(IBBY)
Actualmente há dias internacionais de tudo e de mais alguma coisa. Ontem, por exemplo, festejou-se o Dia Internacional do Livro Infantil. Ontem foi, de igual modo, o Dia Internacional da Consciencialização do Autismo que, como foi criado apenas em 2007 sendo celebrado desde 2008, ainda não é tão conhecido.
O Dia do Livro Infantil passou a ser comemorado em 1967 por iniciativa do International Board on Books for Young People (IBBY) e foi escolhido o dia 2 de Abril porque é a data de nascimento de Hans Christian Andersen.
Dei uma volta pela livrarias do Shopping e não vi que tenham sido dadas grandes atenções ao dia em questão. Não havia montras nem grandes mostras de livros infantis e, ainda menos, descontos. Realmente, e mais uma vez, tenho de louvar a Livraria Arquivo (não tenho qualquer comissão, garanto!) que tinha já há alguns dias a montra completamente dedicada aos livros dos mais pequenos.
Há, actualmente, uma tão grande oferta de livros infantis e tão bonitos, tão atraentes, e alguns tão em conta, que quase não é preciso dar especial importância a este dia. Ainda bem! Isto deve-se à (grande) evolução nas mentalidades e na educação. Deve-se ao trabalho das escolas que se desdobram a convidar autores para irem falar aos alunos e a promover as suas próprias Feiras do Livro – a “minha” escola começou a desenvolver estas actividades e iniciativas na primeira metade dos anos 80 – deve-se ao bom trabalho dos professores nos últimos vinte/trinta anos e, mais ainda ao esforço das famílias que tudo fazem para que os seus filhos tenham em casa a sua mini-biblioteca.
E aí vem-me à memória como era nos meus já longínquos anos 50 da minha infância. Eram tão poucos os livros de histórias e tão diferentes dos dos nossos dias! E até eram visados pela “Comissão de Literatura e Espectáculos para Menores”! Eu tive a sorte de ter alguns que eu achava tão bonitos! E pintava-lhes com todo o jeitinho as ilustrações que eram desenhos simples em risco preto. As histórias eram todas muito bem escritas e tinham sempre reis e princesas, fadas e bruxas más e eram mágicas, na tradição dos märchen da Europa do Norte; ou então eram sobre animais e estavam mais na linha dos contos tradicionais portugueses.
Deixo aqui algumas páginas de livros de 1950 e tal, daqueles que eu lia e relia e pintava para me entreter porque já nessa altura eu não era capaz de estar sem fazer coisas... Ah e não se deixem enganar pelos preços. É que 2$50, ou velhinhos vinte e cinco tostões naquele tempo eram bastante dinheiro – basta pensar que um papo-seco custava quatro tostões e um quilo de batatas também... E que a minha mãe ganhava 350$00 por mês para dar aulas nocturnas aos adultos para aprenderem a ler e a escrever e fazerem o exame da 4ª classe...
CATA LIVROS - já a partir do próximo dia 5, um novo site concebido pelo projecto Gulbenkian/casa da Leitura, para os leitores mais jovens.
ResponderEliminarQue bom, ter vindo ainda a tempo de lembrar esse dia que passou. Tenho boa referência de João Sem Medo (até em versão diferente, mais poética), como reconhecimento deixo-lhe um conto que deve conhecer está em formato video, mas existe em livro...
ResponderEliminarUma literatura muito importante no despertar do gosto/hábito.
ResponderEliminarEscrever para crianças (não como uma criança) é das coisas mais difíceis que há!!
Bem conheço, Rogério, mas obrigada por ma recordar. José Saramago é daqueles escritores do tamanho do Mundo ou maior!
ResponderEliminarObrigada, Rui, pela informação.
É verdade, M! Mas já temos muito bons autores de literatura infantil - a maior de todas: Sophia!