Devia ser a única pessoa das
minhas amizades que ainda não tinha ido ver o filme do momento. Não estava com
muita vontade, não. Por uma questão de autoproteção. Quando passou aquela série
«Conta-me como foi» na RTP1 – bastante bem conseguida, diga-se – vi poucos
episódios, o mesmo acontecendo com a série «E depois do adeus». Tenho alguma
dificuldade em, de alguma forma, ver-me e ao povo de onde provenho ao espelho –
às vezes com inverdades, mas sobretudo com a nossa forma de ser, com os nossos
defeitos, as nossas fragilidades sem que para isso haja uma explicação, um
conhecimento sociológico, psicológico da evolução da história dessa nossa
maneira de ser. Tenho medo de ver o povo a que pertenço (sem nunca, em qualquer
situação, ter dito nem dizer como oiço a muito boa gente: «tenho vergonha de
ser portugês/a») metido a ridículo ou tratado de forma falaciosa.
Bom mas depois de ouvir dizer que
era um filme bem-disposto e que nos arrancava algumas boas gargalhadas, hoje lá
me decidi, até porque gosto muito do modo de representar da Rita Blanco já
desde o tempo em que ela, muito nova ainda, trabalhava com o extraordinário
Herman José.
No final da primeira parte estava
a gostar do filme e, tirando alguns pequenos exageros, estava de facto a ser
divertido. Mas quando chegámos ao clímax da história, a cena do jantar de
noivado, dá-se o ponto de viragem e de filme pró-comédia passa-se ao filme
pró-comédia romântica em que são explanados sentimentos e símbolos portugueses
muito bem “metidos” como por exemplo a cena do fado – que começou por me
contrariar bastante, mas cuja intenção entendi ainda antes de a canção ter
chegado ao fim – a beleza verdadeiramente impressionante e de enorme impacto do
Douro e, no fim, o aparecimento do jogador Pauleta. (Por mim, só retiraria a força com que aquele fado
fascizante «Uma Casa Portuguesa» foi apresentado; mas isso sou eu que não gosto
mesmo daquela canção.)
Trata-se de um filme cujo propósito
é muito mais para nos roubar uma ou duas lagrimas do que para as tais boas
gargalhadas.
Atrevo-me a dizer que este filme
foi feito ao estilo dos últimos filmes de Woody Allen sobre Paris e Roma.
Não vi o filme ,mas estou a pensar ir até Vila Real , pois é o sítio mais próximo onde está em exibição.Dizem-me que vale a pena.M.A.A.
ResponderEliminarDepois de ler em alguns blogues sobre esse filme, fiquei com curiosidade. Provavelmente não passará por aqui mas talvez na net o consiga ver. Apenas conheço o Joaquim de Almeida de filmes na língua inglesa.
ResponderEliminarAchas que os emigrantes portugueses estão bem caracterizados?
Gostei de ver esse filme, dispõe bem, não penso que passe uma má imagem dos emigrantes portugueses. Como povo somos mesmo assim... sempre a evoluir.
ResponderEliminarConcordo com a Graça, é um filme "semelhante" aos últimos que Woody Allen realizou e Portugal, como cartaz turístico, creio não ter ficado a perder.
Não é "fabulástico" mas vê-se bem!
ResponderEliminarClaro que tinha que haver alguns clichés!
Abraço
Catarina, por acaso acho que os emigrantes em Paris estão bastante bem caracterizados.
ResponderEliminarUma boa dica, Graça! Valeu, menina!
ResponderEliminarBj. Célia.
tenho de ver o filme
ResponderEliminarBjinhos
Paula
Ainda não vi o filme.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim de semana
Também vi e gostei.
ResponderEliminarGostei do modo como olhas para o filme, eu sou mais terra a terra!
ResponderEliminarAinda não fui ver. Mas irei. :)
Beijo e bom domingo.
Laura
Também ainda não fui, nem será um filme a ver no cinema. Mas quando for para o vídeo, quero ver. Beijoca!
ResponderEliminarGostei mesmo muito desta comédia luso-francesa, embora não me tenha identificado com nenhuma das personagens.
ResponderEliminarA minha amiga alemã que foi comigo, também gostou do filme, só disse que eu era o oposto da Maria, mas tanta simpatia, boa vontade e humildade foi um dos exageros do filme.
Ri e quando vi o "meu" querido Douro os meus olhos encheram-se de lágrimas.
Perdoei ao Ruben Alves a cena do fado e o aparecimento do jogador Pauleta.
A mim também me lembrou um outro filme, mas não do Woody, que ainda um dia vou falar no "ematejoca azul".
Continuação de um bom domingo, Graça!
ResponderEliminarGostei, francamente. Do filme e desta tua exposição.
Ficou-me no palato um amargo-doce ou um doce-amargo que, de facto, é marca do povo português, sempre truncado no seu direito de SER em plenitude.
Triste Fado!
Ainda não vi, mas já está agendado.
ResponderEliminarbeijinho amiga Graça, boa semana!
Fê
Obrigada, meus queridos, pelos vossos comentários!
ResponderEliminarBeijinhos e boa semana!
Gracinhamiga
ResponderEliminarSem tirar, nem pôr. Concordo 210% por cento, mas (maldita adversativa que aparece sempre nos momentos e parágrafos menos indicados), quanto ao fado, do fado de que eu gosto, (agora diz-se que eu gosto...), o Casa Portuguesa é uma cagada em um acto.
Mal por mal, prefiro o Ser fadista e ser doutor do Vasco Santana (grande e gordo actor) na "Canção de Lisboa".
Qjs
Henrique
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Um dia hei-de contar a estória em que vesti a casaca do Vasco Santana...