porque como agitar o povo contra inócuos como o Seguro ou o Zorrinho?
O ódio destes tipos a Sócrates já entra no domínio da psicopatia, não é apenas um alijar de culpas.
ResponderEliminarDigo-o com o à vontade de quem nunca foi à bola com Sócrates, mas hoje não tem dificuldade em reconhecer que estaríamos melhor se não o tivessem corrido. levianamente.
Não aprecio particularmente Sócrates.
ResponderEliminarNo entanto, acho indecente a diabolização que o PSD e CDS fazem dele!!
Mesmo com todas as asneiras que fez, ao pé destas criaturas sem ética, sem vergonha , sem respeito por nada nem por ninguém, Sócrates é um anjo!
Bons sonhos
Eu detesto o Sócrates,mas isto é esquizofrenia...E aliás,estes tipos têm um comportamento criminoso...
ResponderEliminarGoste-se ou não do homem , foi na minha opinião o político mais caluniado e injustiçado neste país . Se conseguirmos ter a cabeça fria e saber analisar as linhas e entrelinhas , vemos onde querem chegar. M.A.A.
ResponderEliminarTêm que arranjar maneira de enterrar vivo o anterior 1º ministro! Do qual ainda se dirá: volta que estás perdoado! E há destacadas personalidades do PSD que já o deixam entender. Então estes sem-vergonha do desgoverno não enganaram o povo prometendo corrigir todos os erros anteriores e fazer tudo melhor? Eu acho que todos os políticos mentem mas nunca vi nenhum que mentisse tanto e tão descaradamente como estes! E, ou não dão por isso(o que é grave)ou fazem-no deliberadamente(o que é ainda mais grave)porque consideram os portugueses estúpidos! Quando é que lhes mostramos que não somos atrasados como eles pensam?
ResponderEliminarBoa semana.
Tenho uma amiga que assim que Sócrates saiu afirmou, mais ou menos assim: ainda vão sentir a sua falta.
ResponderEliminarAmor com amor se paga.
ResponderEliminarUm fez mal e estes estão a seguir todos os seus erros.
O primeiro destruiu os funcionários públicos e fez deles o bode de todas as desgraças do país.
Agora estes seguem-lhe todas as apostas e aceleram os passos numa destruíçaõ total.
Valeu...????
A táctica é antiga: dividir para reinar... e "o povinho papa tudo".
ResponderEliminarSe um "perito" é pêro pequenino, um "Zorrinho" é um Zorro pequenito!
ResponderEliminarÀ força de se excederem ainda lhes sai o tiro pela culatra!
ResponderEliminarAbraço
Os políticos fazem política desprestigiando aos demais. Quando chegam ao poder, não sabem fazer outra coisa: que cambada!
ResponderEliminarAquele abraço
Muito semelhante a 'corja política' ai e aqui... Não percamos esperanças de dias melhores!!
ResponderEliminar[ ] Célia.
Oi Graça, eu vinha bastante desalentada com nossa política, por aqui. Confesso que tinha bem poucas esperanças de ver um levante popular de peso, que pressionasse firmemente nosso governo. O último que vi foi nos anos noventa, com a derrubada de um presidente.
ResponderEliminarO número de manifestantes aumenta cada vez mais e os brasileiros estão nas ruas cobrando mudanças. Se algo virá disso, logo saberemos.
Beijocas.
Parabéns, queridas amigas do lado de lá do Atlântico, pela coragem desse povo jovem! Estes "velhos" aqui nem se mexem!
ResponderEliminarBeijinhos e boa sorte!
A política é uma coisa terrível... e os políticos andam sempre a tirar-nos do sério.
ResponderEliminarAmiga Graça, realmente no Brasil está a mostrar a coragem que falta aqui!
ResponderEliminarIsto só lá vai com a UNIÃO e REVOLTA de todos nós!
beijinho
Fê
Oh, Graça, estou parva com esta gente, que depois de dois anos instalados nas suas cadeiras governamentais, ainda tentam atirar as culpas para cima de Sócrates. Quer dizer, seria até anedótico, não fosse essa comunicação social fajuta beber-lhes as palavras e divulgá-las até à exaustão, como se de grandes verdades se tratasse! Cambada!
ResponderEliminarBeijocas!