terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Maravilhosamente medonho

Maravilhosamente medonho - passe o oxímoro - é o que está a acontecer na Ilha do Fogo, Djarfogo, no arquipélago de Cabo Verde.










Há quinze dias que o vulcão de Chã das Caldeiras na Ilha do Fogo começou a lançar fogo e lava que tem avançado pelas vertentes do monte, tendo já engolido as localidades de Portela e Bangaeira, temendo-se que possa arrasar outras localidades já que, desde sábado último, tem saído das quatro crateras à velocidade de 20 metros por segundo.

«A ilha do fogo é uma ilha apaixonante, envolvente, com caraterísticas únicas, paisagens deslumbrantes. O Fogo, tal como as outras ilhas cabo-verdianas, é uma ilha de origem vulcânica. Destaca-se, também, das outras ilhas do arquipélago por causa da altitude do seu vulcão "pico do fogo", um vulcão que ainda se encontra activo. No ano de 1995 entrou em erupção pela última vez. Uma das características mais atractivas da ilha é a cratera do seu vulcão com 9 Km de largura e 1 Km de altura. Na parede oriental do vulcão está presente uma fenda e um pico enorme no seu centro, que constitui o ponto mais elevado da ilha 2829 m. Nesta ilha fazem-se escaladas para subir o vulcão "grande" o que normalmente demora 3 horas e outras 3 horas a descê-lo.
 
(...)

Djarfogo foi a segunda ilha do arquipélago a ser povoada, dois séculos após a sua descoberta em 1460. Povoaram então a ilha cerca de 2000 escravos que se dedicaram ao cultivo do algodão e à tecelagem. No ano de 1680, o vulcão da ilha entra em erupção, e parte da população emigra para a ilha Brava. Eclode uma nova erupção, no ano de 1785, que fez erguer o "pico do fogo", o ponto mais alto da ilha. Durante a erupção a lava estendeu-se pela encosta nordeste da cratera, o que deu origem a uma saliência, que marca a ilha, e onde presentemente se encontra a Vila de Mosteiros. As erupções foram-se sucedendo, por vários séculos: em 1799, em 1847, em 1852 e 1857. Até à primeira metade do século XX, não existem registos de erupções. O vulcão acaba por regressar à actividade no ano de 1951 e em 1995.»

(informação retirada daqui)


(vista da localidade de Portela, já desaparecida)

(Vulcão "grande" e parque natural antes da explosão)

(O chamado vulcão "pequeno")

Prevê-se que a erupção vulcânica continue por mais algum tempo - a erupção de 1995 durou 56 dias - e as autoridades preparam-se para retirar as populações de outras duas localidades que podem vir a ser destruídas pelas torrentes de lava incandescente.

A força da natureza em todo o seu esplendor! Maravilhosamente medonho!

23 comentários:

  1. Algo que graças à Natureza e ao seu poder "divino" o homem não controla ! Que bom ufff !!!

    ResponderEliminar
  2. A primeira frase do seu post diz tudo, Graça: Maravilhosamente medonho!

    ResponderEliminar
  3. Até arrepia, não consigo ter palavras.

    Beijinho e boa semana

    ResponderEliminar
  4. Deve ser terrível para os que moram lá.
    um beijinho e uma boa semana
    Gábi

    ResponderEliminar
  5. Um vulcão não é uma ferida
    de uma ilha
    Um vulcão é a raiva
    de uma Terra zangada

    A Terra
    e não sómente aquela

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. A Terra e não só, Rogerito! Ultimamente tenho-me sentido como o vulcão....

      Eliminar
  6. Uau!

    Ah e aprendi uma palavra nova: oximoro - tb correta sem acento!
    Thanks!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Catarina, foi só para impressionar.... poderia ter escrito «antítese» que é bem mais vulgar.... eheheheh....

      Eliminar
  7. De uma beleza selvagem e assustadora.
    Beijinhos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Que pequeninos nos sentimos perante estas (e outras) forças da Terra-Mãe!

      Beijinhos aí para Macau!

      Eliminar
  8. ~ Impressionante! ~

    ~ Para lembrar que o nosso chão só é aparentemente sólido e seguro...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Só muito aparentemente, Majo! Tantas vezes ficamos "sem chão"....

      Eliminar
  9. Verdade, aquilo é uma desgraça para as populações locais, mas não deixo de ficar fascinada com a beleza do espetáculo que a natureza proporciona...

    Beijocas

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. A natureza é uma coisa maravilhosamente inexplicável!

      Beijinho, Teté!

      Eliminar
  10. Uma pena tudo isto: pobres pessoas que ali vibiam !

    Mas como eu gostaria de ver um vucão em erupção ...

    Beijinhos .

    ResponderEliminar
  11. Graça, concordo com quase tudo que aqui foi dito, mas um vulcão em erupção e o mar de lava que destrói tudo à sua passagem, nada tem de maravilhoso.

    Para mim será terrificamente medonho! Imagina para as gentes que lá vivem...

    Mas entendo o que quiseste dizer, Graça!

    Janita

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. E um beijinho, que ficou esquecido,
      perante este cenário enlouquecido...:(

      Eliminar
    2. Deve ser mesmo horrível para as populações da vizinhança! Perderem as suas casas, os seus haveres, os seus campos de cultivo.... uma tristeza indizível, Janita! Mas que deve ser muito bonito, ai isso deve ser!

      Eliminar
  12. o "belo-horrível" eu seu esplendor...

    a Beleza é amoral... e a natureza cruel!...

    beijo

    ResponderEliminar
  13. É a natureza em força , como são as forças da natureza.
    Agora , que eu gostava de ver qualquer tipo de vulcão ao longe , gostava.
    M.A.A.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. «que as forças da natureza
      nunca ninguém as venceu!»

      António Gedeão

      Eliminar