Dos jornais chagam-nos gritos de
denúncia, de protesto e de apelo como estes:
1. 1.
«…O mercado está contaminado pelo medo, pela incerteza, pela desconfiança.
Mas é também um escândalo, porque é a política alemã de terror económico para a
Zona Euro, a causa principal deste pânico. Não é o mérito da economia alemã que
a transforma num refúgio para investidores aflitos, mas, sim, o resultado da
sua inflexível política de intimidação por via da austeridade sem limites. (…) No
jantar do Conselho Europeu de quarta-feira, Passos Coelho - contrariando Monti,
Hollande, Rajoy, Juncker, o FMI e a OCDE, entre muitos outros líderes e
instituições - apoiou Angela Merkel contra as euro-obrigações. O escândalo
racional da chanceler alemã é, assim, apoiado pelo mistério irracional do
comportamento do primeiro-ministro português. A lógica da subserviência tem na
decência, o seu limite moral, e no interesse nacional, o seu absoluto limite
político. Passos Coelho está a rasgar todos os limites. Ele não se pode enganar
no "P" ao serviço do qual se encontra. Ele foi eleito para servir
Portugal e os portugueses. Não para se comportar como se o nosso retângulo
fosse a província mais ocidental da Prússia.»
(Virato Soromenho-Marques, in DN de 25.05.2012)
(De facto, se bem se lembram, Salazar também foi, no
tempo da II Guerra Mundial – (também) iniciada pela Alemanha – um germanista
incansável.)
2. 2.
«Parece piada. O ministro que tutela a Comunicação Social acusado de
ameaçar um jornal com um boicote governativo e uma jornalista com revelação de dados
da sua vida privada. O partido que arrepelou os cabelos e esganiçou a voz na
denúncia de uma coisa a que deu o nome de "asfixia democrática", que
vituperou incansavelmente o Governo anterior por "tentativas de
condicionamento da comunicação social", que alberga nas suas hostes um
Paulo Rangel, capaz de no Parlamento Europeu sustentar que Portugal deixara de
ser um Estado de Direito porque um colunista de um jornal privado alegara ser
vítima de censura, a vetar a audição do ministro no Parlamento. E os
jornalistas portugueses, que em 2006 se uniram num manifesto estrepitoso contra
a aprovação do atual Estatuto do Jornalista, reputando-o de "o maior
atentado à liberdade de expressão desde o 25 de abril", mudos e quedos - à
exceção do Conselho de Redação do Público e do Sindicato.
Tem mesmo graça, se
formos capazes de rir com a tristeza. E sendo tão triste esta tristeza nem
sequer nos pode surpreender: afinal, enquanto nos últimos anos vimos as palavras
"pressão" e "censura" usadas para tudo e mais alguma coisa
na relação do Governo nacional com os media,
na Madeira as ameaças e boicotes a jornalistas por parte do partido no poder
adquiriram a naturalidade dos fenómenos meteorológicos.
(…) Ameaças
respeitantes à vida privada são uma pulhice inominável, venham de onde vierem.
Um ministro acusado dessa conduta criminosa (coação, ameaça de devassa da vida
privada) por um jornal ou lhe coloca de imediato um processo por difamação ou
está ferido de morte na sua honra. Um regulador não aceita que o ministro
escolha o dia e a hora da sua audição de modo a ser ouvido antes da editora a
quem terá transmitido as ameaças. A direção de um jornal - o mesmo que apelidou
uma decisão de tribunal de "censura prévia" - não oculta do País
factos gravíssimos que virá a admitir, pós-denúncia do Conselho de Redação,
serem verdadeiros. (…)»
(Fernanda Câncio, in DN 25.05.2012)
3. 3.
«Na categoria de “inaceitável” está o número um da dita resolução [socialista]
que repudia o processo adotado pelo governo que levou à aprovação em reunião
extraordinária de Conselho de Ministros e envio do Documento de Estratégia
Orçamental sem consulta prévia a qualquer partido da oposição.»
Se este ato tivesse sido realizado pelo anterior
governo, já o presidente da República tinha interrompido as “férias” em Timor e
na Indonésia para fazer uma comunicação ao país sobre este desmando antidemocrático!
4. 4. «A troika está insatisfeita com os salários
praticados em Portugal. Os ordenados continuam a ser demasiado “rígidos”, “altos”
e a impedir descidas no desemprego. Quanto menor o salário médio, mais empregos
se podem criar.»
E os “nossos” governantes e a classe patronal já estão
com “o rabinho a dar a dar” para baixarem os salários! Os mais baixos, claro! que
são muitos. Os mais altos não dá para baixar porque são dos “eleitos”.
E nós todos caladinhos!
Por muito menos do que isto
caiu o anterior governo. Era o governo do Anticristo. Este governo, porém, não
cai porque está bem amparado e abençoado pela nobreza, pelo clero e pela alta
burguesia. E o povo? O povo continua naquela letargia subserviente, clerical, paroquial que se lhe colou à pele desde o tempo da Inquisição e da ditadura.
Parabéns, Graça por seu comentário embasado na pobreza das mentes humanas escravas dos senhores governantes!
ResponderEliminarBj. Célia.
Estava eu em sossego a desfolhar uns livros, encontrei estes
ResponderEliminarversos
dispersos:
"Depois que a chuva se foi embora
tudo ficou claro e limpo como deve ser.
Assim viesse uma chuva
que nos limpasse a nós."
Mas que grande barrela que estes tipos estão a precisar!
Bj
Está um ar irrespirável neste país, Graça
ResponderEliminarBom fds
E eu estou a começar a ficar cansada, estafada, farta de tanta confusão, tanta aldrabice de quem se arvorou em arauto da Verdade!
ResponderEliminarJá nem os posso ver, nem ouvir!
Abraço
E disseste TUDO no último parágrafo.
ResponderEliminarObservei, com toda a atenção a imagem que escolheste. Só vi ovelhas brancas. Nós, as negras, recusamo-mos a fazer parte do rebanho e a sermos fotografadas com tão más companhias.
Beijo
Laura
Colou-se à pele e ainda por cima que está a ser manipulado por uma imprensa que está a ser constantemente manipulada pelos poderosos. Ou então encolhe os ombros, porque só mudam as moscas... e sente-se impotente para fazer qualquer coisa, incluindo votar! Triste povo este... :(
ResponderEliminarBeijocas!