Museu Republicano e Maçónico de Pedrogão Grande |
Para homenagear a Implantação da República, lanço mão de parte do discurso proferido hoje pelo nosso amigo Acácio de Sousa, ilustre leiriense estudioso da História do país, licenciado em História pela U. de Coimbra e doutorado em Ciência Política pela U. Nova de Lisboa.
E disse ele: «… Em Portugal,
entre os séc. XIX e XX o confronto entre quem mantinha privilégios de linhagem
e quem labutava para fazer riqueza e aspirar a outras oportunidades levou à
proliferação das ideias republicanas, sobretudo, nos profissionais liberais,
comerciantes e militares.
Esta gente com interesses muito
diferentes mas com o objetivo comum de acabarem com os privilégios de alguns
num país arruinado e permitirem a igualdade de acesso às mesmas oportunidades
clamava pelo ensino e pela cultura para todos e pretendia denunciar o
caciquismo eleitoral. Assim nasceu o Partido Republicano, uma amálgama de gente
diferente que tinha um objetivo comum: o fim da monarquia.
Por isso nem tudo correu bem
depois do 5 de Outubro de 1910. (…) Os interesses mais específicos de vários
grupos levariam ao fracionamento do Partido Republicano e ao aparecimento de
novos pequenos partidos, o que seria natural num processo democrático. Mas os
Republicanos tornaram-se autofágicos entre si, na luta pelo poder central e na
luta pelos pequenos poderes e cometeram erros:
- Afrontaram, sem o cativar, o povo rural;
- Ficaram-se pelo eleitorado citadino;
- Impediram as mulheres de votar;
- Preferiram o voto capacitário e não arriscaram o voto universal.
Além disso, apanharam o choque da
Grande Guerra; apanharam a nova república sidonista e a reorganização dos
monárquicos/católicos; apanharam a revolução bolchevique; apanharam Fátima e o
novo centro de irradiação da mensagem mariana, mas também de “cruzada contra os
que haviam desprezado” os valores cristãos.
A República entrou em agonia: as
tentativas de golpe começaram a ser permanentes e tivemos governos que duraram
dias. Republicanos da velha guarda como Mendes Cabeçadas, para não falar em
Machado dos Santos, barbaramente assassinado em 1921, ansiavam pela reposição
da ordem! O golpe de 28 de Maio de 1926 foi recebido com alívio por muitos
republicanos. (…)
Quer isto dizer que o 5 de
Outubro de 1910 e a 1ª República de nada valeram? Não!
- O ensino teve um incremento fantástico desde as camadas infantis até às mais idosas, coisa que o estado autoritário fez regredir;
- O poder dinástico ou os poderes de linhagem findaram em definitivo;
- O ensaio democrático permitiu a apresentação de uma Constituição das mais humanizadas do mundo de então, onde estava consagrado o ideário da «liberdade, igualdade e fraternidade.
Não foi integralmente cumprida? As fraquezas são humanas e os tempos não o permitiram, mas ficou o gérmen para o regresso à democracia e perpassou até hoje o gérmen da regeneração permanente da ideia republicana, laica e democrática.»
Viva a República!!
Vivemos escrevendo sempre e vivenciando nossas histórias 'republicanas'...
ResponderEliminarAbraço.
Associo-me à saudação.
ResponderEliminarBeijinhos
VIVA !!!!!!!!!!!!!!!
ResponderEliminarViva!...um sempre Viva!!!
ResponderEliminarbj
Viva a República !
ResponderEliminarViva a Democracia !
Viva Portugal!
Abraços e beijos livres , sempre, para ti
VIVA PORTUGAL!
ResponderEliminar- * BEIJINHOS * -
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Pedrogão Grande - desconhecia a existência do museu que refere. Viva a República!
ResponderEliminarMuito rico, muito interessante. Situa-se em Troviscais, Pedrogão Grande, na chamada Villa Isaura. Dirigido pelo nosso amigo Aires Rodrigues. Merece uma visita.
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