segunda-feira, 23 de março de 2020

A gripe asiática

A propósito da pandemia que tem vindo a alastrar pelo mundo inteiro, a do Corona Vírus, tenho ouvido e lido por aí que uma coisa assim apenas se viu há 100 anos, quando por 1918 a Pneumónica, também conhecida por Gripe Espanhola (apesar de não ter nascido em Espanha, mas talvez na China) matou muitos milhões de pessoas pelo mundo fora. 

Lembrei-me logo do surto de Gripe Asiática que apareceu por Lisboa em 1957 e que encerrou famílias inteiras doentes em casa. O mais estranho é que quando falava disso a pessoas da minha faixa etária, nada! ninguém se lembrava de nada!

Garanto que cheguei a duvidar de mim... E fui investigar. Abençoado Google! Abençoado mundo novo!... E tem lá tudo.

«No dia 9 de Agosto de 1957, o navio Moçambique, proveniente de África, entra na barra do Tejo para atracar no porto de Lisboa. Traz a bordo passageiros doentes.

Naquele dia, a epidemia de gripe acabara de ser importada. Provocada por um novo vírus que anteriormente não tinha circulado em Portugal, encontrou a população de Lisboa e do País inteiramente desprotegida. A rapidez da sua propagação até atingir o acme [auge], na segunda semana de Outubro, foi semelhante à duração do tempo até ao seu final. (...)

A partir do final de Setembro, a gripe assume expressão epidémica.

Meses antes, em Fevereiro desse ano, no Norte da China, tinha tido início a pandemia de gripe “Asiática” no seguimento da emergência de novo subtipo A H2N2 que passou a infectar seres humanos. 

Lisboa em plena epidemia de gripe “asiática” era, seguramente, uma cidade diferente, sobretudo na primeira e segunda semanas de Outubro. Absentismo nas empresas, fábricas paralisadas, transportes públicos com problemas de funcionamento, escolas fechadas, postos dos serviços médico-sociais da Federação das Caixas de Previdência com um aumento extraordinário de procura, hospitais sobrelotados, visitas suspensas à Maternidade Dr. Alfredo da Costa, e, logo depois, medida idêntica adoptada nos Hospitais Civis de Lisboa.

As zonas populares de Lisboa foram as mais afectadas, entre elas, o Bairro da Liberdade, Charneca, Socorro, Escolas Gerais, Campo Grande, Moscavide, Quinta da Curraleira e Alcântara, para além dos arredores, como foi o caso do Montijo e Almada.

Apesar da evolução benigna da pandemia, comparada com a “pneumónica” de 1918, no plano individual, a gripe provocou grande número de doentes e 288 óbitos só na cidade de Lisboa (taxa de mortalidade de 37,0 por 100 000 habitantes).»

(Ler mais em  
https://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/gripe-em-lisboa-1957-e-2008-pdf.aspx 



À época, vivíamos em Algés, em casa dos meus avós e lembro-me bem de eles ambos e a minha mãe terem caído à cama onde ficaram muitos dias com febre altíssimas. O meu pai, que, sem saber, era um imunodeprimido (como se diz agora) já que tinha uma deficiência congénita no coração, foi quem se aguentou aquele tempo todo sem ter sido contagiado e tendo de servir de enfermeiro, cozinheiro, faxineiro e sei lá o que mais... eu também me livrei... mas pouco sabia ajudar. Tínhamos a sorte de ter um médico que habitualmente tratava a minha mãe - que era muito frágil - e que assistiu ao meu nascimento, que ia lá a casa - pagando, já se vê! - ou consultava pelo telefone. É que nesses tempos (que infelizmente alguns recordam com tanta saudade ...) não havia muitos hospitais, nem médicos da Caixa, porque não havia Caixa, nem Centros de Saúde, nem coisa nenhuma. Os médicos, que eram poucos, tinham os seus consultórios aonde só ia quem podia pagar e para irem a casa ver doentes faziam-se pagar muito bem!

É natural que as pessoas que não passaram por essa experiência não se lembrem desta epidemia. Vivia-se em plena ditadura fechada: as notícias eram poucas e censuradas; não havia televisão; eram poucas as famílias que tinham telefone; a rádio só passava aquilo que a Censura permitia - por isso a informação não se difundiu nem pouco mais ou menos!








(daqui)





8 comentários:

  1. Além do terrível azar ainda tinha sorte como MUITO poucas pessoas em Portugal: Tinha telefone

    Essas epidemias não são do meu tempo. Mas ouvi algumas vezes os meus pais falarem nessas doenças. E jamais pensavam neste coronav
    irus que veio mesmo para matar

    Que Deus ajude quem tanto trabalho com risco da própria vida para ajudar os enfermos

    Uma Santa noite

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  2. Olá Graça
    eu sempre ouvi falar nessas epidemias, mas não faço ideia das datas e ainda não fui pesquisar
    só me lembra de ouvir falar na pneumónica que foi terrível e há algumas publicações que diziam que se tratava de uma doença mais virulenta devido às carências da população enfraquecida pela primeira guerra mundial…
    abraço

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  3. E Viva Salazar, esse Santo,que tantas almas mandou para o Céu nesse tempo...
    E pensar que ainda há quem por ele suspire

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  4. Tenho a consciência
    de pertencer à geração descendente
    da geração sobrevivente

    quanto ao conhecimento disso, teu post é um contributo útil!

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  5. Seja bem regressada!
    Gosto muito de a ver por aqui.
    Beijinho

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  6. Well come home, Graça.
    Passo por aqui mais tarde para ler.

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  7. Gosto de ler, embora não me lembre de nada disso. :)

    Sugerimos o nosso linke, se pretenderem visitar.
    https://dizmecomochegasteaqui.blogspot.com/

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  8. Estou aqui para vos falar de um remédio natural que é
    que lhe faz pensar porque é que o seu médico não lhe disse
    sobre isso. Então, por outro lado, é bastante óbvio
    porque é que o seu médico não o fez, porque essa não é a sua função, é
    isso? Mas, a sério, promete-me que não vais ficar muito zangado
    com o seu profissional de saúde, não é realmente a sua
    falha. Eles só podem praticar o que lhes é dito
    Quando a sua saúde está em risco, não há tempo para o Tom
    tolice, tem de se chegar à causa e cortar
    no início. Por isso, tem sofrido de gota dolorosa
    ataques? Bem, permita-me que lhe dê um novo
    perspectiva sobre a solução para as pragas que em tempos vos causei no vosso sapato até o meu amigo universitário me apresentar ao centro de ervas Dr Itua que cura o meu hiv/herpes depois de o ter bebido durante duas semanas, como instruído, o Dr Itua é um médico de ervas de África que tem o poder natural de curar as seguintes doenças: Herpes,Hiv,Hepatite B,Fibróide,Esquizofrenia,Cancro,Escoliose,Fibromialgia,Síndrome de Toxicidade Fluoroquinolona Fibrodisplasia Ossificans Progressiva. Fatal Fatal Fator de Insónia Familiar V Mutação Leiden, Doença de Epilepsia Dupuytren,Desmoplásico,Diabetes,Doença Celíaca,Doença de Creutzfeldt-Jakob,Angiopatia Amilóide Cerebral,Ataxia,Artrite,Esclerose Lateral Amiotrófica,Doença de Alzheimer,Carcinoma Adrenocortical.Asma,Alérgica
    Como o Dr. Itua me garante que todas as doenças abaixo mencionadas garantem uma cura 100% permanente para todas estas doenças, acredito tanto no Dr. Itua porque ele me ajuda a curar o meu hiv/ herpes que tem sido o meu fardo na vida, por isso prometi ao Dr. Itua que testemunharei sobre o seu trabalho online depois de me curar e é isso que estou a fazer aqui, por isso, por favor, se sofre destas doenças não hesite em escrever ao Dr. Itua Herbal Center por e-mail: drituaherbalcenter@gmail.com ou fale com ele sobre o quesapp: +2348149277967.

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