quarta-feira, 11 de julho de 2012

O estado da nação

(daqui)

 Este é o estado da nação nas palavras - pouco poéticas neste caso - de Manuel Alegre:

1. Colapso da austeridade, falhanço das metas do défice, incumprimento do controlo da despesa, saque fiscal sempre sobre os mais fracos, recessão da economia, aumento brutal do desemprego, atenuado por uma emigração sem precedentes desde a ditadura e a guerra colonial. 

2. Ataque aos direitos dos trabalhadores e aos serviços públicos, sendo o caso mais grave o do SNS, com uma política que parece desenhada para servir os grupos privados ligados à saúde. 

3. Delapidação do património nacional, privatizações e venda ao desbarato das principais empresas públicas. Foi uma vergonha tentar impingir aos colombianos uma empresa estratégica como a TAP.

4. Servilismo acrítico no plano externo, quer perante a Sra. Merkel quer perante interesses privados. Ausência de uma posição nacional, não seguidista, no debate europeu, contra a austeridade pela austeridade, por uma Europa baseada na igualdade entre os Estados. Portugal não pode ser um protectorado nem um laboratório experimental das políticas ultraliberais ditadas pela troika. A política externa não se resume à promoção de vendas. O Estado não é um entreposto comercial e as embaixadas não são meros balcões de negócios.

5. Faltam valores, falta cultura, falta dimensão histórica, falta sentido de Estado. Por dogmatismo ideológico e por incompetência, o Governo está a empobrecer o país, a hipotecar a soberania nacional e a degradar a democracia. Não estamos condenados à autodestruição. É urgente outro rumo e outra política. É urgente salvar Portugal.


A greve dos médicos está a acontecer como nunca antes se viu na classe destes profissionais. 

Os enfermeiros deveriam ter igual procedimento. 

Dizem-me que está marcada uma manifestação de professores para amanhã sobre a qual pouco ou nada sei, pouco ou nada ouvi. Duvido que tenham força para igualar a manifestação de hoje dos médicos. Já para não falar do número de professores que saíram às ruas contra o anterior governo... Mas esse não pretendia suspendê-los, pô-los em horários zero, despedi-los. Pretendia apenas avaliá-los como já se fazia com os restantes profissionais das escolas.

Assim não vai ser fácil inverter o estado da nação nem salvar Portugal.

8 comentários:

  1. Pouco poéticas, mas verdadeiras! Infelizmente! :P

    Agora concordo inteiramente que é urgente salvar Portugal desta banditagem que nos governa!

    Beijocas!

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  2. Cara Graça... situação muito semelhante do lado de cá... Falta mesmo é vergonha na cara de uns que ocupam o poder, e nossa que os colocamos no mando e governo!
    [ ] Célia.

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  3. Célia tem toda a razão: as criaturas são desavergomnhas , mas a culpa é nossa uq eo lá colocamos. Veja-se o caso de Isaltino Morais condenado pelo Tribunal , que foi eleito em oeiras, o concelho do país com mais licenciaturas(começo a desconfiar que foram tiradas na Lusófona).

    Beijinhos

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  4. Estão, sabe-se quem e como, a empurrar-nos para o precipício.

    Temos que reagir? Obviamente sim.
    De que forma? No imediato, manifestar o descontentamento através de greves, mas daquelas que se façam sentir.
    Ontem, assistiu-se a uma greve dos médicos apenas talvez igualada por outra feita no tempo de Leonor Beleza.

    E curiosamente - ou talvez não - muitos doentes como que colaboraram com esta greve.
    Ora isto é significativo.

    A médio prazo, é fundamental dar um pontapé bem forte neste sistema cuja laranja amarga e doce nos trai e nos causa indisposições gástricas.

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  5. Eu estou para ver o que vão fazer os professores...
    Parece que se prepara uma verdadeira razia na sua colocação!
    Tens razão no que dizes quanto ao seu comportamento durante o governo anterior!

    Abraço

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  6. Graça minha querida
    Triste realidade esta!
    Dói, dói muito.

    Beijinho e uma flor

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