sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Ruínas

O poeta francês Chateaubriand «afirmou que todos os homens têm uma secreta adoração por ruínas. (…) O nosso fascínio pelas ruínas não se explica apenas pelas lições existenciais e históricas que encerram ou pela sua fealdade bela; […] não nos servem apenas de medida do tempo, como defendia Chateaubriand; […] contam mais do que a brevidade certa da existência. Haverá um núcleo secreto que nos atrai irresistivelmente para as ruínas e nesse núcleo encontraremos as histórias. (…) Estas histórias que só as ruínas podem contar dizem-nos que é possível reconstruir o mundo a partir dos escombros. Ao tempo do lamento e da meditação melancólica pelo que se perdeu, sucede-se o tempo da certeza feliz de que depois de nós virão outros, depois das nossas histórias outras histórias, depois das ruínas um mundo novo.»

(Bruno Vieira Amaral, in Ler, Verão 2015, pp 44-45)

Também eu sinto um enorme fascínio por ruínas. Antigas e menos antigas. Encantaram-me desde sempre as ruínas que se encontram nos jardins de Monserrate em Sintra – que trarei aqui proximamente.

Encantada fiquei quando, por mero acaso, encontrei as ruínas de uma velha igreja junto ao cemitério de Melides.


Sem qualquer placa identificativa, fiquei depois a saber que se trata das ruínas da igreja de Santa Marinha, de finais do século XV, inícios do XVI.















A fotografia abaixo foi encontrada na net decerto tirada quando a igrejinha não estava tão degradada como a encontrei em Agosto passado.




12 comentários:

  1. Há um certo mistério que envolve as ruínas. Talvez por isso nos fascinem.

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  2. Tenho a mesma opinião que a Luisa. Talvez por, através delas, idealizarmos mil e uma histórias, talvez por serem restos dum passado que gostaríamos de ter vivido, não sei.

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  3. As ruínas transmitem-me uma certa nostalgia, mas tenho um enorme fascínio por elas.
    Gostei das imagens.

    Bom domingo Graça e um beijinho

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  4. as pedras, como as árvores ( e alguns homens ) morrem de pé...

    beijo

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  5. O ambiente, ainda que em ruinas, guarda muito da autenticidade de uma fé de um povo bastante religioso! Dizem muito suas fotos, Graça!
    Abraço.

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  6. Boa reportagem. Sintra é uma região encantadora.
    Temos a pulsão de fazer obra nova desprezando, muitas vezes, património que é a nossa memória. Ora, quem despreza a memória é desmiolado.
    Boa semana, Graça.

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