Fiquei bastante feliz com as melhorias no desempenho dos nossos alunos no PISA (Programme for International Student Assessment) 2009. Não tão-somente como professora mas como portuguesa. Fiquei feliz por saber que, entre 2003 e 2009 a percentagem de alunos com níveis médios e excelentes aumentou em 9,5 pontos e a percentagem de alunos com níveis negativos diminuiu 2,9 pontos. Fiquei feliz por saber que, entre 2003 e 2009, Portugal aproximou-se dos países com maiores percentagens de alunos com níveis de desempenho acima do nível 3. Fiquei feliz por saber que Portugal é o 6º país cujo sistema educativo melhor compensa as assimetrias económicas e que é o país da OCDE que mais progrediu no conjunto dos três domínios avaliados – Leitura, Matemática e Ciências – registando um aumento de 20 pontos.
Não venho aqui dizer, como os actuais governantes, que este salto se deveu às políticas de avaliação das escolas, ou de avaliação dos professores, ou ao esforço dos directores, como li pelos jornais e que me parece, no mínimo, risível. Nem tão pouco quero pensar na mais recente corrente defendida pelos pedagogos de direita – e não só! – de que o ensino privado é que gera sucesso.
Não posso deixar de registar o valor de medidas importantes como foram o Plano Nacional de Leitura, o reforço esforçado das Bibliotecas Escolares, o Plano de Acção da Matemática, o esforço que foi o desdobramento das aulas das ciências experimentais. É inegável que estas acções, desenvolvidas ao longo dos últimos dez anos, bem como as incontáveis aulas de apoio que se dão na escola pública e até as aulas de Estudo Acompanhado, queiram ou não queiram os mais obstinados e mais cépticos, foram, em grande medida, as responsáveis por estas melhorias tão visíveis. Naturalmente que a acção de muitos professores também não pode, de forma alguma, ser esquecida. Como a de muitas famílias.
Citando Guilherme de Oliveira Martins, num excelente artigo sobre “O valor da aprendizagem” no Jornal de Letras de 17/30 de Novembro, “... importa contrariar a ideia de que a educação apenas cabe à escola. A família e a sociedade, como realidades heterogéneas, têm de estar na primeira linha. Aos educadores profissionais que são os professores temos de ligar os educadores naturais que estão nas famílias. (...) Se continuarmos a pensar a política educativa como reservada aos técnicos e aos pedagogos, continuaremos a recusar-lhe o valor que lhe é exigido. Se estamos insatisfeitos (e é legítimo que tal aconteça), assumamos as responsabilidades todas – e percebamos que há consensos estratégicos a assumir para um prazo alargado.”
Não sou entendido nesta matéria, não sou professor como muitos que aqui deixam as suas opiniões, antes pelo contrário. É como avô de uma menina de 10 anos que tem feito todos os seus estudos no ensino oficial, sempre com testes entre o M/Bom e o Bom (nunca menos), aluna que na escola básica esteve sempre no quadro de honra, continua assim no 5º ano.
ResponderEliminarPelo contrário quando nasceu a neta mais velha, pensando estar a fazer o melhor para ela, porque nesses anos os professores faltavam a torto e a direito, erro nosso, fez o básico no ensino particular, entre uma e outra é a noite e o dia.
Não estou a fazer a apologia de coisa nenhuma, estou a relatar o que se passou e passa na família.
Tu sabes lá o que me aconteceu no facebook de uma pessoa que aceitei como amiga através de outros amigos...
ResponderEliminarPerante esta informação retirada dos jornais, regozijei-me com a mesma . Pois uma criatura amiga dele até cega e tendenciosa me chamou...
Disse que as estatísticas não eram fiáveis.
E eu estava simplesmente feliz com uma boa notícia já que são tão poucas...
Enfim!
Valha-nos ao menos isso para nos levantar a moral, é que de más notícias já andávamos nós mais que saturados.
ResponderEliminarComo mãe de uma professora (e irmã, cunhada, prima, tia... rsrsrsss - há "n" professore(a)s na minha família), regozijo-me com o facto de te sentires feliz, e acompanho-te, mas só em parte. Há coisas de que discordo, mas nem sempre se pode estar de acordo com tudo, não é verdade?
ResponderEliminarNo meio de tudo de bom que se fez, não nos esqueçamos de que também se trabalhou muito para "resultados a apresentar" a nível europeu.
Recordo-me particularmente de uma amiga com uma filha muito mal preparada desde o primeiro ano (em ensino particular...). Passada para o ensino oficial, deparou-se com inúmeras dificuldades; a mãe IMPLOROU que retivessem a menina num determinado ano, pois apercebia-se de que ela não estava preparada para a mudança de ano. Acreditas que não conseguiu??? Hoje, a jovem que não ficou retida nenhum ano, luta com imensas dificuldades...
São factos como este que me fazem discordar de algumas coisas.
Continuemos em frente, com esperança de que tudo melhore, sempre.
Bom fim de semana. Beijinhos
Obrigada pelos vossos comentários. Claro qe há sempre quem concorde e quem discorde de tudo. Ainda não passou a moda de achar que tudo o que se tem feito em educação foi mal feito - basta ir aos blogs "especializados" em educação onde tudo é posto em causa. Por outro lado, há sempre coisas muito bem feitas e outras que nem por isso nas escolas como em tudos os serviços públicos ou não públicos.
ResponderEliminarA mim que sou uma defensora indectível do ensino público apetece-me rejubilar com o testemunho do meu amigo Gato Preto, mas, cuidado! na comparação entre a suas duas netas, há que não esquecer que as crianças também são diferentes e respondem de maneiras diferentes em termos de motivação e de trabalho. Olha, tiras as teimas com a 3ª neta....
Amiga, não tenho dúvidas em afirmar que a escola particular da Catarina, e, as professoras da mesma, pouco têm a ver com a categoria a competência e o modo como a Professora D. Adriana Mendes, preparou as crianças para o Secundário, e até para a vida, uma verdadeira MESTRA, como se dizia no tempo do meu pai.
ResponderEliminarA Catarina cresceu muito, está no 9ºano, está mais compenetrada, e, como aluna tem melhorado muito.
A mais pequenina está prestes a fazer um ano, está quase a andar, e espero dela o melhor!