Hoje é dia de celebrar o Teatro. Já é assim desde 1961. - dia criado pelo Instituto Internacional do Teatro, em França.
Pois hoje trago aqui um excerto de uma peça do nosso Chiado, poeta e dramaturgo satírico contemporâneo de Camões, nascido em Évora por volta de 1520 tendo-se mudado para Lisboa, onde fez uma vida de boémio e onde morreu em 1591.
Conhecendo
bem os costumes populares e o calão do século XVI, flagelou e atacou todos os
vícios palacianos. Segundo
Teófilo Braga, António Ribeiro Chiado representou na corte, diante de D. João III, o «Auto
da Natural Invenção».
Deixo-vos com um trecho bem engraçado do «Auto das Regateiras».
CASAMENTO DE BEATRIZ
VARELA COM CORIGO
Noivo - Sim.
Padrinho -…Está bem:
iguais estais nas vontades.
Dai cá as mãos, e dizei assim:
- Digo eu, Beatriz Varela,
que por meu marido e amigo
recebo a vós, João Corigo.
Tomai agora a mão dela,
e dizei, como eu disser:
- Digo eu, Lourenço Corigo,
que com vontade singela
recebo a vós, Beatriz Varela,
por mulher.
Comadre - Que fazeis? Deitai-lhe o trigo.
Quis Deus que fosseis casados.
Para que são mais trapaças?
Alçai as mãos, dai-lhe graças.
Filhos, sejais bem logrados!
Ela moça, e ele moço,
bem se foram ajuntar.
Por vós se pode cantar:
Deitem o noivo ao poço,
se com a noiva não brincar.
António Ribeiro (O Chiado)
«Auto das Regateiras», excerto
In: «Antologia de
Poesia Portuguesa Erótica e Satírica (dos Cancioneiros Medievais à
Actualidade)», Selecção, prefácio e notas de NATÁLIA CORREIA
Muito interessante e cómico !... Por isso o nosso português será sempre o eterno e lindo !!!
ResponderEliminarObrigado Graça
Concordo, Ricardo! A nossa Língua é bela e a nossa Literatura riquíssima!
EliminarBeijinho.
Um Auto curtinho, mas com muita graça, Graça!:)
ResponderEliminarAutos só conhecia os de Gil Vicente. O de Inês Pereira é muito engraçado e semelhante a este, embora com mais figurantes.
Beijinhos. Já enriqueci, aqui, um pouco mais!
Ainda bem que gostaste, Janita. Este Chiado era bem maroto...
EliminarBeijinhos marotos...
Também tenho um auto
ResponderEliminarmete mulher da limpeza
e homem da manutenção
e uma senhora em fuga...
a República
Oh pobre República que maltratada tem sido...
EliminarA Língua Portuguesa é um tesouro!
ResponderEliminarBjs
Um tesouro mesmo. Bem como a nossa Literatura ao longo dos séculos desde o Tempo de D. Sancho I...
EliminarBeijinho.
Bom dia. São maravilhosos os contrastes da língua portuguesa. Gosto de teatro.
ResponderEliminar.
* Mulher: A essência sem raça nem cor. *
.
Desejando um abraço
A nossa língua é um espanto! Como as outras, certamente. Mas esta é a nossa!!
EliminarBeijinho.
Este ano, estive tão inebriado pela Primavera que nem assinalei o Dia do Teatro, mas fui compensado ao passar por aqui. Obrigado, Graça
ResponderEliminarEu é qu agradeço as palavras simpáticas.
EliminarBeijinho.
Belíssima postagem! Parabéns!
ResponderEliminarFELIZ PÁSCOA
Autor: Laerte Sílvio Tavares
Que a luz da ressurreição
De Cristo Nosso Senhor
Brilhe no teu coração
E se refrate em amor,
Permeando a tradição
De fé, a dar esplendor
Às festas pascoais que são
Frutos da Paixão e dor
Transformadas em alegria
De Madalena, Maria
E de toda a humanidade!
Feliz Páscoa, pela via
Do amor – nossa luz e guia
Na fé e na caridade!
Grande abraço. Laerte.