(24 de fevereiro de 1927 – 16 de junho de 1996)
Faria hoje 91 anos.
Em jeito de homenagem, fica aqui mais um dos seus
extraordinários poemas.
Casa
Tentei fugir da mancha mais escura
que existe no teu corpo, e desisti.
Era pior do que a morte o que antevi:
era a dor de ficar sem sepultura.
Bebi entre os teus flancos a loucura
de não poder viver longe de ti:
és a sombra da casa onde nasci,
és a noite que à noite me procura.
Só por dentro de ti há corredores
e em quartos interiores, cheiro a fruta
que veste de frescura a escuridão...
Só por dentro de ti rebentam flores.
Só por dentro de ti a noite escuta
o que sem voz me sai do coração.
(David Mourão-Ferreira, Infinito Pessoal, in Obra Poética,
2006.)
Um belo poema para o recordarmos!!!bj
ResponderEliminarUm belíssimo Soneto, num misto de romance e erotismo.
ResponderEliminarFeliz escolha para homenagear o Poeta.
Gostei da metáfora de ver a mulher amada como a casa onde se criam raízes.
Beijinhos, Graça!
Excelente escolha para o homenagear!
ResponderEliminarBeijinho querida.
Um belíssimo poema. Boa escolha para a homenagem.
ResponderEliminarUm abraço e bom domingo
Brilhante a sua escolha. Boa noite
ResponderEliminarPoetizando... Notável jura de Amor... [ Poetizando...]
Beijos
Bonito poema.
ResponderEliminarabraço Graça
Não me lembro. Mas adorei o poema.
ResponderEliminarHoje:- O acordar da quimera
.
Bjos
Votos de boa noite
Belo e tocante poema!
ResponderEliminarObrigada, pela partilha, Graça!
Abraço.
Um dos grandes poemas portugueses, que soube cantar o amor com uma voz original e bela!
ResponderEliminarOs bons poetas
ResponderEliminarmorrem
mas não morrem
A mensagem
que nos deixam
é imorredoura
Beijinhos, Graça.
Que bom que gostaram! Foi/é um dos nossos melhores poetas da atualidade!
ResponderEliminarnão sabia mesmo" mea culpa, mea culpa...
ResponderEliminarbelo o poema, pois claro! difícil seria (será) o contrário,
beijo, minha amiga