quinta-feira, 31 de março de 2011

Um acidente


Ontem a minha neta Elisa sofreu um traumatismo no Jardim resultante de um “choque brutal” com um coleguinha da mesma idade. Faço ideia à velocidade a que eles ambos iam! A questão é que ela estatelou-se ao comprido no chão, tendo batido com a cabecita com toda a força no dito chão.

Cresceu-lhe, acto contínuo, um enorme hematoma na zona do occipital e, como se deve imaginar, foi o pânico nas hostes! Valeu que a mãe estava a chegar e assistiu ao acidente e, desanuviada como é, e num daqueles actos de bravura de que só as mães em aflição são capazes, tratou de a levar imediatamente ao hospital.

Felizmente não foi nada de grave e, quando lá chegámos – porque a menina queria muito o avô! (imaginem o que o avô inchou!...) – já tinha sido atendida, radiografada e esperava pelo resultado do exame. Teve de comer para ver se se sentiria indisposta e veio com a recomendação de se estar atento ao seu comportamento durante 48 horas.

Tudo isto para dizer que os actuais serviços hospitalares e de saúde têm uma capacidade de resposta e uma noção de serviço público e de urgência que ainda há poucos anos nem se sonhava que pudessem vir a ter. E não é preciso remontar aos meus tempos de criança; basta pensar no tempo da infância das minhas filhas, finais de 70, anos 80, em que, quando se precisava de serviços de saúde, tínhamos forçosamente de recorrer à medicina privada, quase sem alternativa.

Um familiar nosso muito próximo teve, no final do passado ano, um problema gravíssimo que o manteve internado no nosso hospital de Santo André durante quase dois meses, tendo sido submetido a duas operações com risco de vida. Felizmente, ao fim de grande sofrimento dele e de grande pânico nosso, o nosso querido familiar conseguiu superar os seus males e hoje, quase de boa saúde, diz que foi tratado com todo o desvelo, todo o profissionalismo e com todas os melhores medicamentos e terapêuticas. Quando já estava quase recuperado, o médico que o acompanhou ter-lhe-á dito em tom de brincadeira que se fosse embora para casa rapidamente se não levava o hospital à falência...

Outro amigo nosso que teve, há uns anos, um gravíssimo problema num pulmão que quase o levava deste mundo e que o manteve uns meses nos hospitais centrais de Coimbra, diz, para quem o quiser ouvir, que nem que trabalhasse o resto da vida só para isso, não conseguiria pagar a despesa que fez no hospital.

Para que os nossos hospitais, tal como as nossas escolas, entre outros bens, se tenham posto em trinta anos ao nível europeu em que de facto estão, teve – e tem – realmente de se fazer um enorme esforço de toda a ordem. E (por enquanto) são para todos e praticamente gratuitos!

Não me venham dizer que o Serviço Nacional de Saúde não serve. Não me venham dizer que estamos pior que no tempo do Salazar!



quarta-feira, 30 de março de 2011

Selos


Amavelmente, recebi três selos de uma queridas bloguistas que, de vez em quando, vêm aqui espreitar.


Agradeço do fundo do coração. Quem não gosta de receber miminhos, prendinhas, algum reconhecimento?

Agora tenho de cumprir as condições impostas pela recepção dos referidos selos.

Vamos ver se consigo!


 

I - selo Stylish blogger foi-me oferecido pela R. do Once upon a time a quem agradeci, de imediato – 1ª condição.


2ª condição: divulgar sete coisas sobre mim. Haveria tanto a dizer... mas, lá vai!

· Sou do Carneiro;
· Não consigo estar sem estar a fazer coisas;
· Não gosto de ser contrariada;
· Adoro música e ler autores portugueses;
· Quando gosto, gosto muito; quando não gosto, não gosto mesmo nada!
· Sou (algo...) exagerada e tendenciosa;
· Tenho um amor secreto...

3ª condição: passar o selo a 15 bloguistas (tantos!) e avisá-los. Aqui vão:

Rosa dos Ventos

Cor e Pinceladas

Janelas de Oportunidade

O meu vizinho é pior que o teu

Rua Fresca

Sexo prozac e outras coisas mais

Turista Acidental

Contempladora Ocidental

Rio das Maçãs

Espaço do João

Amiguinhos do Lis

A Carraça

Rafeiro Perfumado

Baunilha e Chocolate

As Ilhas Encantadas





II – selo Meme Literário foi-me oferecido pela Manuela, a Turista Acidental, a quem também já agradeci.


Antes de indicar os 10 bloguistas a quem o vou passar, tenho de responder às seguintes questões, que não são muito fáceis, já que, dada a imensa oferta de livros, as minhas escolhas hoje podem ser estas, mas no próximo mês poderiam ser outras.


1ª - Referir um livro que você leria muitas vezes sem se cansar – a Poesia de Álvaro de Campos.

2ª - Escolher apenas um livro para ler o resto da vida – o Livro do Desassossego de Bernardo Soares.

3ª - Escolher um livro para recomendar aos outrosA História do Cerco de Lisboa de José Saramago.

Os dez bloguistas a quem passo este selo são:

Horizontes sem Hora

A Casa da Mariquinhas

Reflexos

Dispersamente

Ti-MaMaRiso

Tinta com Pinta

Pequeno Jardim com Gatos

Espaço do João

Pin Gente

A minha Travessa do Ferreira

 




III – o selo Esse blog não é uma escola ... mas me ensina muito oferecido também pela querida R. do once upon a time que tenho de passar a mais 10 bloguistas que são:


O que eu posso fazer por Portugal

Rouxinol de Bernardim

Contempladora Ocidental

O meu vizinho é pior que o teu

Rio das Maçãs

Largo da memória

Fantasiando com palavras e imagens

Corvo Dinis

Ortografia do olhar

Pérola de Cultura

 
Com muita amizade para todos.

terça-feira, 29 de março de 2011

Primavera em flor



O meu amigo JL mandou-me umas belas  fotografias da Suiça, do local onde ele guarda o seu pequeno iate, com a indicação de que a Primavera já lá tinha chegado.
Eis aqui duas delas:





(Lindo, não?)

Retribuo-lhe dedicando-lhe a publicação de hoje, dedicando-a de igual modo à Catarina, a Contempladora Ocidental, que vive também num país bem frio que a Suiça - o Canadá.  Deixo-lhes ( e a todos)  aqui as minhas flores preferidas (depois das rosas, claro!) que já floriram aqui em Leiria por todo o lado excepto no meu mini-jardim que não é tão frio como o Canadá, mas quase...


(Glicínias lilases)


(Glicínias brancas, muito mais invulgares)


(Chuva de glicínias brancas)


(E as magnólias também já floriram)
 
 
 

segunda-feira, 28 de março de 2011

A avaliação do desempenho



A função pública teve o seu primeiro sistema de avaliação do desempenho no ano de 1984 (Decreto Regulamentar n.º 44-B/83). Esta avaliação era realizada pelo dirigente máximo do serviço sobre uma ficha com dez campos para serem classificados cada um numa escala de dois a dez pontos. Não passaram mais de cinco anos sobre a saída deste diploma para que grande parte dos funcionários fossem classificados com nove ou dez valores, o que correspondia a Muito Bom.

Este modelo foi substituído por outro imposto pela Lei 10/2004 com a assinatura do Primeiro Ministro Durão Barroso. É o modelo conhecido pelo SIADAP – Sistema Integrado de Avaliação do Desempenho da Administração Pública – e que vigora até hoje. Aplica-se anualmente e baseia-se na classificação de objectivo individuais definidos pelo dirigente e contratualizadas com o trabalhador e de umas tantas competências inscritas na lei e, para quem não sabe, obedece a quotas de 20% para a menção de Muito Bom e de 5% para a menção de Excelente.

O modelo de avaliação do desempenho docente introduzido pelo Decreto Regulamentar n.º 2/2008 (vulgo ADD) correspondeu à aplicação do SIADAP ao pessoal docente que, pior que a restante administração pública tinha um modelo de avaliação risível criado pelo Decreto Regulamentar n.º 11/98 que se cumpria pela apresentação pelo professor que tinha de mudar de escalão de um relatório critico onde fazia uma descrição colorida ou não do trabalho realizado nos anos de intervalo entre as mudanças de escalão. O presidente do Conselho Directivo/ Executivo lia – ou não – esse relatório, convocava uma “comissão especializada” que atribuída a todos os professores sempre uma menção de Satisfaz porque não tinha competência para atribuir qualquer outra. E assim se viveu neste doce remanso galgando os escalões até ao 10º quer fizéssemos bom trabalho, ou muito bom, ou mau, ou muito mau.

O SIADAP trouxe muitas contrariedades a toda a função pública, mas, contrariados ou não, todos os funcionários, que não apenas o pessoal não docente das escolas, continuam a ser avaliados e classificados por aquele modelo. Excepto os professores. Porquê?

Este modelo não presta? Se calhar não. E o SIADAP presta? Este modelo é  burocrático? Se calhar é. O SIADAP também é, e muito! Eu sei do que falo. Mas também sei que muitas escolas ainda o burocratizaram mais com exigências e invenções, criando uma miríade de documentos e fichas de isto e de aquilo que só acarretaram trabalho e mais trabalho para cima de avaliados e de avaliadores.

Se eu tivesse na escola de certo também estaria feliz e contente e, especialmente, aliviada com o corte abrupto da ADD. Especialmente se fosse relatora. Mas, porque se acharão os professores diferentes dos restantes trabalhadores da administração pública? E não pública. Que no privado também há avaliação do desempenho e com um peso muito maior: é que se não se trabalhar bem e bastante, pode-nos custar o emprego.

De que complexo sofrem os professores que os faz sentirem-se diferentes? O que querem? Quem se pensam? O que temem? É que depois deste modelo que agora caiu, muitos outros hão-de vir e desconfio que também não hão-de prestar. E aí, saímos todos de novo para as ruas a barafustar. E aí, convencemos outra vez a Assembleia a revogá-los. Ad aeternum....

Ou não!

Interessantes são as declarações de alguns “pesos pesados” do partido que se perfila para o próximo governo. “Acabar com o processo de avaliação é abrir caminho ao facilitismo e tornar muito difícil a qualquer futuro ministro da Educação retomar essa necessidade fundamental do sistema de ensino que é avaliar os professores. (...)É demagógico e oportunista. Uma preocupação eleitoral.”- disse Pacheco Pereira. Por seu lado M.ª José Nogueira Pinto afirmou: “Para mim é fundamental o princípio da avaliação. O modelo pode não ser o melhor, mas o que resulta desta votação é que se deixou cair a avaliação dos professores. Isso obrigará o próximo governo a recomeçar o processo que é de grande desgaste.”

domingo, 27 de março de 2011

Dia Mundial do Teatro





Comemorou-se hoje o Dia Mundial do Teatro. Não sou grande amante de teatro. Não sou como Chico do Pai Tirano que, só para agradar à sua querida Tatãozinha, quando ela lhe pergunta o que é que ele prefere “entre teatro e teatro”, ele responde: “cinema!” Eu prefiro mesmo o cinema!

Assisti a algumas boas peças de teatro enquanto vivi em Lisboa, mas, de facto, aqui pela “província” a oferta não foi, ao longo dos anos, grande.

No sábado da semana passada, dia 19, fui, com a minha filha e a minha neta, assistir, no Castelo, a uma simpática peça de teatro mais dedicada ao público infanto-juvenil - “Na Terra dos Sonhos” pelo Grupo de Teatro Apollo do Centro Cultural e Recreativo de Pêras Ruivas, Ourém. Este evento estava inserido na Semana da Leitura 2011 que foi promovida, no âmbito do projecto do Plano Nacional de Leitura, pela Biblioteca Municipal, a Rede de Bibliotecas Escolares, e a Câmara Municipal de Leiria em parceria com o IPL.

A peça foi muito bem escolhida já que fazia a promoção do teatro e esteve bastante bem representada. O público infantil foi bem recebido e esteve bastante interessado, o que é bom princípio. O público adulto foi chegando, bastante atrasado como é habitual no povo deste nosso rectângulo florido à beira-mar plantado ainda tão deseducado, o que fez que a peça tivesse início ¾ de hora depois do anunciado. – Insuportável! Mas valeu a pena. Todas estas iniciativas especialmente pensadas para as crianças valem sempre e pena. E ir até ao Castelo em dia de sol é sempre um milagre de beleza.


(A entrada do Castelo)


(A chegada do público pontual)



(Espaço para o público infantil)


(O público adulto)


(Os pedreiros encerram o velho teatro e preparam-se para o deitar a baixo)

 

(O mestre de obras descansa antes de começar a trabalhar...)


(Uma das várias diversões que os artistas do teatro representam para convencerem o
mestre de obras a não destruir o velho teatro)




De referir ainda que hoje foi realizada, no Teatro José Lúcio da Silva, a abertura do XVII Festival de Teatro Juvenil da responsabilidade da Câmara Municipal de Leiria que, todos os anos, convida as escolas do concelho a apresentarem peças representadas pelos alunos sendo apresentadas nos teatros da cidade.


Vão ao teatro!

sábado, 26 de março de 2011

Pensamento da semana





"Convinha ao País olhar-se ao espelho do Sporting e ver que há três meses, quando das eleições antecipadas, o clube lutava pela Taça da Liga e Liga da Europa, e tinha 28 pontos. No entretanto, ficou fora de todas as competições, só somou mais dez pontos - e está a 30 do meu clube. Vale a pena pensar nisto."

(Jorge Fiel, jornalista do DN, 24/3/2011)


sexta-feira, 25 de março de 2011

O Rali TAP





Vi ontem na televisão a reportagem da partida do Rali de Portugal (fazendo parte do Campeonato do Mundo de Ralis) que voltou a realizar-se, este ano, e ao fim de muitos anos, em Lisboa, tendo como cenário a belíssima Praça do Império, frente ao Mosteiro dos Jerónimos.

O local estava repleto de pessoas que ali se deslocaram para ver de perto as máquinas e, naturalmente, alguns dos melhores pilotos de ralis do mundo.

Nada que me tocasse muito se não me trouxesse à cabeça a lembrança da primeira – e única – vez que assisti à partida de um Rali desta categoria.

Foi exactamente na véspera do meu casamento. Nessa altura ainda morava e trabalhava em Sintra, mas vim casar a Leiria. O casamento estava marcado para o meio-dia do sábado, mas na sexta-feira ainda trabalhámos de manhã, tendo de partir para Leiria da parte da tarde. Só que o noivo tinha ainda ir a Lisboa fazer umas compras de última hora. E aí fomos nós num saltinho a Lisboa comprar isto e aquilo.

Mas – lembrou-se o noivo! – o Rali TAP (que foi o antepassado do Rali de Portugal e tinha a sua 5ª edição, naquele ano de 71) parte hoje para a estrada do Estádio de Alvalade! E se nós fôssemos ver um bocado? Porque não? - disse a noiva, tão desmiolada quanto o noivo...

E lá fomos ver e ouvir as máquinas a acelerar. O estádio cheio de gente. E um cãozinho que se quis atravessar à frente dos carros? Um clamor dos espectadores em favor do cão! Que lá se safou – felizmente!

Com tudo isto, regressámos a casa, a Sintra, felizes da vida, tarde fora, quase sem nos lembrarmos da viagem para Leiria onde deveríamos chegar antes da hora de jantar (de referir que, naquele tempo, a auto-estrada para o Porto ficava-se por Vila Franca e, depois, até Leiria ainda se levava mais um par de horas).

Nem queiram saber o que ouvimos ralhar da minha mãe! Como dois garotos! E, ainda por cima, porque estivemos os dois sozinhos sabe deus onde...









quinta-feira, 24 de março de 2011

Gatices e não só...






Veio nos jornais: no Reino Unido, uma gatinha abandonada e recolhida num centro de acolhimento em Plymouth, daqueles que quase não há em Portugal, tornou-se vedeta nos media por ter desenhado no pêlo branco um coração de pêlo preto.

Claro que nos gatos tudo fica bem. E, além disso, isto aconteceu no Reino Unido, país em que as pessoas consideram e amam os animais, especialmente se forem gatos.


Agora imaginem se eu tivesse ido para os jornais com uma batata que me apareceu, no meio das outras, em forma de coração! Mas foi verdade. E não sou do Entroncamento... ou talvez a batata fosse, sei lá!


Ei-la. Primeiro na sua pele como veio ao mundo, e depois bem descascada.









Não é uma graça, também?!


quarta-feira, 23 de março de 2011

Ao saber da morte de Elizabeth Taylor

Recebi agora mesmo de um amigo.
Fôssemos nós tão bons na governação como somos no humor e não estaríamos como estamos!





Dia de Festa


Hoje é o grande dia em que se vai derrubar o governo. Grande parte dos portugueses está certamente muito feliz porque vai ver-se, finalmente, livre deste governo de quem já estão muito cansados e que, em muito, os tem desiludido. Os professores rejubilam porque vão deixar de ser avaliados e vão, de novo, passar a ser todos muito bons.

Além disso, já viram perfilar-se outro pretendente ao poder, sorridente, que não mente, que diz que se lá estivesse(m) ele(s), não estaríamos “com as calças na mão” [sic] e que promete fazer como o senhor Presidente disse “os portugueses não aguentam mais sacrifícios”.

(É verdade! Onde está o senhor Presidente? Neste momento em que se prepara uma séria crise política, o senhor Presidente está envolvido em mais um dos seus proverbiais tabus. Ou melhor, ela já tinha dito tudo no seu discurso de tomada de posse.)

Entretanto, o primeiro-ministro a haver prometeu em directo que o próximo governo vai sair de uma “maioria alargada que vai poder impor todas as medidas necessárias” para sairmos da crise. Isto depois de ter difundido um comunicado em inglês onde afirma esta sua disponibilidade.

Gostei!

Lembrei-me, salvas as devidas distâncias naturalmente, do fim de tarde em que lá a presidente do Conselho Geral lá da “minha” escola deu posse ao seu muito apreciado director após o que, alegremente, interrompeu a reunião que eu ainda estava a ter com uma representante da DREC, e disse: “Dá cá dois beijos, GM, que amanhã é outra vida!” Tem-se visto!

Assim pensam muitos de nós, portugueses: que no dia a seguir à entrada do governo da responsabilidade deste primeiro-ministro a haver vai ser outra vida.

Vai ser, vai!


terça-feira, 22 de março de 2011

Os Shadows


Morreu, na passada sexta-feira, com 71 anos, Jet Harris, um dos fundadores daquele famoso conjunto do "nosso" tempo, que quase conseguiam fazer as guitarras falar. Refiro-me, como já perceberam, aos Shadows.

O conjunto foi formado em Inglaterra, em 1958 e tornou-se famoso como acompanhante de Cliff Richards, com quem gravaram o filme Mocidade em Férias que fez as delícias do "pessoal" da minha juventude. 

Parece-me que tenho todos os discos de 45 rotações que apareceram no mercado dos Shadows. E acho que os ouvi centenas de vezes. E, às vezes, ainda oiço (se bem que algo riscados pelo uso e abuso. É que, às vezes, os discos até ficavam, com o velho gira-discos, ao relento naquela varanda de onde se avistava Mafra em dias desanuviados.)  E que bem que tocavam! John Lennon dizia que "antes do Cliff e dos Shadows não havia nada digno de ser ouvido em Inglaterra".

As músicas eram todas lindas, fortes, marcantes. Muitas foram tocadas e (re)tocadas pelos "meus" Diamantes naquelas festas loucas dos seus primeiros tempos.

Esta foi (e é) a minha preferida (e não vou dizer porquê!...)



segunda-feira, 21 de março de 2011

Dia da Poesia





Dificil é a escolha de um poema, um só poema, de entre todos - e são tantos! -  os meus poetas preferidos, para celebrar o Dia da Poesia.

Mas, depois de tomar conhecimento que o primeiro ministro a haver, ele próprio, difundiu um comunicado em inglês, pensei: porque não escolher um poema de um dos meus poetas preferidos ingleses? 

E assim fiz. Deixo aqui um belo poema de Wiliam Blake que festeja a  Primavera.

Spring


Sound the flute!
Now it's mute!
Bird's delight,
Day and night,
Nightingale,
In the dale,
Lark in sky,--
Merrily,
Merrily merrily, to welcome in the year.


Little boy,
Full of joy;
Little girl,
Sweet and small;
Cock does crow,
So do you;
Merry voice,
Infant noise;
Merrily, merrily, to welcome in the year.


Little lamb,
Here I am;
Come and lick
My white neck;
Let me pull
Your soft wool;
Let me kiss
Your soft face;
Merrily, merrily, to welcome in the year.

No Dia da Árvore






"No inverno, os ramos nus
que parecem dormir
trabalham em segredo,
preparando-se para a primavera."

Rumi
(Poeta persa do século XIII)



domingo, 20 de março de 2011

Le temps de l'amour


Hoje, dia do equinócio da Primavera, deixo aqui uma canção de Primavera, uma canção de amor, uma canção das canções da minha juventude por essa senhora da canção francesa dos anos 60 - Françoise Hardy.



(letra e música de Jacques Dutronc, marido da cantora)

sábado, 19 de março de 2011

Dia do Pai



Um miminho no dia de todos os Pais!




 

sexta-feira, 18 de março de 2011

Dificuldade de Governar




1
Todos os dias os ministros dizem ao povo
Como é difícil governar. Sem os ministros
O trigo cresceria para baixo
Em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas
Se o chanceler não fosse tão inteligente.
Sem o ministro da Propaganda
Mais nenhuma mulher poderia ficar grávida.
Sem o ministro da Guerra
Nunca mais haveria guerra.
E atrever-se ia a nascer o sol
Sem a autorização do Führer?
Não é nada provável e se o fosse
Ele nasceria por certo fora do lugar.

2
É também difícil, ao que nos é dito,
Dirigir uma fábrica. Sem o patrão
As paredes cairiam e as máquinas
Encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
Ele nunca chegaria ao campo
Sem as palavras avisadas do industrial aos camponeses:
Quem, de outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados?
E que seria da propriedade rural sem o proprietário rural?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio
Onde já havia batatas.

3
Se governar fosse fácil
Não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer.
Se o operário soubesse usar a sua máquina
E se o camponês soubesse distinguir um campo
De uma forma para tortas
Não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
E só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.

4
Ou será que governar só é assim tão difícil
Porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?


(Bertrold Brecht)

quinta-feira, 17 de março de 2011

St. Patrick´s Day





Celebra-se hoje, dia 17 de Março, em todos os países de língua inglesa o Dia de São Patrício. Este santo, que terá vivido no século V da era cristã, é o principal santo padroeiro da Irlanda já que foi quem converteu este país à Igreja Católica Romana. Desde o século XVII que o dia 17 de Março, dia em que se crê que terá morrido aquele santo, é considerado feriado na Irlanda. As celebrações do Dia de São Patrício foram-se espalhando por todo o mundo falante de língua inglesa, mesmo pelos países que professam religiões protestantes.

Diz-se que São Patrício usava um shamrock, um trevo de três folhas, para explicar a Santíssima Trindade aos celtas pagãos, daí que o trevo se tenha tornado o símbolo nacional da Irlanda. Ao trevo atribuiu-se na Irlanda a qualidade de dar sorte, superstição que se alargou a todo o mundo ocidental. Na rebelião irlandesa de 1798, na esperança de propagar seus ideais políticos, os soldados irlandeses vestiram uniformes verdes no dia 17 de março na esperança de chamar a atenção pública à rebelião.

Neste dia, as pessoas vestem-se de verde e em Chicago, por exemplo, até as águas do rio são pintadas de verde... Fazem-se desfiles de gentes vestidas de verde e usando o trevo de três folhas, bebe-se cerveja e whiskey irlandeses, cantam-se canções tradicionais irlandesas.


 

E nós que já aderimos, de alma e coração, ao Hallowe’en e ao St Valentine’s Day, admira-me que ainda não tivéssemos aderido a dia de São Patrício. É que os comerciantes ainda não se lembraram...

Ainda deixo aqui uns desejos irlandeses de boa sorte para todos!



quarta-feira, 16 de março de 2011

Tea and Scones


Abriu hoje uma nova Tea-Room em Leiria para cuja abertura tive o privilégio de ser convidada. Assim, vi-me na obrigação de fazer esta pequenina reportagem...

A doçaria, à inglesa, claro! constava de muffins, brownies e, naturalmente, scones com compotas variadas.



As doceiras que, para fazerem os scones, tiveram de trazer a Bimby de casa e de transportar (não foi bem às costas, mas quase...) o forno da sala de EVT  (não foi a mufla!),  não tiveram mãos a medir até porque os preços eram bastante atraentes e consentâneos com a actual crise. 




O que valeu foi que tiveram lá umas jovens que ajudaram no atendimento.








Até ofereciam chá na compra de um bolo! Bem, se calhar por isso não era servido em chávenas de loiça inglesa...




Mas não vale a pena estarem já “a aguçar o dente” porque a Tea-Room encerrou portas à uma da tarde!

Foi uma das actividades do Dia do Inglês na “minha” escola....
Parabéns aos meus colegas dinamizadores!


Deixo aqui uma receita antiga para quem quiser dar-se ao trabalho de fazer scones:


12 colheres (de sopa) de farinha
3 colheres de açúcar
1 colher de manteiga
1 colher (de chá) de fermento
2 ovos
leite
sal

Amassam-se os ovos, a manteiga, o açúcar, a farinha com o fermento e o sal. Depois de tudo ligado deita-se o leite em fio até a massa estar em consistência de fazer bolas que vão a forno médio em tabuleiro polvilhado de farinha.

Servem-se recheados de doce a gosto ou com manteiga. O doce típico inglês para servir com os scones é a marmelade que, em português, se chama doce de laranja amarga (mas que de amargo nada tem...)




terça-feira, 15 de março de 2011

Sobressaltos e abanões

(in Público, 11/Março/2011)


O presidente Cavaco afirmou no discurso da sua segunda tomada de posse que é “necessário um sobressalto cívico que faça despertar os portugueses para a necessidade de uma sociedade forte, dinâmica e, sobretudo mais autónoma...” (o que esteve ele lá a fazer os passados cinco anos tão sereno?!)

Sobressalto senti eu própria ao saber destas palavras já que, de algum modo, encontraram um preocupante  eco em mim. É que, salvas as devidas distâncias, lembrei-me das palavras do actual mandante lá da “minha” escola quando andava em campanha eleitoral junto dos pais e dos autarcas que o elegeram, dizendo também muito impante: “O Agrupamento precisa de um abanão”...

Não sei se o abanão lá no Agrupamento  já se perpetrou – não tive ainda notícia – mas segundo me dizem as coisas não andam muito seguras por lá!

Será que o “sobressalto cívico” também nos vai deixar a abanar?

segunda-feira, 14 de março de 2011

Águas de Março

Aqui são as águas de Março fechando o Inverno - Hemisfério Norte, enfim!
E essa voz maravilhosa da saudosa Elis Regina.

domingo, 13 de março de 2011

Legado



 
Para amanhã e
depois, mais tarde
àqueles que ainda
gostem de chuva

para habitar enigmas
labirintos e prodígios

para não deixar fugir
o espanto
diante das coisas
essenciais

para ouvir
o silêncio de Deus

para não me perder
de mim:
escrevo.

(lamento: perdi o nome do autor)



sábado, 12 de março de 2011

Manifestação Geração à Rasca



Foi marcada para hoje não sei como nem por quem uma manifestação da dita geração à rasca. Não gosto da expressão nem fonética nem semanticamente. Primeiro porque, de certo modo, derivou da expressão “geração rasca” contra a qual sempre vociferei; depois porque não gosto da expressão “à rasca” por pertencer à área de um brejeirismo antigo, familiar mas que não nos era “permitido” e, por fim, por achar que esta geração está tão “à rasca” como todas as das outras idades e como muitas, muitíssimas outras de que tenho lembrança.

“À rasca” estiveram todas as gerações jovens e não jovens no tempo em que não havia direito a nada senão a uma ditadura fascista e opressora de todas as liberdades, em que não havia direito a uma vida minimamente ocidental, europeia como a dos restantes países ocidentais, em que não havia direito à educação – de relembrar que até ao 25 de Abril a escolaridade “obrigatória” (entre muitas aspas porque nada nem ninguém obrigava a que as meninas fossem para a escola) era a 3ª classe.

“À rasca” estiveram as gerações que, arrancadas aos campos e às suas vidas e famílias se viram forçadas, sem saber ler nem escrever (na verdadeira acepção da palavra) a ir lutar lá longe, para os confins de África, numa guerra colonial idealizada pela cabeça de meia dúzia de cabeças pensantes e mandantes.

“À rasca” estiveram as gerações que, depois da Revolução, vieram como numa vertigem estonteante das suas terras em África onde deixaram as suas vidas, os seus teres e haveres, muitos deles sem terem onde se acoitar, muitos deles sem terem o que comer, nem dinheiro para o comprar.

Não se fez o 25 de Abril em vão. Foi uma luta pela paz, pelo fim da guerra colonial, pela saúde, pela educação, pela melhoria das condições de vida das pessoas, pela liberdade de expressão, de reunião, de comunicação. E o povo explodiu em gritos contra o cinzentismo, o acabrunhamento, a humilhação, a ignorância em que fôramos acorrentados, contra a miserabilidade das vidas de grande, da imensa parte de nós, contra o isolacionismo, contra a incúria. Ganhou-se o direito de expressão. Depois ganhou-se o direito à indignação e ao protesto e à reclamação. Muito bem! Faz parte da gramática da democracia. E ainda bem!

Não estamos, de facto, a viver actualmente a melhor das situações, não senhor. Se estamos descontentes com os PEC(s) e com os cortes e com os aumentos de preços e com a falta de emprego, com a diminuição do poder de compra, etc. etc.? Estamos, sim senhor! E muito. Mas o que fizemos para evitar esta situação de aperto? Como se viveram as décadas dos rios de dinheiro que, vindos da Europa desaguaram aqui após a nossa adesão? Preveniu-se alguma coisa? Houve alguma contenção? Houve fiscalização de gastos? Houve zelo? Houve prudência? Houve criação de riqueza? Houve renovação da indústria? Houve mudança de atitude nos gestores, vulgo, patrões? Houve visão estratégica? Não. Definitivamente, não! Houve apenas preocupação em manter as clientelas e manter as maiorias.

Li o manifesto da manifestação de hoje e está bem escrito e bem intencionado – como somos bons a escrever! Que me desculpem todos, especialmente todos aqueles que estão a passar “o mau bocado”, mas esta, como outras manifestações de rua que se têm arregimentado nos últimos tempos, por muito bem intencionadas e por muito cheias de convicção que sejam, quando põem à frente estes “homens da luta” e outros “trauliteiros” quejandos, soam-me a mais uma festa de rua.



sexta-feira, 11 de março de 2011

Exposição de pintura de Carmo Pólvora





Inaugurou-se no passado dia 5, nas instalações do Banco de Portugal em Leiria, e estará patente até ao próximo dia 10 de Abril, a exposição dos 35 anos de pintura da pintora leiriense Carmo Pólvora.

A mostra apresenta alguns quadros de acrílico sobre tela de grande dimensão subordinados ao tema da água e vários desenhos em tinta da china e cor de dimensão mais pequena.

Deixo aqui imagens de alguns quadros bem como alguns trechos de autores bem conhecidos que por si falarão da qualidade da pintura de Carmo Pólvora já que, com a minha pouca cultura artística neste campo, não me atrevo a opinar.







(Texto de Natália Correia)






(Texto de Dórdio Guimarães)














(Texto de João Rui de Sousa, poeta e ensaista)















(Texto de Mª João Fernandes - crítica de arte)