segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Do Jornal de Letras

Gosto muito de ler o Jornal de Letras, embora não compre todos os seus números. Compro os que tratam temas que me interessam, normalmente  literatura, educação, boas entrevistas a escritores, textos de Guilherme de Oliveira Martins, de Manuel Halpern, recensões críticas de livros recentes.

Há mais de um mês que não comprava nenhum (de referir que se trata de uma publicação bimensal) Por isso decidi-me a comprar o desta quinzena apesar de falar mais dos filmes portugueses que pretendem retratar a crise económica dos últimos anos - temas que me são pouco interessantes.



Mas devo afirmar que se mais não aparecer da sua leitura, valeu apenas por duas razões:

  • a entrevista à escritora Filomena Marona Beja que anuncia o seu novo romance «Avenida do Príncipe Perfeito» (se nunca leram nada dela, é bom que comecem a fazê-lo)
  • uma frase inédita de Fernando Pessoa, retirada do livro O Teatro Estático que reproduz a obra do poeta relacionada com o teatro, e que diz só isto:

        "Não sei se isto é tristeza ou alegria, tão vaga e misteriosa é a suavidade doentia que sinto." 

O meu encantamento pela frase vem do facto de me ter remetido para aquele último terceto do soneto de Camões «Busque amor novas artes, novo engenho» que li no meu 5º ano do liceu (atual 9º) e que nunca mais esqueci e que diz: 



Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê.


12 comentários:

  1. Leio sempre. Chaga-me a casa pelo próprio pé, sempre que sai um número. Neste último, além de tudo o que refere, gostei também, em "Artes", da crónica de Manuel Halpern sobre o último e mui criticado álbum do Chico Buarque.


    Lídia

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  2. Olá Graça, também gosto de ler o jornal, sempre tem algo que não encontramos na net.
    Feliz fim de tarde!
    "Que dias há que n'alma me tem posto
    um não sei quê, que nasce não sei onde,
    vem não sei como, e dói não sei porquê."
    Versos realmente soberbos!
    Abraço!

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    1. Obrigada, Diná! Pelas palavras e pela visita.

      O terceto é de Camões - não é por acaso que são soberbos...

      Beijinho.

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  3. Tem temas interessantes e por vezes também leio!bj

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  4. O Terceto de Camões, tocou-me até aos ossos, pois tenho dias que acordo exactamente assim...
    Deveria tatuá-lo na testa !!!
    Bjs

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  5. Dela já li A Sopa e tive a sorte de a conhecer em pessoa.
    Vou procurar esse JL, obrigada :)
    um beijinho e uma boa semana
    (sorry há pouco era o email errado)

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    1. Que bom conhecê-la em pessoa!! Se puderes lê A Cova do Lagarto - é muito bom!

      Beijinho.

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