A nova (des)organização curricular II

  

Depois de acabar com os espaços curriculares não disciplinares, depois de anunciar a lecionação de apenas uma língua estrangeira no 3º ciclo, depois de anunciar o provável corte no número de horas semanais nas disciplinas de História e de Geografia, o ministro Nuno (c)Rato veio propor o fim da Informática no 9º ano porque … os alunos já sabem utilizar o computador. Por esta ordem de ideias e, como os alunos quando chegam à escola já sabem falar a sua língua, pode ser que também venha propor o fim das aulas de Língua Portuguesa. 

Ainda só (!) passaram cinco meses desde que o ministro do (des)Eduquês – e este governo desastrado – chegaram ao poder. Se conseguirem, ou melhor, se conseguirmos aguentar até ao final dos quatro anos da legislatura, em nada me surpreenderá se, por essa altura, o plano curricular dos alunos do ensino básico se resuma às aulas de matemática e pouco mais…

Se bem que, para um genuíno “emagrecimento” – como se tornou moda dizer-se com este sapientíssimo governo – do estado no que toca à escola pública, tenho uma ideia melhor: dispensar grande parte dos professores mantendo apenas os suficientes (naturalmente os designados pelos senhores diretores, ou, porque não, os que apresentassem o cartão do partido) para garantir as aulas por vídeo-conferência que os alunos dos diversos anos e disciplinas atenderiam nas suas casas, poupando-se, de uma forma moderna, (ia a dizer inovadora, mas de inovador teria apenas a parte da utilização dos computadores, já que, de certo modo, faria lembrar a Tele-Escola lançada no tempo da ditadura) recursos de toda a ordem: humanos, físicos, espácio-temporais e energéticos…

Fica a ideia, sei lá!