sábado, 28 de julho de 2012

Os Jogos Olímpicos



Pertenço àquela minoria que não liga muito, para não dizer nada, aos Jogos Olímpicos. Como não ligo a outras competições sejam mundiais, europeias ou nacionais. Sou assim, que se há-de fazer? Nunca gostei de jogos, nem de desporto, suponho que porque não entendo nem aceito a competição. 

Esta minha estranha forma de ser no que toca a estas coisas do desporto e dos jogos torna-se ainda mais estapafúrdia se disser que o meu núcleo familiar – marido e filhas – bem como toda a minha família próxima – mas nunca o meu pai – foi sempre e desde sempre praticante e defensora das mais variadas atividades desportivas, que eu não nego, naturalmente!

Para mim, programas intermináveis à procura de um “eleito”, seja individual, seja por equipas são sempre uma enorme “seca”. Que é o caso dos mundiais ou europeus de futebol – bah! – ou seja de que modalidade for! E isto inclui campeonatos de dança, de música, já para não falar dos impossíveis programas tipo ídolos – portugueses ou não! 

Por isso também nunca me entusiasmei demasiado com os emblemáticos, mediáticos e porque não dizer mesmo ostensivos, excessivos, exibicionistas espetáculos de abertura dos Jogos Olímpicos. Lembro-me vagamente da sessão de abertura dos jogos de Moscovo em 1980 que pôs o público nas bancadas a representar o ursinho Misha a deitar uma lágrima, o que à época foi uma coisa maravilhosa e da dos Jogos de Los Angeles em 1984 por ter tido como pano de fundo a história da maravilhosa música americana anos 30/40/50 que eu adoro (e o feito quase épico do nosso Carlos Lopes) e pouco mais.




Os últimos, que se realizaram em Pequim, em nada me atraíram, aliás como outros realizados em países orientais – que me desculpe o amigo Cambeta – com toda aquela perfeição conseguida sabe-se lá a que custo! As atuais culturas orientais, atuais, repito, parece quererem provar ao ocidente a sua superioridade e tentam fazê-lo e fazem-no a todo o custo pretendendo atingir a perfeição, pretendendo encantar-nos com o espetáculo dessa perfeição que eles inventaram.

Daí ter, de facto, gostado da sessão de abertura a que assistimos ontem. Sou suspeita, muito suspeita mesmo, dado o gosto que mantenho desde sempre pela cultura inglesa, pela sua história, pela sua poesia, pela sua música, mas especialmente pela sua força, traço visceral de um povo. São arrogantes? São, sim senhor! São “conceited”? São, sim senhor! Pensam-se acima e diferentes de todos os outros? Pensam-se, sim senhor! Mas são capazes de se superar de houver necessidade disso. Só pela força do trabalho, do muito trabalho conseguiram largar os campos e vir para as cidades fazendo uma revolução industrial como nenhum outro país antes fizera, não deixando de lado a revolução agrícola, a revolução social, a revolução cultural. E foi essa força que eles tiram sempre dos seus músculos e dos seus cérebros, sempre suportada pelos seus mitos e pelos seus heróis que nunca abandonam que vimos ontem na sessão de abertura destes 30ºs Jogos da era moderna. A força com que batiam nos tambores foi a força com que no século XIX bateram o ferro e o transformaram em aço pelo fogo – sinais sempre presentes no espetáculo; mas uma força temperada pelo toque de classe e o bom gosto do seu humor, da sua literatura, da sua música, da sua história – que veneram.

O ponto forte do espetáculo – para mim, claro! – foi mesmo a breve, mas excelente e humorada representação da Rainha, finíssima e austera como sempre, acompanhada pelo seu grande protetor Mr Bond, o eterno agente britânico ao serviço de Sua Majestade e com licença para matar. E a seriedade e a finura esse quadro com que foi feito.

Inglaterra no seu melhor!

(Poderão, se assim o entenderem, ter uma outra perspetiva da sessão de abertura dos Jogos de Londres, quiçá bem mais estapafúrdia, aqui.)


13 comentários:

  1. A identidade de um povo defendida e sublimada nesta cerimónia inaugural dos Jogos Olímpicos!... Sempre me empolgam,os Jogos Olímpicos, não tivesse sido eu, na juventude, praticante de atletismo com presença em muitos Campeonatos Nacionais, em representação do S.C.B., clube da minha cidade - Braga e também, ao nível dos escolares, onde representei Portugal por duas vezes, nos Jogos da FISEC.
    A prática do desporto desenvolve inúmeras competências nos jovens, desde o espírito de grupo, ao entendimento da competição como meio de crescimento, reconhecimento e superação de limites.
    Voltando à Cerimónia de Abertura destes Jogos, ficou clara uma ideia: A globalização não pode engolir nem a História nem a cultura de uma nação. Pudemos assistir a uma afirmação clara disso mesmo. Eu gostei!

    Um beijo

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  2. A identidade de um povo defendida e sublimada nesta cerimónia inaugural dos Jogos Olímpicos!... Sempre me empolgam,os Jogos Olímpicos, não tivesse sido eu, na juventude, praticante de atletismo com presença em muitos Campeonatos Nacionais, em representação do S.C.B., clube da minha cidade - Braga e também, ao nível dos escolares, onde representei Portugal por duas vezes, nos Jogos da FISEC.
    A prática do desporto desenvolve inúmeras competências nos jovens, desde o espírito de grupo, ao entendimento da competição como meio de crescimento, reconhecimento e superação de limites.
    Voltando à Cerimónia de Abertura destes Jogos, ficou clara uma ideia: A globalização não pode engolir nem a História nem a cultura de uma nação. Pudemos assistir a uma afirmação clara disso mesmo. Eu gostei!

    Um beijo

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  3. Tenho de rever.
    Os netos, à volta, não me deixaram ver...

    Mas todos os jogos me sensibilizaram...

    Sem ter uma apreciação definitiva sobre o seu seu significado e aproveitamento, por parte do país organizador, acho que é um bom momento para afirmar que há mais para além do futebol.

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  4. Postei-me diante da TV e curti tudo! Uma bela festa! Show mesmo! E, agora torço pelos atletas que representam o meu país, mas será com garra e coragem, pois não são, em sua maioria, patrocinados... Valerá o esforço de cada um!
    Bj. Célia.

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  5. Não vi!
    Outros valores mais altos e "alevantaram"!:-))
    Li alguma coisa nos jornais mas também confesso que não me entusiasmo com jogos de competição...
    Nestes JO está um jovem, filho de uma grande amiga, neto de um primo do meu parceiro, e obviamente que estou a torcer por ele!
    Dos ingleses gosto sobretudo das suas séries televisivas e filmes de grande qualidade...
    Também só conheço bem Edimburgo e um pouco da Escócia! :-))


    Abraço

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  6. Estimada Amiga Graça Sampaio,
    Sempre fui um desportista, tenho aqui guardadas algumas medalhas de campeão de tiro nos anos 60.
    No que se refere às aberturas dos jogos a China mostrou ao mundo que já não é aquela China de antigamente, as pessoas vivem bem, porém eu não gosto da China, é um paradoxo talvez incompreensível para muita gente, visto aqui viver vai fazer 50 anos.
    Fui vários anos treinador de futebol e voleibol, porém e após ver a realidade nua e crua, os eventos desportivos não passam de grandes negociatas, para proveito e corrupção de muitos.
    Não me levará a malta dizer que nunca gostei dos ingleses, sua arrogância, tive-os aqui mesmo ao lado em Hong Kong, e a Inglaterra e Portugal foram os países do mundo a fazerem umj tratado de amizade, mas penso que foi só no papel.
    Adoro sim a cultura dos povos asiaticos, India, Tailândia, Burma, Cambodja, Malasia, Sri Lanka onde os portugueses tiveram imensa influência e eu conheço bem a história porque além de a ler, tenho sempre o prazer de ir conhecer in loco esses locais e tenho descoberto coisas que nunca português antes de mim descobriu, caso da Tailândia, zona norte, e no Myanmar, antiga Birmânia.
    Abraço amigo

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  7. Graça
    Sinceramente não vi absolutamente nada, nem sequer a abertura, falta de motivação da minha parte.
    Bom fim de semana e que tudo corra pelo melhor com a tua princesa.

    Beijinho e uma flor

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  8. Pouco vi desse grandioso espectáculo, para todos os gostos, onde nem sequer faltou o aceno de Cavaco. Uma seca...
    :)

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  9. Vi e gostei. A criatividade, a dedicação e empenho de milhares de pessoas com o intuito de apresentar um espetáculo... espetacular impressiona-me.

    Foram quase 4 horas de sofá com várias idas ao frigorífico sempre apoiada nas canadianas!
    Abraço
    Catarina (Contempladora)

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  10. hehehe

    custa laragar a medalha de outro quando a temos

    Bjihos
    Paula

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  11. Uns gostam outros não, é assim em quase tudo na vida. Eu sou dos que gosta, como sabes e lês-te e, comentas-te, na RUA FRESCA. Agora o link que sugeres, de uma opinião mais estapafúrdia, não passa disso mesmo. É algo escrito por uma pessoa que escreve palavras carregadas de fel, eventualmente até se tratará de alguém entendido na matéria (cinematográfica), mas, descer às catacumbas, e dizer que Paul Mc Cartney, actuou como um pianista de bar de puuu.........t......, deixa muito a desejar, e não faz ideia nenhuma, o que é um espectáculo daquele calibre.

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  12. Eu também não vi a abertura, mas sou das que gosto dos jogos.
    Sou das que gosto de exercício físico e por isso, este início de ano foi passado a "pagar juros" altíssimos do excesso de ginásio. Azares da vida!

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  13. Pois os JO é a única manif desportiva que me mantém preso ao ecrã, Graça. Papo quase tudo
    Hoje também destaco o Mischa, porque passados tantos anos, ainda fico com pele de gainha quando me lembro daquela cerimónia de encerramento.
    E quanto aos de Pequim, também achei fantásticos!

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