A velha D. Dinis |
Bem sei que já saí da “minha”
escola há três anos e que nada me dá o direito de criticar o que se lá passa;
como já em nada me adianta comentar e arguir as – ia dizer «as políticas», mas nada
há de política(s) nas ações do “governo”, nomeadamente do ministro (C)rato –
despolíticas no que toca à Educação. O certo é que foram dois terços da minha
vida metida até ao pescoço nestas coisas da Educação enquanto mais de metade da
minha vida foi passada naquela dita escola, orgulhando-me de ter ajudado a
escrever a sua história.
Por isso me doeu, mas doeu fundo
mesmo, saber que a “minha” escola foi a única do concelho – e há muitas neste
concelho que, como todos sabemos, é tradicionalmente “laranja” – a “minha”
escola, dizia eu, foi a única em que as reuniões de avaliação foram todas
realizadas! É que nem nas escolas secundárias, com as sabidas responsabilidades
acrescidas dos exames finais e dos acessos ao superior, as reuniões de
avaliação foram cumpridas!
Que professores são aqueles que
lá estão? Que direção? Que contratados? Que QZP(s)? Que pressões terá havido?
Que terá, de facto, acontecido? Quantos lerão as patacoadas do Ramiro Marques?
(Se quiserem saber o que esta «sapiência» pensa sobre as greves às avaliações,
leiam as notas que deixou hoje no jornal…)
Tomou-me uma vergonha, um
desconsolo, uma pena, um vazio, ao saber disto, uma coisa que não tem
explicação!
Três anos em que se deu a saída
galopante de (quase) todos os professores que durante anos ajudaram a fazer dela
uma escola de referência na zona – juntamente com uma direção fraca que lá
chegou mediante mentiras eleitorais e as manigâncias que as chefias intermédias
deste país (leia-se DREC) tacitamente permitiram – foram o suficiente para subverter
toda a lisura e prestígio daquela instituição que conta já 45 anos a formar
jovens.
Numa relação
microcosmo/macrocosmo, o mesmo está a acontecer, também com grande vergonha e pena
minha – e não só minha, tenho a certeza! – na Educação a nível nacional.
Bastaram dois anos, dois aninhos apenas, para que este ministério dito da
Educação tenha trucidado tudo o que com tanto esforço se fez, já não digo desde
o tempo do extraordinário ministro Veiga Simão, mas desde o igualmente progressista
ministro Roberto Carneiro.
É mesmo um desconsolo, um grande
desconsolo!
Imagino que seja mesmo uma dor de alma, para quem se dedicou tantos anos à educação e a uma escola, verificar como as coisas descambaram...
ResponderEliminarPior é que os alunos e o ensino é que perdem, se bem que os Cratos desta terra digam o contrário! Sem uma escola digna e professores dignos desse nome, é impossível melhorar a educação!
Beijocas, Graça!
Gostei muito daqui! Fico.
ResponderEliminarMuitos bjs e obrigada por tua presença na Travessa.
Um bj
ResponderEliminarNa minha, ainda quase nenhuma se realizou. Até ordem em contrário, assim continuaremos.
Mas que é uma dor de alma, alguns professores não saberem dar uma imagem do 'serviço cívico' aos seus alunos, é!
Que jovens capazes de dizer «Não!» teremos amanhã?
Beijo
Laura
O velho liceu onde andei, a velha D. Dinis onde trabalhei...não cheguei a ir para a nova!
ResponderEliminarNa Correia Mateus a malta esteve à altura dos acontecimentos!
Abraço
E eu orgulhosa por pertencer ao grupo de professores que boicotaram todas as reuniões.
ResponderEliminarFez-se um "acordo". Diz-se que valeu a pena, no entanto, ainda desconfio que foi cedo de mais.
bji gde, Gracinha
Não sou professor, mas compreendo o seu desgosto com referencia a uma instituição a quem deu o seu melhor durante muitos e muitos anos e agora ver a sua degradação. De certo que é notório o seu sofrimento. Quem sabe se o pior ainda estará para vir?
ResponderEliminarOs meus cumprimentos,
MT
Estás no Cavaquistão, sabe-lo bem!
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