domingo, 24 de abril de 2016

Abril de sim Abril de não


Eu vi Abril por fora e Abril por dentro
vi o Abril que foi e Abril de agora
eu vi Abril em festa e Abril lamento
Abril como quem ri como quem chora.

Eu vi chorar Abril e Abril partir
vi o Abril de sim e Abril de não
Abril que já não é Abril por vir
e como tudo o mais contradição.

Vi o Abril que ganha e Abril que perde
Abril que foi Abril e o que não foi
eu vi Abril de ser e de não ser.

Abril de Abril vestido (Abril tão verde)
Abril de Abril despido (Abril que dói)
Abril já feito. E ainda por fazer.



Manuel Alegre




14 comentários:

  1. Sempre por fazer algo... Algo mais para fazer.
    Beijos, Graça!

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  2. Uma "obra" inacabada e ainda bem pois poderemos sempre melhorá-la.
    Beijinhos

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  3. ~~~
    ~ Primorosamente construído, sabemos que é um soneto bem
    sentido do mosso querido Poeta de Abril...

    Já estivemos no fundo, esperamos que daqui para a frente tudo
    caminhe no sentido ascendente e que os nossos políticos saibam
    honrar a coragem dos capitães.

    ~~~ Beijinhos vermelhos, Graça amiga. ~~~

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  4. Um poema de que gosto muito. Este Abril não é o que a maioria dos portugueses sonhou. Mas ainda assim este Abril seria um sonho para quem só viveu o Abril de 24.
    Abraço e bom feriado.

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  5. O meu conterrâneo diz Abril como ninguém.
    Beijinhos, boa semana

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    1. Também é de Águeda o Pedro? Fazia-o nascido em Coimbra...

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  6. ... e o Abril do nosso descontentamento!

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  7. Manuel Alegre com toda a razão, os cravos vermelhos precisam de água fresquinha e bem transparente____________para continuarem viçosos.

    Abril do nosso contentamento, de descontentamento foram os meses de Abril durante os 50 anos de ditadura.

    {*} para ti Graça num dia cheio de esperança.

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  8. Abril constrói-se todos os dias porque todos os dias há avanços e recuos!

    Abraço

    LM

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  9. Não conhecia, gostei muito do poema.
    Obrigada pela partilha aqui.
    um beijinho
    Gábi

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  10. Gostei do poema, que desconhecia. Ou pelo menos não me lembrava da sua existência. E é isso mesmo, muito ficou ainda por fazer, mas claro que valeu a pena... :)

    Beijocas

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  11. E o nosso poeta sabe bem, muito há a fazer!

    Beijinho Graça

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  12. Fico contente por terem gostado desta minha escolha. De facto, como muito bem disseram, muito há ainda para fazer. Mas também muito foi feito em 40 anos. O sonho é que nos comanda e é por quem corremos e avançamos rumo ao inalcansável.

    Beijinhos

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