Ontem a minha neta Elisa sofreu um traumatismo no Jardim resultante de um “choque brutal” com um coleguinha da mesma idade. Faço ideia à velocidade a que eles ambos iam! A questão é que ela estatelou-se ao comprido no chão, tendo batido com a cabecita com toda a força no dito chão.
Cresceu-lhe, acto contínuo, um enorme hematoma na zona do occipital e, como se deve imaginar, foi o pânico nas hostes! Valeu que a mãe estava a chegar e assistiu ao acidente e, desanuviada como é, e num daqueles actos de bravura de que só as mães em aflição são capazes, tratou de a levar imediatamente ao hospital.
Felizmente não foi nada de grave e, quando lá chegámos – porque a menina queria muito o avô! (imaginem o que o avô inchou!...) – já tinha sido atendida, radiografada e esperava pelo resultado do exame. Teve de comer para ver se se sentiria indisposta e veio com a recomendação de se estar atento ao seu comportamento durante 48 horas.
Tudo isto para dizer que os actuais serviços hospitalares e de saúde têm uma capacidade de resposta e uma noção de serviço público e de urgência que ainda há poucos anos nem se sonhava que pudessem vir a ter. E não é preciso remontar aos meus tempos de criança; basta pensar no tempo da infância das minhas filhas, finais de 70, anos 80, em que, quando se precisava de serviços de saúde, tínhamos forçosamente de recorrer à medicina privada, quase sem alternativa.
Um familiar nosso muito próximo teve, no final do passado ano, um problema gravíssimo que o manteve internado no nosso hospital de Santo André durante quase dois meses, tendo sido submetido a duas operações com risco de vida. Felizmente, ao fim de grande sofrimento dele e de grande pânico nosso, o nosso querido familiar conseguiu superar os seus males e hoje, quase de boa saúde, diz que foi tratado com todo o desvelo, todo o profissionalismo e com todas os melhores medicamentos e terapêuticas. Quando já estava quase recuperado, o médico que o acompanhou ter-lhe-á dito em tom de brincadeira que se fosse embora para casa rapidamente se não levava o hospital à falência...
Outro amigo nosso que teve, há uns anos, um gravíssimo problema num pulmão que quase o levava deste mundo e que o manteve uns meses nos hospitais centrais de Coimbra, diz, para quem o quiser ouvir, que nem que trabalhasse o resto da vida só para isso, não conseguiria pagar a despesa que fez no hospital.
Para que os nossos hospitais, tal como as nossas escolas, entre outros bens, se tenham posto em trinta anos ao nível europeu em que de facto estão, teve – e tem – realmente de se fazer um enorme esforço de toda a ordem. E (por enquanto) são para todos e praticamente gratuitos!
Não me venham dizer que o Serviço Nacional de Saúde não serve. Não me venham dizer que estamos pior que no tempo do Salazar!
Bom ver também o lado bom de Portugal...Também temos...
ResponderEliminarNos EUA teria que apresentar um seguro...
Nota: a solicitação da avó mostra que o traumatismo foi de facto violento...Esperemos que não fiquem sequelas...lol
Espero que a Elisa esteja de perfeita saúde para alívio de todos!
ResponderEliminarConcordo contigo!
Cá pelo meu lado não havia dinheiro que pagasse os meus internamentos no Santa Maria,as minhas operações nos Covões, decorrentes de um acidente.
Têm memória curta ou são muito jovens os que dizem que no tempo de Salazar era melhor.
Os meus filhos tiveram sempre pediatras do Privado!
O SNS é uma enorme conquista que não se pode perder!
Abraço
CAROL
ResponderEliminarEu ainda me lembro do Tio...
Um beijinho carinhoso para ti.
Feliz pela recuperação da neta e que realmente não tenha sido nada ...só susto...
UM BEIJOOOOOOOOOOOOO
Receio, que venhamos a perder esta grande conquista.
ResponderEliminarIsso depende das opções que se irão fazer num futuro muito próximo, Luísa!
ResponderEliminarAinda bem que o pior já lá vai!
ResponderEliminarOs avô's são o realmente de outra galáxia!
Sobre o SNS, tem dias, é preciso acertar, e ter a sorte de cair lá no dia certo à hora exacta.
Continua a perdurar aquela, maldita paralisia, que vem do tempo do Afonso Henriques.
Como em tudo na vida, há os bons e os outros.
As melhoras da nossa menina, desejo para ela o mesmo que para as minhas, ou seja tudo do melhor!
Informação Extra: - A Carlota anda a aprender música, quer tocar Sax, vai já muito adiantada no solfejo, recebeu ontem do "avô", o seu saxofone, estás a ver o entusiasmo?
Dormiu com ele na cama!
Desejo que a netinha se encontre bem. Quanto ao facto dela preferir o avô é absolutamente normal, ele é um homem.
ResponderEliminar:)
Obrigada, meus queridos amigos pelas vossas palavras. Ontem à noite, fui ver o tamanho do "galo" da neta e ela já estava super-bem-disposta (com hífens e tudo...)agarrada a um bom prato de arroz de coelho...
ResponderEliminarPois é, Luísa, também sinto esse receio. E será um enorme retrocesso!
É como dizes, Caínhas, os avós são "do além"... até oferecem saxofones às netas... Parabéns para ela e para ti, ó Avô-babado...
Ai o menino Rui! Sempre a dizer tudo ao contrário!... HOMENS!
Não querendo com isto dizer que o SNS deveria acabar, penso sim, que deveria ser eficaz em todos os casos,como o da sua neta, ainda bem. Ou seja, infelizmente conheço muitos casos em que o atendimento foi péssimo. O atendimento na saúde deveria deixar de ser uma "sorte". Quanto a perdermos esse serviço: penso que foi instituído por Marcelo Caetano, e posso estar a dizer uma grande calinada, mas sei que o meu 1º cartão da caixa de previdência é anterior ao 25 de Abril. De facto seria mais um bem que perderíamos após a revolução dos cravos.
ResponderEliminarA Elisa está óptima do hematoma e super bem disposta com o sucedido. Para além de ter ganho um amigo - o menino que a atirou ao chão - que lhe pergunta todos os dias se ela está boa ( sendo, ainda para mais, da escola primária!!!) , avaliou a experiência de forma muito positiva. Enquanto saía do hospital, com umas olheiras assustadoras, disse, de forma avaliativa: "- Gostei de aqui estar, mamã!"
ResponderEliminarAna - a mãe
Pois é, Ana! A tua filha vai ser da tua força - uma menina muito corajosa!
ResponderEliminarMaria da Paz, muito obrigada pelo seu comentário; de facto, nem sempre temos a sorte de sermos bem atendidos, mas também sabemos que há bons e maus profissionais em todo o lado. Porém, já agora, deixe-me fazer-lhe algumas correcções: o SNS foi uma das conquistas da revolução; foi criado pelo socialista António Arnaut quando foi Ministro dos Assuntos Sociais em 1978. A senhora teve o seu cartão da Caixa de Previdência ainda no tempo da ditadura que lhe dava (algum) direito ao chamado médico da Caixa e pouco mais, para não dizer mais nada.
Agora era realmente uma pena que o SNS se perdesse. E com os avanços da direita, nunca se sabe se não vão querer privatizar tudo. E então... aquilo que agora é para (quase) todos para a ser só para alguns...
Como eu conheço esses tombos.... tudo entra na rotina!!! E nada que não se dê toda a Vida!!!
ResponderEliminarÉ o galo dos ovos de Páscoa =)