sexta-feira, 18 de maio de 2012

O Museu da Cortiça


No Dia Mundial dos Museus vou trazer aqui a história (triste) de um museu que foi criado em 1999, recebeu um prémio internacional que o distinguiu como o melhor museu industrial da Europa em 2001 e que hoje está abandonado tendo fechado portas há três e correndo o risco de desaparecer.


Trata-se do Museu da Cortiça de Silves que tomou parte do espaço de grande fábrica corticeira fundada no século XIX tendo reunido parte da maquinaria da velha fábrica bem como todo o seu arquivo documental. Este museu, que albergava uma completa exposição permanente sobre o património industrial corticeiro de todo o Algarve, era composto por espaços variados como as salas de interpretação e a de audiovisuais, oficina transformadora, oficinas de serralharia, ferraria e de correeiro, casas da máquina e da prensa, centro de documentação, arquivo e reserva e oficina de restauro.








A antiga fábrica



 O espaço da antiga fábrica deu lugar ao complexo turístico conhecido pela Fábrica do Inglês do qual fazia parte o museu. Como esse complexo turístico faliu, o museu fechou e ficou deixado ao abandono. Uma história bem à portuguesa. Tristemente à portuguesa! Fatalmente à portuguesa!

Manuel Ramos, o diretor do museu, «levanta os braços, quando confrontado com o cenário de um desfecho trágico: "Não, não pode ser", declara. Abre a porta e mostra dossiers, de papel amarelecido. No interior do edifício, a cheirar a mofo, a temperatura aproxima-se dos 40 graus - uma estufa onde se guarda uma boa parte da história de um país que é líder mundial na exportação da cortiça. Cá fora, as ervas, com mais de meio metro de altura, rompem pelas fissuras do pavimento e há uma imagem da degradação que perpassa por este lugar carregado de memórias.»




Professor também, o diretor do museu levou hoje «uma turma de jovens entre os 12 e os 15 anos numa ação de limpeza, simbólica, no interior e exterior do edifício, para chamar a atenção da necessidade de existir uma "intervenção pública" no espaço museológico.»

O que eu duvido sinceramente que aconteça face à pouca (para não dizer nenhuma) importância que este governo dá às coisas da cultura e da educação.

9 comentários:

  1. Espero que consigam salvá-lo.
    Um dia gostava de poder ir lá.

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  2. Estive em Silves há pouco mais de um ano, passei na ex-Fábrica do Inglês e não fazia a mínima ideia desta "estória". Tenho pena de não saber naquela altura ! :((
    Creio que hoje será muito difícil a sua recuperação e é pena !
    .

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  3. Visitei-o há anos, um espaço lindo.
    Bom fim de semana ( com chuva).
    Bjs

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  4. Não tinha conhecimento da existência desse museu. No ano passado não cheguei a ir a Silves.E como gosto de lá passar para ouvir ópera no castelo, ao ar livre, como aconteceu no ano anterior e jantar na marisqueira do Rui (creio que é este o nome).


    É de lamentar o que acontece ao património nacional. Há de chegar uma altura em que pouco restará da nossa história.

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  5. Não é apenas o(s) governo(s) que não dá importância às coisas da cultura e da educação; somos todos nós! (mea culpa, pela parte que me toca)...
    Este não é, infelizmente, caso único, mas um bom exemplo do nosso nível...

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  6. Estimada Amiga Graça Sampaio
    Conheci esse belo museu através de um velho amigo residente em Silves.
    É pena que nos dias de hoje se encontre abandonado mas enfim!...
    Existe dinheiro para muita coisa agora O Cavaco vai até Timor, a despesa n~!ao será pouca e se houvesse vontade esse belo Museu seria reaberto.
    Abraço amigo

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  7. Fui lá e lamento que esteja encerrado.

    Mas como este Governo quer encerrar o país...já nada me surpreende.

    Um abraço, GRAcinha

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  8. Mais uma perda!
    Lamentável o estado de 'descuido' com a cultura.

    Beijo

    Laura

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  9. Agradeço o vosso interesse!
    Manuel Castelo Ramos
    "Director" do Museu

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