domingo, 2 de dezembro de 2012

Je t'aime, ah oui, je t'aime...

Quem não se lembra da canção “Je t’aime moi non plus” dos 60s, proibidíssima no Portugal da época e mal recebida mesmo em Paris onde nasceu. Nunca foi das minhas preferidas, apesar de amar a música francesa daquele tempo, mas confesso que fiquei algo espantada, para não dizer de queixo caído e olhos arregalados, quando a ouvi, ainda em finais de 60, solteirinha ainda (nem sei como a minha mãe me deixou ir…) numa boîte – agora diz-se discoteca – em Cascais, linda, aconchegada e aconchegante, toda em tons de azul, quase às escuras, apenas uma ambiência azul que nos envolvia. Muito linda! 


 Pois já faz 45 anos que foi escrita. Numa noite de amor entre a lindíssima Brigitte Bardot e o compositor Serge Gainsbourg – um dos compositores mais brilhantes da época a nível mundial – aquela pediu-lhe que escrevesse “a mais bela canção de amor que um homem alguma vez criou para uma mulher”. Foi assim que, numa noite, nasceu a referida canção que se destinava a ser cantada por ambos. Depois dos escândalos que provocou pela sua inclinação erótica bem como pela oposição de que foi alvo por parte do ainda marido de BB, o alemão Gunter Sachs, a canção acabaria por ser lançada um ano mais tarde, meses depois do fraturante Maio de 68, interpretada pela jovem Jane Birkin acompanhada pelo compositor que mais tarde se tornaria seu marido.

Em França o disco só podia ser vendido a maiores de 21 anos – se bem que a Jane Birkin contasse apenas 20 aquando da gravação… e, em Portugal, passou nas rádios apenas depois da Revolução de Abril.
Deixo-a hoje aqui com votos de boa semana.




21 comentários:

  1. dancei as primeiras músicas lentas do começo da adolescência com este disco famoso, nas festarolas de garagem...

    abraço Graça

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  2. Uma das melodias “para constituir família”! : )
    Um escândalo!
    : )

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  3. Pelos vistos terá havido uma primeira gravação com a própria Brigitte Bardot... Eu até desconhecia a origem da canção. Mas lembro-me bem da versão com a Jane Birkin, apesar de nessa época eu andar bem longe dos 21 anos :))

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  4. Uma forma interessante de revisitar o passado!
    Também li o artigo...e também dancei ao som desta música que, como tu, nunca foi das minhas preferidas!

    Bisous

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  5. É emblemática...Acho que toda a gente que anda pela nossa idade...

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  6. E recordar é viver...
    Boa semana
    Beijinhos

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  7. Nos baile de garagem essa música (Jane Birkin) não podia faltar e como os discos eram poucos...
    :)

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  8. Eu nasci uns anitos depois do 25 de Abril...gosto da música e gosto ainda mais de conhecer a história que a envolve
    :)

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  9. Lembro-me muito bem! E de a ter ouvido pela primeira vez em casa de uma amiga, fechadas no quarto dela. Tinha sido o irmão, que estudava em Lisboa, que trouxe o single. Como o arranjou, não sei. O que sei é que fiquei de boca aberta, espantada, como tu.

    Na altura, a música francesa estava no auge. Que saudades!

    Beijo

    Laura

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  10. Que saudades...Quanto mais revisitamos o passado , maior é a dor no coração.M.A.A.

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  11. Lembro-me sim.
    E o que dancei, e como, ao som dela.

    :)

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  12. Lembro muito bem, dancei bastante ao som dela nos bailes, principalmente matinés de garagem.

    Boa semana Graça

    Beijinho e uma flor

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  13. Não aprecio a canção...embora adore nomes como Brassens, Ferré, Bécaud, Aznavour, Brel (é belga, mas canta em francês),...

    Beijinhos

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  14. Sou apaixonada pela língua francesa, portanto também gosto desta!

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  15. Amiga Graça, lembro-me de a ouvir às escondidas na escola secundária com as minhas colegas.
    Agora ao ouvi-la de novo senti uma nostalgia...
    Tudo era tão diferente nesse tempo, tão deliciosamente diferente e puro.
    A língua francesa era o máximo nessa altura.

    beijinhos
    obrigado por este momento

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  16. Fui muito feliz a dançar essa canção e até já escrevi um post sobre um episódio passado durante um convívio na Faculdade de Letras.
    Essa canção marcava sempre presença nos convívios e nos bailes de garagem. Foi há tanto, tanto tempo...

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  17. Em 1969 em Angola pelo Carnaval, em Luanda no Clube Pés de Salsa, frequentado pela "nata" angolana da época, lembro-me o Dr. Mário Vinhas um dos anfitriões, estar vestido com uma fantasia de Mariachi Mexicano, com um chapéu preto, a preceito, com bordados a ouro, e, incluímos este tema no reportório, tendo ele feito um grande banzé, e mandado parar a música, porque não estava dentro do espírito carnavalesco...

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