Se bem repararam, este poema é - desde o primeiro minuto de existência deste espaço - o meu ex-libris. Há frases, pensamentos, poemas (poucos) que me marcaram uma vez na vida e ficaram. Para sempre. Sou (muito) fiel aos meus gostos e aos meus pensamentos.
Já conhecia o poema, mas marcou-me indelevelmente quando nos idos de 70, já depois da Revolução, numa das muitas e boas formações que tive em Lisboa no âmbito da Reforma Veiga Simão, a formadora pediu-nos para nos apresentarmos da forma que quiséssemos, que fosse mais de acordo com a nossa maneira de ser. E aí, uma colega, já não me lembro de onde levantou-se e cantou:
«Venho da terra assombrada,
do ventre de minha mãe;
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguém.
Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui,
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci.»
E eu, vinte e tal aninhos, (ainda) bastante tímida, arrepiei-me com a força dela e do poema e guardei-o para sempre bem perto de mim.
(só nunca entendi como é que um Professor de Físico-Química - Rómulo da Carvalho - teve talento e arte para escrever poemas tão belos e tão profundos como foram os de António Gedeão...)
(de notar que Físico-Química foi sempre a minha pior disciplina...)
Hoje voltei a ouvi-la na rádio, e resolvi trazê-la aqui na excelente voz metálica do Adriano. Para recordarmos.
Boa semana!
A Graça continua com o bom gosto das coisas aparentemente simples mas que são profundamente significativas e marcantes na vida das pessoas.
ResponderEliminarGosto muito da poesia do Gedeão e da voz do Adriano.
Parabéns.
Obrigada, Agostinho. Realmente sou grande apreciadora da simplicidade - que é uma qualidade própria só de alguns...
EliminarBeijinho.
Incansável, é muito ouvida cá em casa.
ResponderEliminarUma boa semana e um beijinho.
Muito bonita e cheia de significado!
EliminarBeijinhos, Flor.
«Quero eu e a Natureza,
ResponderEliminarque a Natureza sou eu,
e as forças da Natureza
nunca ninguém as venceu.»
De mais, não é?!
EliminarDesconhecia! Mais um aprendizado que recebo em seu blog!
ResponderEliminarObrigada!
Abraço.
Eu é que agradeço a sua simpatia, Célia!
EliminarBeijinho
O Adriano cantou os grandes poetas.
ResponderEliminarComo muitos dos cultores da canção de Coimbra.
Beijinhos, boa semana
Pedro - o eterno apaixonado por Coimbra...
EliminarBeijinhos
Muito bacana!
ResponderEliminar:))
EliminarEu que nem sou grande apreciadora de poesia, adoro Gedeão. Essa pergunta do professor de Físico-Química (que foi disciplina com a qual também tive um grande contencioso ao longo de 3 anos), pode fazer o seguinte sentido - creio que o Homem por vezes precisa de manter algum equilíbrio, e quando se lida com fórmulas químicas e a física das coisas, a poesia deve contrabalançar assuntos tão terra a terra... :)
ResponderEliminarBeijocas
Claro! São mentes prodigiosas...
EliminarBeijinho, Teté!
~~~
ResponderEliminar~ Torga era médico e tantos outros escritores... Penso que não há muita diferença...
~ As pessoas mudam com a idade... Depois de se dedicar a livros de cariz didático,
da sensibilidade dos cinquenta anos brotou estes poemas tão belos e especiais...
~ Não há dúvida que o professor era muito inteligente e sempre deve ter apreciado
poesia.
~~~ Beijinho, com parabéns pelo teu «ex-libris» e bom gosto. ~~~
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Era polivalente! Escreveu também uma História da Educação em Portugal muito boa.
EliminarObrigada, Majo.
Com licença! Com licença!
ResponderEliminarQue a barca se fez ao mar.
Não há poder que me vença.
Mesmo morto hei-de passar.
Com licença! Com licença!
Com rumo à estrela polar.
Rumo à estrela polar um dia hei-de voar !
Um beijinho agradecido amiga Graça
Fê
Lindo, não é, Fê?
EliminarBeijinhos
Não deixemos morrer os nossos mortos
ResponderEliminarMemória viva
Bj
Sempre!! :)
Eliminarbeijo, beijo...
ResponderEliminar(sem mais, por não ser necessário)
Já não ouvia esta canção há muitos anos!
ResponderEliminarBjs
Como eu costumo dizer... nós temos muitas "metades"... e não temos apetência apenas para uma área do saber ou arte. Mas concordo que possa ser uma surpresa encontrar-se pessoas ligadas às áreas das ciências exactas e dos números que mostram elevada sensibilidade para a poesia.
ResponderEliminar(quantos dos que conhecem o meu percurso na blogosfera adivinham a minha área profissional?)
Beijinhos consolados por recordar este tema que também aprecio bastante
(^^)