domingo, 20 de maio de 2012

O rapazola

Saiu no Expresso online no passado dia 14 e decerto já toda a gente leu, mas eu não resisto a transcrever para aqui o texto que Daniel Oliveira escreveu a propósito das bacoradas que o "nosso" primeiro lançou boca fora sobre ser  desempregado em Portugal.



 
"Estar desempregado não pode ser um sinal negativo. Despedir-se ou ser despedido não tem de ser um estigma. Tem de representar também uma oportunidade para mudar de vida. Tem de representar uma livre escolha, uma mobilidade da própria sociedade." Pedro Passos Coelho

Há pessoas que tiveram uma vida difícil. Por mérito próprio ou não, ela melhorou. Mas não se esqueceram de onde vieram e por o que passaram. Sabem o que é o sofrimento e não o querem na vida dos outros. São solidárias. Há pessoas que tiveram uma vida difícil. Por mérito próprio ou não, ela melhorou. Mas ficaram para sempre endurecidas na sua incapacidade de sofrer pelos outros. São cruéis. Há pessoas que tiveram uma vida mais fácil. Mas, na educação que receberam, não deixaram de conhecer a vida de quem os rodeia e nunca perderam a consciência de que seus privilégios são isso mesmo: privilégios. São bem formadas. E há pessoas que tiveram a felicidade de viver sem problemas económicos e profissionais de maior e a infelicidade de nada aprender com as dificuldades dos outros. São rapazolas.

Não atribuo às infantis declarações de Passos Coelho sobre o desemprego nenhum sentido político ou ideológico. Apenas a prova de que é possível chegar aos 47 anos com a experiência social de um adolescente, a cargos de responsabilidade com o currículo de jotinha, a líder partidário com a inteligência de uma amiba, a primeiro-ministro com a sofisticação intelectual de um cliente habitual do fórum TSF e a governante sem nunca chegar a perceber que não é para receberem sermões idiotas sobre a forma como vivem que os cidadãos participam em eleições. Serei insultuoso no que escrevo? Não chego aos calcanhares de quem fala com esta leviandade das dificuldades da vida de pessoas que nunca conheceram outra coisa que não fosse o "risco".

Sobre a caracterização que Passos Coelho fez, na sua intervenção, dos portugueses, que não merecia, pela sua indigência, um segundo do tempo de ninguém se fosse feita na mesa de um café, escreverei amanhã. Hoje fico-me pelo espanto que diariamente ainda consigo sentir: como é que este rapaz chegou a primeiro-ministro?



(imagens retiradas da net)

12 comentários:

  1. A parte mais estranha do escrito é a pergunta final... ou melhor, a resposta: FOI ELEITO

    e pior, se fosse a eleição agora... talvez voltasse a ganhar.
    Ou ele, ou outro igual...

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  2. Por acaso já tinha lido, Graça. E hoje voltei a ouvir o DO no Eixo do Mal a chamar-lhe rapazola.
    O problema é que os tugas parecem gostar...

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  3. Olha, a imagem em baixo diz mais que mil palavras!
    Bjs

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  4. Isto foi uma bazucada no pé. Alguém dizer isto quando nunca teve problemas em arranjar emprego é de um mau gosto terrível. Pode ser que daqui a três anos tenha uma oportunidade...

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  5. Faço minhas as palavras do Rogério.

    Beijo

    Laura

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  6. Se as sondagens estão certas é caso para dizer: O povo está louco!

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  7. Ouvi-o ontem no Eixo do Mal dizer o mesmo!
    Um rapazola, um adolescente que infelizmente nos está a (des)governar com "sus muchachos"! :-((
    À noite regresso à outra casa! :-))

    Abraço

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  8. Estimada Amiga Graça Sampaio,
    Cá neste canto do mundo essa notícia também cá chegou e pasmou muita gente.
    Ele e seus compichas não estão no poder como o meu voto, pois nunca votei, aliás nem estou inscrito para tal.
    O povo é quem mais ordena, já agora ponham a casa na ordem.
    Abraço amigo

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  9. Graça minha querida
    Ele não chegou a ao colo de quem lá o colocou.
    Boa semana

    Beijinho e uma flor

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  10. Não me merece qualquer respeito, esse rapazola...

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  11. Mais coisa menos coisa, está tudo dito, preto no branco! :)

    Beijocas!

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  12. Os outros "boys" do partido acomodaram-se na manjedoura, esse viu a cenoura e saltou.
    :)

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