terça-feira, 5 de outubro de 2010

O 1º Centenário da República




Comemora-se hoje o 1º centenário da República Portuguesa. Há exactamente cem anos, em Lisboa, dirigentes do Partido Republicano Português dirigiram-se aos Paços do Conselho, de cuja varanda, José Relvas, acompanhado de Eusébio Leão e de Inocêncio Camacho, proclamou a República: "Unidos todos numa mesma aspiração ideal, o Povo, o Exército, e a Armada, acabou de, em Portugal, proclamar a República." 


A televisão pública está, desde manhã, a acompanhar as celebrações que se realizam em Lisboa, precisamente na Praça do Município, onde montaram um estúdio aberto, onde contaram com a presença e os conhecimentos de historiadores e sociólogos e de onde foram entrevistando as individualidades que iam chegando. Tudo bem até aqui.

o ambiente que se vivia e que as repórteres emprestavam à emissão era vivo, dinâmico, alegre. Só que, e isto já se constata há alguns dias nas televisões relativamente ao centenário da República, o discurso utilizado foi sempre no sentido de levar as pessoas a comparar, pela negativa, claro!, a situação que se vivia em Portugal há cem anos com a que se vive actualmente. Perguntas "inocentes" como: "Acha que se os Republicanos de há cem anos pudessem estar aqui agora, ficariam felizes com o que se tem feito?" ou "O que fizémos com este País em cem anos?" ou "Parece-lhe que a situação que se vivia há cem anos é comparável  à que se vive hoje?" parecem querer pôr na boca dos entrevistados o lamento, a crítica, a severidade para com a nossa vida actual!

Que pretende a nossa comunicação social? Mostrar que vivemos exactaamente como há cem anos? Que nada se fez em temos de educação e cultura,  de saúde, de bem-estar das pessoas, de abertura social e política, etc., etc., etc.? Deprimir ainda mais um povo já de si cultural e socialmente deprimido? Cavar ainda mais fundo a crise social e política? Ou fazer o papel que nos cabe sempre tão bem de estarmos sempre na oposição a tudo o que se faça ou não faça?

Triste este noso traço psicológico pelo qual queremos mostrar-nos sempre mais "à frente" pela crítica de tudo o que acontece! Triste este traço psicológico que nos põe sempre para baixo, em vez de nos esforçarmos por mantermos a cabeça fora das ondas! Triste este traço psicológico que nos torna "ingovernáveis" não por mais nada se não por conformismo, inépcia, ignorância, futilidade, parolismo!

5 comentários:

  1. Pois eu fui até à sede do concelho festejar alegremente o centenário da República!
    Houve o içar da Bandeira, o Hino Nacional tocado por elementos das três bandas do concelho, na Praça do Município, travessia da cidade atrás da banda a tocar outros temas, inauguração de uma estátua alusiva ao evento no Largo do Museu, gente vestida à época, discursos, sorrisos, palmas...
    E nenhum jornalista andou por lá a "picar" o pessoal...:-))


    Abraço

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  2. Tenho a acrescentar que gosto do nosso Hino, tirando alguns versos da letra, gosto da Bandeira e gosto de ser portuguesa e republicana!
    Tenho dito! :-))

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  3. Em Sintra algumas coisas aparecem feitas!
    Houve uma concentração de onze bandas do Concelho, junto ao Soldado Desconhecido, mais de 400 músicos, como se fossem uma só banda desfilaram, até aos Paços do Concelho, onde tocaram o Hino Nacional, aquando do hastear das Bandeiras, Nacional, do Concelho e da CEE. De novo desfilaram até ao Paço junto ao Palácio Nacional de Sintra, onde tocaram o Hino do Concelho. O Presidente da Câmara recebeu o cortejo nos Paços do Concelho, fez um pequeno discurso improvisado, e, encerrou junto ao Palácio com improviso circunstancial, e um VIVA A REPÚBLICA. Finalmente tirou foto de Família com todos os músicos.
    Mandei-te as minhas fotos, no álbum Picasa?

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  4. Sim, mandaste, Gato Preto. Obrigada.
    E viva a República!

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