Sabemos o quanto nos agrada uma
boa polémica. Para tomarmos partido, para teimarmos defendendo o nosso ponto de
vista, para nos irritarmos com o parceiro, etc. etc.
A polémica que hoje aqui trago é
uma polemicazinha, até porque não deve ser conhecida do público em geral. Por
isso lhe chamei «estilo polémica»; se fosse a malta nova diria «tipo polémica».
Enfim.
Então houve um concurso de
literatura que decorreu no Brasil que foi o «Prémio Oceanos» (antigo Prémio
Telecom de Literatura de Língua Portuguesa) de que tive notícia em meados de
outubro num tímido retangulozinho do jornal que informava que, da lista de 51
semifinalistas de autores, tinham sido escolhidos dez finalistas dos quais
quatro eram portugueses, a saber: Ana Margarida de Carvalho, Ana Teresa
Pereira, Hélder Moura Pereira e Maria Teresa Horta. Apesar do meu encantamento
pela poeta Maria Teresa Horta e a sua obra de arte «As Luzes de Leonor»,
comecei imediatamente a “torcer” pela Ana Margarida de Carvalho de quem li os
dois romances verdadeiramente alucinantes no passado verão. Confesso que dos
seis finalistas brasileiros nada sei, “desculpe ignorância de macaco” – estou
citando Jô Soares no seu extraordinário programa «Planeta dos Homens» dos
incríveis anos 70/80.
Na semana passada li que a
escritora Maria Teresa Horta repudiava o 4º lugar ex-aequo que lhe tinha sido atribuído juntamente com o escritor
Bernardo Carvalho, bem como o respetivo prémio pecuniário (cerca de quatro mil
euros). Numa carta endereçada ao júri, Maria Teresa Horta afirma: "Faço-o por respeito pela Literatura, por
respeito pelas minhas leitoras e os meus leitores, e sobretudo pelo respeito
que devo a mim própria e à minha já longa obra (…). Assim sendo, caros
senhores, sois livres de dar a aplicação que vos aprouver aos 15 mil reais que
me caberiam, não fosse esta inultrapassável questão que se me coloca e dá pelo
nome de dignidade".
Entretanto, na sua página do facebook, a prestigiada crítica de
literatura, a professora doutora Maria Alzira Seixo, no seu estilo frontal de
sempre, escrevia que os dois portugueses que faziam parte do júri, o crítico
literário António Guerreiro e a poetisa Ana Mafalda Leite, tinham sido alunos
dela, fracos alunos, que estiveram quase para reprovar e que não entendia como
pessoas dessas eram convidadas para integrarem júris de concursos literários.
Só depois li que a vencedora do
prémio tinha sido Ana Teresa Pereira – de quem nunca ouvira falar – com o
romance Karen. Fiquei também a saber
que a autora premiada, nada e criada na Madeira, já não é uma jovem (nasceu em
1958) e publica desde 1989, sendo-lhe conhecidas cerca e duas dezenas de obras.
«Nos últimos dezoito anos, Ana Teresa Pereira construiu uma das obras
mais coerentes e sólidas da ficção nacional. De facto, sem que quase déssemos
por isso, os mais de vinte romances que publicou, oscilando entre os fairy
tales, o fantástico, o policial e o western, não necessariamente por esta
ordem, fizeram do seu nome uma referência incontornável.» Eduardo Pitta;
Público.
Ignorância minha (outra vez…) Que
diria de mim a Professora Maria Alzira Seixo? Não lhe passei pelas aulas lá em
Letras porque ela estava mais dedicada às Românicas…
De qualquer modo, sei que
tenho de ler o tal romance Karen.
(Ana Teresa Pereira) |
Apetece-me dizer: Mau perder.... mas fico à espera da tua opinião sobre o Karen :))
ResponderEliminarBjs
Nunca li nada da escritora premiada.
ResponderEliminarTambém fiquei curiosa com o titulo.
Abraço
Karen?
ResponderEliminarÉ um western?
Se for, leio!
Fico à espera da opinião para depois decidir se leio ou não.
ResponderEliminarBjs, bfds
Nunca ouvi falar da vencedora... ignorância minha, por certo.
ResponderEliminarContinuação de boa semana, amiga Graça.
Beijo.
Lê, e depois diz se vale a pena que o adquira! Embora já saiba que em literatura, como em tudo, os gostos são relativos...
ResponderEliminarQuanto à posição tomada por Maria Teresa Horta, creio não ser mau-perder, mas um pleno direito que lhe assiste e com o qual até tendo em concordar. Opiniões!
Beijinhos.
Ah, Graça, esqueci-me...tu não dizes "tipo polémica" como a malta nova, mas dizes "torcer"...qual é a diferença? Agora digo eu: Enfim...não vale a pena andar à pedrada!! :))
ResponderEliminarBom dia. Passando para me deliciar com as suas sempre belas publicações. E se forem namorados, marido/mulher, ou amigos coloridos, sabe sempre bem uma discussãozinha , para depois se fazerem as pazes, não é verdade? ( lol).
ResponderEliminarSe estiver em Portugal, um feliz dia de feriado.
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Tema de hoje
Manhã, nascer do sol, solfeja a cigarra no arvoredo
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Deixando cumprimentos poéticos.
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