Poema de um “retornado” muito
anterior à saga dos “retornados” de África.
LISA
«Amor, que resta dos nossos sonhos?
Das lindas ilusões que criámos, que nos ficou?
Roubaram a nossa casa, estamos na rua, sem lar.
Quem cuida das tuas flores, quem dá esmola aos teus pobres?
Que vai ser dos nossos filhos?
… … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … … …
«Não sei, amor, não sei nada… mas não chorem
teus olhos por nós… juntos, choraremos por GOA».
Teu
Arnaldo
n/m Searaven, 18-12-1961
(epígrafe do livro “Tempo de
falar – Diário da Invasão de Goa”, Bastos Martins)
(Vassalo e Silva, o último Governador de Goa, despede-se das gentes daquela colónia) |
A "Queda do Império" terá muito doído
ResponderEliminarMas a sua sobrevivência já não fazia sentido
E Goa foi o principio
De facto assim era. Mas deve ter sido muito doloroso para quem se viu obrigado a partir sem nada...
EliminarMuitos dos que abandonaram Goa vieram fixar-se aqui em Macau.
ResponderEliminarBeijinhos
Como os que partiram de África se foram fixar no Brasil e na África do Sul. Tiveram de se virar. E eu não queria nem por nada ter estado nessa situação.
EliminarDe vez em quando é bom recordar...
ResponderEliminarQuanto mais não seja para não esquecer...
Continuação de boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Não podemos nem devemos esquecer o nosso passado. Por muito que nos custe.
EliminarBeijinhos, Mariazita.
Esta era a imagem de que Salazar não gostaria! Para o ditador, todos os portugueses deveriam morrer primeiro e, depois, entregar-se-ia o que restava ao "inimigo"...
ResponderEliminarhttp://naoapaguemamemoria2.blogspot.pt/2007/12/sirius-de-manuel-jos-marques-da-silva.html
Eliminar"Falta fazer a História deste acontecimento. Recordar como foi achincalhado um homem correcto e vertical como o foi o General Vassalo da Silva, de quem fui amigo tardio (apenas o conheci em 1973/74). E, sobretudo, recordar o sofrimento e a humilhação que sofreram os poucos milhares de militares portugueses que estiveram num campo de concentração, que estiveram perante um pelotão de fusilamento(um amigo meu esteve por três vezes na iminência da morte e ele e os companheiros foram salvos no último momento por intervenção do padre jesuíta Joaquim Ferreira da Silva), que foram ignorados durante meses pelo governo português, que acabaram por ser evacuados a bordo dum navio britânico dormindo nos convés e que, chegados a Lisboa, foram impedidos de se encontrar com os familiares que os aguardavam, tendo sido transferidos para quartéis da província, até que fosse esquecido o episódio da Índia. Como se isso não bastasse, foram humilhados pela população civil, mentalizada pela campanha salazarista, que os apodou de cobardes e de traidores por "não terem defendido o solo pátrio". E a verdade é que nem armas tinham, pois que, com o início da luta armada em Angola, a maioria do armamento tinha sido para ali enviada!..."
EliminarMuito obrigada pelo (triste) testemunho. A ditadura de Salazar foi dos momentos mais negros da nossa História recente.
EliminarFaço parte deste grupo!
ResponderEliminarRegressei com 18 anos... e na mala trazia saudades e esperança!
Gostei do poema...bj
Para si que gosta de ler:
http://mgpl1957.blogspot.pt/2016/09/antonio-alcada-batista.html
Tantos como tu, Gracinha! Lamento muito. Foi um tempo muito difícil para todos! Ainda bem que já passou.
EliminarObrigada pela sugestão. Beijinho.
Tinha um amigo, morreu há dois anos (ou três?!), que nos contava histórias de drama da guarnição militar da Índia (portuguesa) nesse ano marcante da nossa vida como Nação. Que custou a definir-se e se alongou por espaços que não eram os nossos.
ResponderEliminarMas por muitos séculos julgámos que essas terras eram nossas, a nossa alma planetária era eterna.
Assim foi, amigo Nunes. Alongou-se por tempo demasiado para sofrimento de tantos e tantos.
EliminarGrata pela visita.Beijinho.
História sofrida.
ResponderEliminarOntem um ex-combatente recordava a emboscada de 1964 e os 24 mortos na Guiné. Hoje a amiga recorda Goa. Amanhã outros recordarão Angola, Moçambique, Timor ou Cabo Verde. Em todo o lado sofrimento. Acredito que o Império teria de cair. Mas precisava ser assim?
Um abraço
Deveria ter caído muito antes. Talvez se tivesse evitado muito sofrimento. Mas há que recordar sempre para que conste. Esta gente mais nova precisa de saber.
EliminarBeijinho.
Fica sempre aquela ideia de que os portugueses, enquanto colonizadores, eram bons. Todos os outros é que eram maus. A "coisa" começa logo em Camões com aquele belíssimo "Bárbara" a escrava negra - "aquela cativa /Que me tem cativo" - exaltando a beleza da mulher negra, em oposição à Laura e suas alvuras, cantada por Petrarca. Mas o certo é que há pouca poesia e muita barbárie na História da colonização, desde logo porque um povo se coloca, pela força, na posição de "dono" do outro. Nunca poderá dar coisa boa.
ResponderEliminarBj.
Lídia
Uma boa sugestão de leitura
Barbárie desde o tempo dos Descobrimentos! A escravatura deve ter sido das piores.
EliminarBeijinho.
Lembrar Goa. Tenho um amigo que vai lá
ResponderEliminarcom muita frequência.
Gostei de ver aqui recordada.
Bjs. amiga.
Irene Alves
Obrigada, Irene.
EliminarBeijinho.
Embora distante felizmente desta memória, não consigo sequer imaginar o sofrimento de quem vê toda uma vida, perdida.
ResponderEliminarObrigada por esta partilha amiga Graça
Um beijinho e bom fim de semana
Uma autêntica tragédia na vida das pessoas e das famílias! Difícil de imaginar!
EliminarBeijinhos, Fê!