Os professores do 1º Ciclo do Ensino Básico, como todos os professores dos restantes níveis de ensino e todos os funcionários públicos têm um horário semanal de 35 horas. Dessas 35 horas, 25 são gastas nas actividades lectivas, ou seja, em aulas. De acordo com as determinações legislativas estes professores têm de ter oito horas para trabalho individual e reuniões. Sobram assim duas e apenas duas horas para trabalho de estabelecimento.
Ora nessas duas horas, aqueles professores têm de reger uma das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC), o Apoio ao Estudo, que tem a duração de 45+45 minutos; isto no caso dos agrupamentos não conseguirem que esse apoio seja assegurado por outros docentes do agrupamento na sua componente não lectiva de estabelecimento (art. 6º, ponto 3. do despacho n.º 11120-B/2010).
Se de facto usarem 90 minutos da sua componente não lectiva na regência do Apoio ao Estudo, sobram-lhes 30 minutos por semana para cumprirem as seguintes actividades (ponto 2 do art. 6º)
· Recepção aos Encarregados de Educação;
· Supervisão pedagógica;
· Avaliação dos docentes;
· Acompanhamento de AEC;
· Frequência de acções de formação contínua que incidam sobre conteúdos de natureza pedagógica (...) bem como as relacionadas com as necessidades de funcionamento da escola definidas no respectivo projecto educativo ou plano de actividades (alínea n) do ponto 1 do art. 6º).
Como me parece altamente inverosímil que seja possível desempenhar todas estas actividades em meia hora por semana e, como já aconteceu com colegas daquele ciclo a leccionar na (minha) escola, não se esqueçam de pedir o pagamento das respectivas horas extraordinárias!
Por que razão se usará esta expressão?
ResponderEliminarSe aqui houvesse gato tudo seria bem melhor e não haveria disparates destes!
Haja paciência...
Abraço
Onde há gato há mistério, que os gatos são bem misteriosos!
ResponderEliminarIsto é muita areia para a minha camioneta, COISAS DE PROFESSORES!...
ResponderEliminarSempre fui aluno e dos toscos!
Só fui professor (em part-time) mas de bateria, por dois períodos de um ano lectivo numa escola de música em Cascais, saí-me bem,fui safar um amigo que tinha saneado o professor, justificadamente (assédio a uma aluna).
Tira-se sempre algo de positivo para a nossa vida, o que foi?
São experiências que não quero repetir, é muito difícil a problemática do ensino, mal pago, e é preciso muita paciência, engolir muito sapinho, e assim que chegaram os exames e as férias, tirei aquele peso de cima de mim.
Tenho, sempre tive aliás, o maior respeito pelos professores, embora quando era miúdo tivesse levado (desculpem o termo) porrada de quase todos, devo ter escapado de um ou dois, comparado com o que vejo hoje, eu era um anjinho.
E entendo que os filhos são na escola o reflexo dos "pais" que têm ou não têm em casa. Se a família está mal estruturada, essa insegurança, por vezes é levada ao extremo mais violento, repercute-se nas crianças.
Com todo este quadro, os professores em vez de terem só que preocupar-se em dar aulas, preparar as mesmas, têm reuniões com comissões disto e daquilo. Sendo assim alguma coisa tem que ficar para trás.
Sou professor de 1º ciclo. Actualmente muito dedicado a esta desconsideração pelo papel do professor do 1º CICLO. Não pretendo enfrentar ninguém, apenas defender a legitimidade de ver reconhecido e considerado o tempo mínimo necessário (à semelhança de outros)para desempenhar cabalmente as minhas funções.
ResponderEliminarEstou indeciso entre dois pensamentos: ou depositam a maior confiança nos docentes de 1º ciclo e nas suas super-capacidades para desempenhar todas as funções, ou então, desconsideram completamente o seu trabalho. Ora, como hoje em dia ninguém confia em ninguém, ....
Se é professor/a do 1º Ciclo, seja digno/a, indigne-se!!!
Cumprimentos