Nos já distantes idos de 70/80, tive
uma colega na minha «velha» D. Dinis que era tão PPD, mas tão PPD, que andava
sempre com o emblema do partido na lapela – como os “nossos” atuais governantes
andam com a bandeirinha de Portugal na lapela… Era uma pessoa irritante até à voz e ao tom
que usava e ninguém lá na escola a suportava. (Acabou por ficar muito minha amiga, mas isso foi por outros motivos.)
Quando a AD (a Aliança
Democrática do Dr. Sá-Carneiro, do Dr. Freitas do Amaral e do Arq. Ribeiro Telles)
liderada pelo Dr. Balsemão começou a dar raia não conseguindo governar o país,
as pessoas queixavam-se das más condições de vida (como agora, aliás). Apareceu
então um slogan que dizia isto: «Eu não tenho a culpa, não votei AD!»
Ora um belo dia, demos com aquela
nossa colega do emblemazinho do partido na lapela na sala de professores a
queixar-se amargamente já não me lembro de quê. Ora eu, com este feitiozinho
que já me vão conhecendo, não estive com meias medidas e, irónica como sempre
fui, atirei-lhe: «Eu não tenho a culpa,
não votei AD!»
Depois habilitei-me a levar um
bom de um “puxão de orelhas” de outra colega (por acaso simpatizante do MES - Movimento
de Esquerda Socialista) até porque, à época, eu era um verdadeira «fedelha» enquanto
elas já eram mulheres feitas com filhos adolescentes (alguns deles meus alunos).
Lembrei-me deste episódio quando ontem
li uma carta dos leitores no meu jornal diário que dizia assim:
«A maioria dos cidadãos
portugueses elegeu novamente a coligação governamental para exercer durante
mais quatro anos. Não sei se foi pela promessa do reembolso da sobretaxa ou
pelo episódio ternurento do uso de um crucifixo na campanha, mas quando algum
pensionista se queixar do desaparecimento da sua reforma eu não os vou ouvir.
Quando algum pai acompanhar ao
aeroporto o seu filho que foi obrigado a emigrar chorar diante das câmaras de
televisão, eu apago o receptor. Eu já não me emociono quando ouvir alguém
lamentar-se da sua interioridade, que fez quilómetros para ir a um hospital
público sobrelotado ou a um tribunal sem condições. Jamais os quero ouvir dizer
que os seus filhos estão a ser mal acompanhados nas escolas pois não existem
funcionários nem professores suficientes. Quando se indignarem perante o
aumento do IMI, do agravamento do IVA e do IRS, quando se afligirem pela
diminuição dos seus apoios sociais, eu simplesmente não vou fazer caso porque
foi a vossa escolha.»
Emanuel Caetano, Ermesinde
Por mim, ironicamente direi sempre: «Eu não tenho a culpa, não votei AD!»
O Caetano só escreveu metade
ResponderEliminarda verdade
a outra está ainda em curso...
Também me parece...
EliminarGracinhamiga
ResponderEliminarEu também não votei AD muito menos não votei PAF Por isso compreendo o Sr. Emanuel Caetano, de Ermesinde!
Bja da Raquel e qjs do Leãozão
É somente uma perspectiva parcial da coisa porque mais de metade dos que votaram também não puseram a cruzinha na coligaçõn!
ResponderEliminarE quer uns, quer outros, todos serão afectados pelas mesmas consequências, ou seja por terem sido eleitos os mesmos.
Se considerarmos as actuações dos que "lá estiveram" antes, antes de antes e os muito antes de antes até parece que têm sido sempre os mesmos.
Beijinhos com sorrisos. (Apesar de tudo, temos que continuar sorrindo para não chorarmos)
:))))
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ResponderEliminarMinha amiga, tu sabes bem que eu nunca comento um único post de teor político... mas, por uma questão apenas retórica e para equilibrar os comentários que provavelmente aqui terás todos a dizer o mesmo, eu deixo uma pergunta no ar:
- E o que dirão então todos os que nunca votaram PS e tiveram (e ainda estão) a pagar os erros dos governos socialistas?
Beijinhos a pedir-te que não te esqueças de me enviar a música lá para o passatempo dos Jardins.
(^^)
É já!!!!! (Que cabeça de abóbora a minha!...)
EliminarMas foi mesmo a coligação a ganhar as eleições, não foi, Graça?
ResponderEliminarÉ que já começo a ter dúvidas tal é a batota que para aí se prepara.
Beijinhos
Batota?! Por acaso a batota de que se tem dado conta tem sido feita pelo governo em fim de funções - nos números, nas palavras e de toda a ordem. Claro que foi a coligação que elegeu mais deputados!
Eliminar~~~
ResponderEliminar~~ Muito bem dito, querida Graça.
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~ Porém, este ''governo-faz-de-conta'' não tem a força da AD.
~ Já que 43,07% de portugueses simplórios
sucumbiram à lavagem de cabeça perpetrada pela ''Pàf'', acusando o PS
de esbanjador e megalómano - passando por cima de uma profunda crise económica internacional que pretendeu esmagar os 6 países pobres da
Europa periférica - estou muito satisfeita
pelo fato do PS não estar a formar um governo sem maioria.
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~ Só assim impedirá que destruam completamente o que foi
conquistado pelo PS a bem do Estado Social.
~ Esbanjamento foi, por exemplo, Cavaco ter rejeitado a comparticipação
de verbas comunitárias para a Via Infante, por não querer rever o traçado
e entender que era o mais conveniente; ou a compra de submarinos - não
era suficiente ver o que anda à tona - ou as longas e ''imprescindíveis''
obras do túnel na rotunda do M Pombal, o mamarracho do CCB, etc...
~~~ Beijinhos. ~~~~~~~~~~~~~~
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Estive muito atento na noite das eleições, mas daí para cá tenho andado muito distraído e não tenho lido nem ouvido nada ! :((
ResponderEliminarEntão o António Costa não tinha dito no seu discurso, que o PAF ganhou as eleições e por isso deveria formar governo ? ... e que sendo o PS um partido com responsabilidades nunca iria formar governo com partidos que estão tão distantes da sua (PS) linha programática, nomeadamente nas questões europeia e internacionais ? ... Que seria uma hipótese absolutamente descabida ?... e que sim, poderíamos estar descansados que o PS assumiria as suas responsabilidades no que respeitasse à viabilização do governo da coligação para evitar crises políticas ? ...
Será que eu não me apercebi que afinal já houve a tão falada mudança de lider político no PS ? ...
Realmente, isto de perder algumas notícias em dois dias é no que dá. Fica-se logo fora dos acontecimentos ! :.. rsrs Ainda bem que temos a blogosfera para ir estando a par ! eheheh
Vejo que lê um bom jornal - o Público. E é também por muitos portugueses lerem o CM e outros que tais, que temos um País assim...
ResponderEliminarPor acaso leio o DN. Quanto ao CM nem para limpar os metais!!!
EliminarBem falado....AD de má memória....mas agora até o Freitas do Amaral vem comer à mão dos do outro lado..lá saberá porquê.
ResponderEliminarDesde que estes pindéricos ganharam, estou má, má ..Já hoje me regozijei com a notícia da recessão na Alemanha ser tão grande que pode ultrapassar a crise grega...é para aprenderem e baixarem um pouco a altivez. M.A.A.
Não há crise! Então o governo não provou que são genios pondo o país nos carris? Agora que PaF PaF PaF, com o guarda-fios a concencializar, o comboio vai rolar como foguete - TGV . O pagode que PaF PaF PaF PaF vai ficar de orelha derrubada quando lhe forem ao bolso .
ResponderEliminar~~~
ResponderEliminar~ Respondendo ao Pedro Coimbra e ao Rui Santo...
Apenas me constou que a única pessoa que cometeu irregularidades,
foi o Presidente da República - o tal cavaco - que ignorou os partidos
e as ideologias da esquerda portuguesa, pretendendo ignorar o fim da
maioria da coligação.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Beijinhos.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Amiga Graça, resumindo:
ResponderEliminar"Paga o justo pelo pecador."
Um beijinho
Fê
Agradeço a todos toda a espécie de comentários.
ResponderEliminar:)
Uma vez que a Majo me nomeou eu acho-me no dever de responder.
ResponderEliminarDevo dizer que fiquei preocupado comigo, pensando ter interpretado mal o discurso de António Costa nas TV´s e fui revê-lo. Afinal é integralmente o que eu tinha escrito e muito sinceramente, Majo, não vejo nele, ou nas suas palavras, nem nas TV’s qualquer tipo de IRREGULARIDADES ! Ele disse muito concretamente que o PSD, como partido mais votado deveria formar governo !
Repare-se que mais de 80% dos eleitores não pretenderam que o PCP e BE fossem governo !
É que isto das “Esquerdas” é muito bonito mas … é dito conforme as conveniências !
Do nosso leque partidário fazem parte um partido da direita, um do centro direita, outro do centro esquerda e dois da esquerda ! … Isto para já não seguir a opinião do PCP, que afirmou durante meses ou anos, que o PS era de direita (agora, convém dizer que afinal é de esquerda)!
É mais que evidente, que 70% da população eleitora portuguesa sempre disse no último ano : "O que queremos "É QUE SE ENTENDAM", ganhe o PS ou o PSD ! Ora os resultados das eleições apontam para isso mesmo e o PS começou a perder as eleições quando os SEUS eleitores começaram a ver a sua irredutibilidade para acordos !
É muito mais o que aproxima o PS do PSD do que o que os separa e inversamente, muito mais o que separa o PS do PCP/BE do que o que os une ! …
De resto Vital Moreira, um constitucionalista, militante e antigo deputado do PCP e ex actual, pelo PS, em 24 de Setembro link, relativamente às sondagens (que nessa altura não correspondiam ao verificado nas eleições) explicou exactamente essa questão.
Já em 8 de Outubro link, diz ele que, “Trazer o PCP e o BE para a esfera do governo pode ser uma receita para o desastre” !!!
Ainda quanto aos comentários que leio pela blogosfera, eles não me surpreendem porque são absolutamente naturais e esperados !
Há uma razão que os explica exemplarmente no Modelo de Kübler-Ross. De eleições, resulta sempre um “Luto eleitoral”para os perdedores, que passa por 5 fases: negação, revolta, negociação, depressão, aceitação, tal como poderão ler no blog da Ematejoca.
(As minhas desculpas à Graça pela usurpação de tanto espaço ! rsrs)
Um Grande Abraço, Gracinha ! :))
À vontade! Não há que pedir desculpas. Aqui fala-se de tudo..
EliminarBeijinhos
~~~
ResponderEliminar~ Rui, por mais que te incomodem, tanto o PCP, como o BE são forças políticas
com um papel notável e relevante no equilíbrio da nossa democracia.
~ O eleitorado também nunca expressou intenção de ser governado pelo CDS e,
no entanto, já o aturou um ror de anos.
~ Essa tua leitura que imagina os eleitores socialistas manifestaram vontade de
entendimento com a coligação, é uma interpretação 'sui generis', risível, muito
sectária...
~ O PS candidatou-se em circunstancias muito difíceis, com o seu ex-primeiro
ministro detido e condicionado pela situação grega. A campanha baseada na
absoluta certeza da razão, não ajudou...
~ Essa teoria do luto, a mim não me serve, já o afirmei e não te admito que
duvides da minha palavra, pois nunca te dei motivos para tal atitude.
~ Reafirmo: prefiro o PS na oposição do que a governar sem maioria.
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