quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Ronda dos museus

Na última semana antes do reinício das aulas e como já não há como entreter as crianças, vá de ir com elas fazer a ronda dos museus propícios às suas verdes idades.

Primeiro fomos ver o renovado Moinho de Papel à beira Rio Lis, instalado ali  em 1411 para a manufatura de papel, o primeiro conhecido em Portugal.

Foi muito interessante e os miúdos gostaram bastante porque ficaram com a ideia de que tinham mesmo fabricado papel. De facto, a responsável pela visita, uma jovem senhora simpática, dinâmica e competente, contou aos miúdos a história do papel, explicou a sua manufatura e deu com eles, sendo apenas dois, todos os passos da mesma, pondo as noras a trabalhar para eles perceberem a força da água do rio, deixando-os ajudá-la a usar as prensas e sei lá o que mais, chegando no fim da visita a dizer-lhes que convidassem as suas professoras a trazerem as turmas ao moinho para uma visita.












Ontem foi a vez de visitarmos com eles o Agromuseu da Ortigosa também da responsabilidade da Câmara Municipal, mais conhecido pelo Agromuseu da D. Julinha, última proprietária daquela antiga casa agrícola, que cedeu aquele espaço para que se preservasse quer o espaço, quer a memória de todo aquele património rural.

Os interiores da casa, do celeiro, da adega, do lagar estão muito bonitos e muito bem arranjados, registando por meio do mobiliário, das loiças, dos fogões, as alfaias agrícolas, etc. o modo de viver dos finais do século XIX e da primeira metade do século XX. O espaço da quinta, porém, que é enorme e lindo, está um bom bocado abandonado, com meia dúzia e não mais de variedades na horta, sem árvores de fruto, tudo um bocado para o seco, os currais com dois ou três galarós de crista que cantavam que nem loucos e um coelho grande, sonolento de tão só. Nem uns porquinhos que são os animais de agropecuária da zona por excelência, nem umas gaiolas grandes com aves variadas, sei lá… E o facto é que estavam, que víssemos, quatro pessoas por lá, sem fazerem nada, absolutamente nada senão andarem por ali! Uma delas até estava sentadinha numa das salinhas a sorrir e a fazer crochet… Uma pena, com aquele manancial de história e de espaço!




































Com efeito, a atitude das pessoas é tudo no aproveitamento e desenvolvimento das realizações, dos empreendimentos e das instituições! Que diferença entre a senhora do moinho de papel e estas outras do agromuseu!


11 comentários:

  1. Conheci muito bem a D. Julinha que foi protagonista duma trágica história de amor!
    Sabia da existência desse museu mas não sabia que esse espaço tinha sido doado por ela à comunidade que pelos vistos não está a tratá-lo com a dignidade que merece!
    É uma pena!
    Mas as crianças gostaram tenho a certeza!

    Abraço

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  2. Gostaram pois!

    tens de me contar a história da dita D. Julinha que de facto se chama Maria Leonilde...

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  3. Reportagem bem interessante e com fotos bonitas.

    Claro que para as crianças foi uma delícia.

    Bons sonhos

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  4. O agromuseu é uma relíquia!!
    A visitar.
    BFDS!!!

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  5. O Museu do Papel está extraordinariamente bem dinamizado. É o que fica perto de Paços de Brandão, certo? A minha criança gostou muito de o visitar e de experimentar as prensas e as texturas dos vários tipo de papel. Tenho pena é que esses Museus, apesar de bem dinamizados por recém licenciados, que querem mostrar o seu valor e ganhar uma oportunidade profissional, nunca fiquem residentes...Tem corrido bem no Museu do Papel devido ao empenho de gente nova, que em buscar de uma oportunidade, dá tudo para poder ficar e nunca fica... :-(

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  6. Pois chamava! :)
    Conheci-a porque ela era visita e hóspede constante do colégio onde andei e onde também andou uma irmã muito mais nova, creio que filha de um segundo casamento do pai!
    Quando estivermos juntas contar-te-ei a história...que ainda tem outras coincidências!

    Abraço

    Abraço

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  7. uau! também quero fazer esse passeio :)

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  8. Óptima maneira de "entreter" as criancinhas - levá-las a visitar museus, especialmente esses "museus vivos".
    É um facto que muito do que está bem e do que está mal é devido à actuação, boa ou má, dos intervenientes. É assim em todos os aspectos da vida.
    Gostei da postagem.

    Bom fim de semana.
    Beijinhos

    Link para o meu blog principal
    Mariazita

    PS - No próximo Domingo publicarei o meu habitual post mensal, onde falarei das férias e mostrarei muitas fotos.

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  9. Há uns bons anos visitei a Casa Museu José Relvas, em Alpiarça. Ainda hoje recordo, como a Senhora encarregada de receber os visitantes, nos explicou ao pormenor todos os detalhes. É bem o oposto dessas quatro senhoras, em que uma delas até faz crochet. São casos destes que deviam ser corrigidos por alguém que dirige estes serviços.

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