Revisitando o imponente Mosteiro de Alcobaça, impossível não revisitar os trágicos amores de Pedro e Inês.
“Mandou D. Pedro obrar um
muymento de alva pedra, todo muy sutilmente lavrado, pondo, elevada sobre a
tampa de cima a imagem della com coroa na cabeça como se fôra Rainha; e este muymento
mandou pôr no Mosteiro de Alcobaça, não à entrada onde jazem os Reys, mas
dentro da Igreja, à mão direita, junto da Capela Mor, e fez trazer o seu corpo
do Mosteiro de Santa Clara de Coimbra, onde jazia, o mais honradamente que se
fazer pode; porque ele vinha em umas andas muy bem preparadas para tal tempo,
as quais trazião grandes cavallos acompanhados de grandes Fidalgos, e outra
muita gente, e Donas, e Donzelas, e outra muita Cleresia; e pelo caminho
estavão muito mil homens com círios nas mãos, de tal sorte ordenados, que
sempre o seu corpo foy todo o caminho entre círios acezos; e assim chegarão até
ao dito Mosteiro, que erão dalli dezassete léguas, onde com muitas Missas, e
grande solemnidade foy posto aquelle muymento. E foi esta a mais honrada
Tresladação, que até áquelle tempo em Portugal fôra vista.”
Fernão Lopes
Túmulo de D. Pedro Alcobaça |
Túmulo de D. Inês Alcobaça |
Inês morreu e nem se defendeu
da morte com as asas das andorinha
pois diminuta era a morte que esperava
aquela que de amor morria cada dia
aquela ovelha mansa que até mesmo cansa
olhar vestir de si o dia-a-dia
aquele colo claro sob o qual se erguia
o rosto envolto em loura cabeleira
Pedro distante soube tudo num instante
que tudo terminou e mais do que a Inês
o frio ferro matou a ele.
Nunca havia chorado é a primeira vez que chora
agora quando a terra já encerra
aquele monumento de beleza
que pode Pedro achar em toda a natureza
que pode Pedro esperar senão ouvir chorar
as próprias pedras já que da beleza
se comovam talvez uma vez que os humanos
corações consentiram na morte da inocente Inês
E Pedro pouco diz só diz talvez
Satanás excedeu o seu poder em mim
deixem-me só na morte só na vida
a morte é sem nenhuma dúvida a melhor jogada
que o sangue limpe agora as minhas mãos
cheias de nada
ó vida ó madrugada coisas do princípio vida
começada logo terminada.
Ruy Belo
Ainda fiquei consternada, pelo que, fui percorrida por um arrepio.
ResponderEliminarOs túmulos são autênticas jóias e as fotos estão com óptima qualidade.
Uma semana agradável, Graça, apesar deste mau tempo.
É impossível ficar indiferente diante daqueles túmulos.
ResponderEliminarAquelas jóias de arte são testemunhas de um amor tão grande que nunca se viu outro igual.
Uma das mais belas histórias de amor do nosso chão.
ResponderEliminarRuy Belo um poeta de peso.
É sempre bom trazer à superfície a nossa história, nossa maior riqueza.
Também já estive mais que uma vez
ResponderEliminarjunto a esses túmulos. Foi realmente
um grande amor, que acabou
tragicamente.
Bj.e o desejo que esteja bem.
Irene Alves
A rainha mais amada da história de Portugal.
ResponderEliminarA rainha mais amada da história de Portugal.
ResponderEliminarUma bela e trágica história de amor eternizada na nossa literatura e em Alcobaça, nesse "romance" de pedra!
ResponderEliminarAbraço
Amores de Pedro e Inês em vésperas de S. Valentim? Aprovado!
ResponderEliminarTúmulos a céu aberto
ResponderEliminarBjs
Bem gostei agora de por aqui passar e relembrar o Mosteiro de Alcobaça, a sua História e os amores de Pedro e Inês...Obrigada
ResponderEliminarBoa semana
maria
Um dos momentos da nossa Historia que sempre me emocionou.
ResponderEliminarDestacam os túmulos, quanta beleza! Como tudo aquilo que se faz com amor.
Bom trabalho!
Um grande abraço
Obrigada, Duarte! Nada que se compare com as suas riquíssimas reportagens!!
ResponderEliminarBeijinhos