terça-feira, 5 de julho de 2016

Da nossa pequenez



As rosas amo dos jardins de Adónis,
Essas volucres amo, Lídia, rosas,
        Que em o dia em que nascem,
        Em esse dia morrem.
A luz para elas é eterna, porque
Nascem nascido já o Sol, e acabam
        Antes que Apolo deixe
        O seu curso visível.
Assim façamos nossa vida um dia ,
Inscientes, Lídia, voluntariamente
        Que há noite antes e após
        O pouco que duramos.


(ODES de Ricardo Reis, Edições Ática, 1970, pág. 34)




(rosinhas do meu nano-mini-micro-jardim)

11 comentários:

  1. Este Ricardo Reis, fatalista, conformista e apático,
    não é, mesmo, o meu género.
    Das tuas belas e delicadas rosas, gosto muito.
    Beijinho perfumado a rosas...
    ~~~~~~~~~~~~~~~~~~

    ResponderEliminar
  2. Duremos para além
    do tempo
    para além
    do corpo

    ResponderEliminar
  3. Somos mais do que parecemos.

    Beijos, Graça :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Mas muitas vezes fazemo-nos maiores do que realmente somos...

      Beijinho.

      Eliminar
  4. Agora as tuas rosas são eternas amiga Graça e belas também.

    Um beijinho

    ResponderEliminar
  5. Assino por baixo o comentário da Maria Eu !

    ResponderEliminar
  6. Pronto(s)!!! Já percebi! Não gostam de Ricardo Reis. Mas olhem que é muito bom! É, de facto, o mais difícil dos heterónimos; é o que mora mais longe do Pessoa; é o latinista, o clássico, mas é também muito belo!

    Beijinhos poéticos...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Aprecio o Ricardo Reis enquanto obra produzida com enorme talento e criatividade, porém não me identifico minimamente com tal personagem...

      Eliminar
  7. Grata por terem apreciado as minhas rosinhas...

    Beijinhos perfumados...

    ResponderEliminar