No Dia Mundial dos Museus vou
trazer aqui a história (triste) de um museu que foi criado em 1999, recebeu um
prémio internacional que o distinguiu como o melhor museu industrial da Europa
em 2001 e que hoje está abandonado tendo fechado portas há três e correndo o
risco de desaparecer.
Trata-se do Museu da Cortiça de
Silves que tomou parte do espaço de grande fábrica corticeira fundada no século
XIX tendo reunido parte da maquinaria da velha fábrica bem como todo o seu
arquivo documental. Este museu, que albergava uma completa exposição permanente sobre o
património industrial corticeiro de todo o Algarve, era composto por espaços
variados como as salas de interpretação e a de audiovisuais, oficina
transformadora, oficinas de serralharia, ferraria e de correeiro, casas da
máquina e da prensa, centro de documentação, arquivo e reserva e oficina de
restauro.
A antiga fábrica |
O espaço da antiga fábrica deu
lugar ao complexo turístico conhecido pela Fábrica do Inglês do qual fazia
parte o museu. Como esse complexo turístico faliu, o museu fechou e ficou
deixado ao abandono. Uma história bem à
portuguesa. Tristemente à portuguesa! Fatalmente à portuguesa!
Manuel Ramos, o diretor do museu,
«levanta
os braços, quando confrontado com o cenário de um desfecho trágico: "Não,
não pode ser", declara. Abre a porta e mostra dossiers, de papel
amarelecido. No interior do edifício, a cheirar a mofo, a temperatura
aproxima-se dos 40 graus - uma estufa onde se guarda uma boa parte da história
de um país que é líder mundial na exportação da cortiça. Cá fora, as ervas, com
mais de meio metro de altura, rompem pelas fissuras do pavimento e há uma
imagem da degradação que perpassa por este lugar carregado de memórias.»
Professor também, o diretor do museu
levou hoje «uma turma de jovens entre os 12 e os 15 anos numa ação de limpeza,
simbólica, no interior e exterior do edifício, para chamar a atenção da
necessidade de existir uma "intervenção pública" no espaço
museológico.»
O que eu duvido sinceramente que
aconteça face à pouca (para não dizer nenhuma) importância que este governo dá às coisas da cultura e da
educação.
Espero que consigam salvá-lo.
ResponderEliminarUm dia gostava de poder ir lá.
Estive em Silves há pouco mais de um ano, passei na ex-Fábrica do Inglês e não fazia a mínima ideia desta "estória". Tenho pena de não saber naquela altura ! :((
ResponderEliminarCreio que hoje será muito difícil a sua recuperação e é pena !
.
Visitei-o há anos, um espaço lindo.
ResponderEliminarBom fim de semana ( com chuva).
Bjs
Não tinha conhecimento da existência desse museu. No ano passado não cheguei a ir a Silves.E como gosto de lá passar para ouvir ópera no castelo, ao ar livre, como aconteceu no ano anterior e jantar na marisqueira do Rui (creio que é este o nome).
ResponderEliminarÉ de lamentar o que acontece ao património nacional. Há de chegar uma altura em que pouco restará da nossa história.
Não é apenas o(s) governo(s) que não dá importância às coisas da cultura e da educação; somos todos nós! (mea culpa, pela parte que me toca)...
ResponderEliminarEste não é, infelizmente, caso único, mas um bom exemplo do nosso nível...
Estimada Amiga Graça Sampaio
ResponderEliminarConheci esse belo museu através de um velho amigo residente em Silves.
É pena que nos dias de hoje se encontre abandonado mas enfim!...
Existe dinheiro para muita coisa agora O Cavaco vai até Timor, a despesa n~!ao será pouca e se houvesse vontade esse belo Museu seria reaberto.
Abraço amigo
Fui lá e lamento que esteja encerrado.
ResponderEliminarMas como este Governo quer encerrar o país...já nada me surpreende.
Um abraço, GRAcinha
Mais uma perda!
ResponderEliminarLamentável o estado de 'descuido' com a cultura.
Beijo
Laura
Agradeço o vosso interesse!
ResponderEliminarManuel Castelo Ramos
"Director" do Museu