segunda-feira, 4 de julho de 2011

Uma no cravo e outra na ferradura...


Não, não vou perorar sobre a evolução semântica da expressão "dar uma no cravo e outra na ferradura" se bem que de algum modo seja fácil de descobrir. Mas isso é mais da área do nosso amigo  Rafeiro Perfumado ...

Hoje vou trazer aqui o polémico tema do novo acordo ortográfico. É que, no fim de semana, passámos ali pelas falésias entre a praia Velha e a praia de S. Pedro de Muel (desculpem, eu gosto de escrever Muel ainda de acordo com o antigo (mais antigo)  acordo  porque foi assim que aprendi quando vivi na Vieira nos anos 50) e vi um aviso em madeira que me chamou a atenção por ter a palavra "proteção" escrita já de acordo com o novo acordo ortográfico. Porém, ao ler todo o aviso, notei que a referida palavra também estava escrita ainda "à antiga".

Depois entendi! É que quer ali passe o Professor Malaca Casteleiro, quer passe o Dr. Vasco Graça Moura,
qualquer deles fica satisfeito com a ortografia empregue...




E os meus amigos, qual é a vossa opinião sobre a adopção do novo acordo ortográfico?

8 comentários:

  1. vais ver que são "democráticos", Carol, querem que toda a gente fique satisfeita. :)

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  2. Eu discordo do acordo!
    Tenho dito!
    Ainda bem que já não estou no aCtivo! :-))

    Abraço

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  3. Querida Carol, está ser muito difícil, a aceitação aqui, para estes meus lados!! Então eu passei anos, anos a corrigir os alunos, e afinal eles é que estavam, certos?! As vezes que eu corrigi a palavra "proteção"!!...
    Eles é que tinham razão, estavam muito, muito à frente ;)

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  4. Minha querida Carol:
    Sou professora primária até debaixo de água, ou seja, sou visceralmente professora de criancinhas que precisam de aprender a ler e claro a escrever porque nós utilizamos o processo lego-gráfico. Assim, sou anti acordo porque:
    1- origina dupla grafia. Ex: Os brasileiros dizem decepção (mantém-se o p); nós dizemos deceção (deixa de se escrever o p)
    Como é na sala de aula da escola do 1.º ciclo? A professora passa a avisar: os meninos que falam português do Brasil escrevem assim e os outros escrevem assado. Será?
    2- Há termos portugueses que irão perder-se a uma velocidade incrível. Passo a explicar: A oferta de tradutores brasileiros é maior que a de portugueses; porque são muitos mais, cobrarão mais barato, traduzirão mais obras. Como te parece, por exemplo que será traduzida a palavra inglesa "bus"? Ónibus, nâo? E a nossa "autocarro"? e tantas, tantas mais que poderia dar como exemplo. O que lhes acontece? Esquecimento devido ao desuso. Vais dizer-me que isso acontece diariamente a muitas palavras e eu não posso negá-lo, mas o processo vai ser acelerado.
    Estas são as minhas razões da discórdia.
    O acordo aconteceu porque os brasileiros (honra lhes seja feita) têm uma forte política da língua, coisa que nós não sabemos o que é.

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  5. Lamento ter de discordar.

    Tive a sorte de ser aluna de linguística do excelente Prof. Lindley Cintra que nos ensinou que a língua é um elemento vivo em constante evolução. Ao longo da vida de uma língua há "erros" que entram na norma; por outro lado as palavras têm evolução fonética, gráfica e semântica pelo que de tantos em tantos anos, há que proceder à convenção das alterações; daí que haja acordos ortográficos. Se não os tivesse havido, ainda estaríamos a escrever mãi, assúcar, pharmácia.

    Aponto duas razões para que as pessoas não aceitem o acordo: 1ª e a maior de todas, é que acham que este acordo é um rebaixamento dos portugueses aos brasileiros - o que eu considero um enorme disparate e uma imensa arrogância.
    Em 2º lugar, a habitual resistência que todo nós pomos ao que é novo. Especialmente nós, professores. Estes próximos 5 a 10 anos vão ser de polémica e de alggumas confusão, depois tudo entrará na norma e na normalidade.

    A mim não me apetece começar já a escrever segundo as novas regras e custa-me um pouco a identificar as "novas" palavras mas não digo que não o farei. Claro que, tal como a Rosa dos Ventos, também não estou no aCtivo... porque se estivesse, que remédio teria senão começar a preparar os alunos para as mudanças.

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  6. Também não me apetece escrever segundo as novas regras, para já!
    Beijinhos.

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  7. Já comecei a usar o tal acordo, pois de acordos vive a humanidade e eu estou viva e em evolução.
    Confesso que ao princípio estive muito relutante mas desde janeiro que o utilizo nos meus blogs.
    Fazer o quê, não é? Não adianta estrebuchar, o acordo está assinado e não será alterado, mas custa-me escrever certas palavras e com certeza custar-me-á fazê-lo durante alguns anos, mas como disse, o homem está em constante evolução e uma delas acontece na linguagem. Imaginam que nunca tivesse havido mudanças ortográficas, ainda escreveríamos pharmácia e outras palavras semelhantes...

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  8. Concordo contigo Felipa das quadras... E também com a Nita - para já também ainda não me apetece escrever à moderna e vai custar-me a habituar-me.

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